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Quebra-gelo nuclear mais potente do mundo é lançado pela Rússia, com capacidade de 350 MW

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/11/2024 às 11:15
Quebra-gelo nuclear, Rússia, Putin
Foto: TASS

Rússia apresenta quebra-gelo nuclear com capacidade térmica de 350 MW, o mais poderoso já construído

Recentemente, um marco impressionante foi alcançado na Rússia com o lançamento do quebra-gelo nuclear Chukotka, sob supervisão do presidente Vladimir Putin. Esse navio faz parte do ambicioso Projeto 22220, que visa revolucionar o tráfego e a economia da Rota do Mar do Norte, uma passagem marítima cada vez mais valiosa para o comércio e transporte global, especialmente à medida que as mudanças climáticas alteram as paisagens árticas.

A importância da Rota do Mar do Norte

O Ártico, que antes era considerado uma região hostil e isolada, está se tornando um foco de interesse estratégico. Com o degelo gradual, a Rota do Mar do Norte surge como uma alternativa mais curta para o comércio entre a Europa e a Ásia, reduzindo o tempo de viagem em até 40% em relação às rotas tradicionais. No entanto, essa rota ártica ainda exige embarcações robustas para enfrentar o gelo espesso, o que torna os quebra-gelos nucleares essenciais.

Putin destacou essa importância ao afirmar que a expansão da frota de quebra-gelos é crucial para o desenvolvimento dos territórios árticos. Segundo ele, “nossos planos para desenvolver os territórios árticos e aumentar o tráfego de carga ao longo da Rota do Mar do Norte dependem da expansão da frota de quebra-gelos da Rússia.” Isso deixa claro que a Rússia está determinada a dominar o tráfego marítimo ártico, potencialmente redefinindo o comércio mundial.

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Cerimônia de lançamento do quebra-gelo nuclear Chukotka. Foto: Alexander Demianchuk, TASS

O Projeto 22220: Uma frota de última geração

O Chukotka é o mais recente de uma série de navios de propulsão nuclear lançados pela Rússia nos últimos anos. Essa frota já inclui três navios de última geração: o Arktika, o Sibir e o Ural, todos operando na Rota do Mar do Norte. Cada um desses navios é equipado para enfrentar o gelo ártico com eficiência, atravessando camadas de até 2,8 metros de espessura.

Em breve, o Chukotka terá a companhia do Yakutia, outro quebra-gelo da mesma série que está quase pronto. Essas embarcações representam um avanço técnico significativo, e o Kremlin vê nelas uma ferramenta fundamental para consolidar a presença russa no Ártico.

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Para Moscou, investir em tecnologia de quebra-gelos não é apenas uma questão de logística, mas uma estratégia de soberania e desenvolvimento econômico.

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Cerimônia de lançamento do quebra-gelo nuclear Chukotka. Foto: Alexander Demianchuk, TASS

Chukotka: O quebra-gelo mais poderoso

O Chukotka se destaca não apenas por seu porte, mas também por sua tecnologia. Com 173 metros de comprimento e 34 metros de largura, esse gigante é movido por dois reatores nucleares RITM-200, cada um com uma capacidade térmica de 175 MW. Esses reatores são fundamentais para garantir a autonomia e o poder necessário para atravessar as águas congeladas do Ártico.

Além disso, o Chukotka tem uma velocidade de 22 nós em águas claras e um deslocamento de 33,5 mil toneladas. Sua tripulação de 54 pessoas conta com uma infraestrutura robusta e eficiente, capaz de suportar as duras condições do Ártico. O tamanho e a potência desse navio fazem dele o maior e mais poderoso quebra-gelo do mundo, reforçando a capacidade russa de operar no Ártico e expandir suas fronteiras marítimas.

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Cerimônia de lançamento do quebra-gelo nuclear Chukotka. Foto: Alexander Demianchuk, TASS

Um modelo de precificação para atrair parceiros internacionais

Além de construir uma frota poderosa, Putin enfatizou a necessidade de criar um modelo de precificação mais acessível para atrair mais empresas para a Rota do Mar do Norte. À medida que a rota se torna mais viável, empresas russas e estrangeiras têm demonstrado interesse crescente em utilizar essa passagem para o transporte de carga.

Putin sugeriu que uma reunião especial seja realizada para discutir formas de tornar o trânsito de carga na Rota do Mar do Norte mais competitivo. Esse esforço visa atrair novos parceiros e investidores internacionais, que podem ver na Rota do Mar do Norte uma alternativa economicamente vantajosa para o comércio global.

A visão russa para o futuro do Ártico

A Rússia planeja expandir sua frota de quebra-gelos e navios de carga pesada nos próximos anos, com uma carteira de pedidos que já inclui 26 embarcações de grande tonelagem.

O Estaleiro Zvezda, localizado no Extremo Oriente, está encarregado da construção de navios de carga como petroleiros e navios-tanque de gás, essenciais para atender à demanda da Rota do Mar do Norte.

Além dos quebra-gelos da série 22220, o Zvezda está construindo o “Leader”, um quebra-gelo nuclear de nova geração, projetado para ser o mais poderoso de todos. Esse navio representa a culminação de um esforço científico e industrial russo, com base em tecnologias locais e soluções inovadoras que permitirão à Rússia fortalecer sua economia e expandir sua influência nas águas geladas do Ártico.

Uma estratégia de desenvolvimento do quebra-gelo nuclear

O investimento russo na Rota do Mar do Norte e em quebra-gelos nucleares é uma estratégia que vai além do lucro imediato. É uma demonstração de soberania, uma afirmação de que o país tem a capacidade e a disposição de investir em regiões extremas para expandir sua influência e fortalecer sua economia.

Ao priorizar a construção de embarcações com tecnologias avançadas e de fabricação nacional, Moscou busca reduzir sua dependência de tecnologias estrangeiras, especialmente em um momento em que as tensões internacionais estão elevadas.

Para o mundo, a expansão da frota de quebra-gelos nucleares da Rússia pode ser um sinal de uma nova era para o comércio global. À medida que o Ártico se torna mais acessível, a Rota do Mar do Norte pode transformar a logística marítima e oferecer uma alternativa viável para empresas que desejam reduzir custos e tempos de viagem.

Enquanto isso, o Chukotka e seus “irmãos” da série 22220 representam mais do que embarcações: eles simbolizam a aposta russa no futuro do Ártico. Como Putin deixou claro, ainda há muito a ser feito, e a Rússia está determinada a liderar esse novo caminho ao norte.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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