Quatro barras de ouro somando 1.741 gramas e avaliadas em R$ 1,104 milhão são apreendidas em operação na BR-401
A apreensão de quatro barras de ouro totalizando 1.741 gramas e avaliadas em R$ 1,104 milhão na BR-401, em Roraima, chamou a atenção pela dimensão e pelo valor da carga. A operação, realizada pela Receita Federal em conjunto com a Polícia Militar, reforça os indícios de que rotas terrestres da região estão sendo usadas para escoar minério de alto valor sem qualquer tipo de registro oficial.
Segundo informações divulgadas pela FolhaBV, o flagrante ocorreu em Bonfim, município que faz fronteira com a Guiana.
O episódio reacende o debate sobre a vulnerabilidade das fronteiras brasileiras e os riscos do contrabando de ouro, atividade que movimenta cifras milionárias e está diretamente ligada a crimes ambientais e financeiros.
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Como ocorreu a apreensão
O suspeito, identificado como R.L.S., de 29 anos, conduzia um Onix branco quando foi abordado por policiais da 5ª Companhia Independente de Policiamento de Fronteira (5ª CIPMFRON).
Durante a fiscalização, apresentou sua CNH, mas não portava os documentos obrigatórios do veículo.
Ao ser questionado, afirmou que o carro pertencia a um homem chamado “Jeferson”, mas a checagem revelou que o automóvel estava registrado em nome de outra pessoa.
Diante das contradições, os agentes decidiram realizar buscas detalhadas e localizaram as barras de ouro escondidas no interior do veículo.
Suspeitas de contrabando e rota internacional
Em depoimento preliminar, R.L.S. disse ser natural do Pará e ter chegado a Roraima no dia anterior, mas não soube explicar a origem do ouro.
O caso foi encaminhado à Polícia Federal, que investigará possíveis vínculos com garimpo ilegal e redes de contrabando.
A apreensão reforça a percepção de que Roraima se tornou uma rota estratégica para o transporte clandestino de ouro.
A proximidade com a Guiana facilita a saída do metal para o exterior, muitas vezes sem registro oficial, o que abre espaço para esquemas de lavagem de dinheiro e exportações ilegais.
Impacto econômico e riscos associados
O valor da carga apreendida, superior a R$ 1,1 milhão, evidencia o peso econômico desse tipo de atividade criminosa.
O ouro é um dos minérios mais visados por organizações criminosas, não apenas pelo alto valor de mercado, mas também pela facilidade de ocultação e revenda em mercados internacionais.
Além do impacto financeiro, especialistas destacam que a extração ilegal está associada à degradação ambiental em áreas de floresta e terras indígenas, agravando conflitos socioambientais.
Estima-se que bilhões de reais circulem anualmente em atividades desse tipo, sem retorno para os cofres públicos.
Fiscalização intensificada na BR-401
A BR-401, que liga Boa Vista ao município de Bonfim e à fronteira com a Guiana, já é considerada uma das principais rotas de transporte de mercadorias na região.
Operações de fiscalização têm sido intensificadas justamente por se tratar de um corredor estratégico para o contrabando de ouro.
Sem interceptações como a do último sábado, cargas milionárias poderiam atravessar a fronteira sem qualquer controle legal, fortalecendo redes criminosas que atuam no garimpo e no comércio clandestino de minérios.
O próximo passo da investigação
Agora, caberá à Polícia Federal aprofundar as apurações para descobrir de onde vieram as barras de ouro, quem está por trás do transporte e qual a extensão da rede criminosa envolvida.
O resultado da investigação poderá revelar não apenas a origem do minério, mas também conexões com garimpos clandestinos e rotas internacionais de lavagem.
E você, acredita que a intensificação da fiscalização na BR-401 é suficiente para conter o contrabando de barras de ouro? Ou considera que o problema está na origem, com o avanço do garimpo ilegal?
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