SoftBank aposta em dirigíveis movidos a energia solar para substituir torres de celular no Japão, oferecendo 5G com baixa latência, maior alcance e cobertura equivalente a 25 torres terrestres.
Fim das torres de celular? A SoftBank, holding japonesa de comunicações, está desenvolvendo um projeto para oferecer cobertura móvel aérea de redes 4G e 5G sem a necessidade de torres terrestres. A iniciativa usa aeronaves estratosféricas movidas a energia solar, que funcionam como torres de celular de alta altitude.
A proposta tem potencial para transformar a infraestrutura de telecomunicações, já que as aeronaves carregam o mesmo hardware das estações base tradicionais e podem cobrir áreas extensas, incluindo locais de difícil acesso.
Como funcionam as aeronaves estratosféricas da SoftBank?
Os dirigíveis desenvolvidos pela SoftBank utilizam painéis solares e consomem apenas 10 quilowatts de energia para se manter em operação. A estrutura é completamente selada e reforçada, capaz de resistir às condições adversas da estratosfera.
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As aeronaves operam a cerca de 20 km de altitude e permanecem no ar por meses. Por utilizarem protocolos 3GPP, padrão global de conectividade, conseguem integrar-se às redes já existentes.
Em comparação com os satélites de internet, como os da Starlink, os dirigíveis têm vantagens importantes. Eles ficam muito mais próximos da superfície terrestre – os satélites operam a mais de 500 km de altitude – o que garante latência reduzida, abaixo dos 20 milissegundos, e direcionamento mais preciso do sinal.
Cobertura equivalente a 25 torres terrestres
Cada aeronave pode oferecer cobertura a uma área semelhante à atendida por 25 torres de celular convencionais, transmitindo em frequências que variam entre 700 MHz e 2,6 GHz. A tecnologia permite conexão direta com smartphones e outros dispositivos, sem a necessidade de equipamentos intermediários.
Essa característica torna os dirigíveis uma solução viável para substituir parte da infraestrutura terrestre. Também amplia o alcance do sinal em locais isolados, onde a construção de torres seria mais cara ou inviável.
Integração e possíveis usos no futuro
A SoftBank pretende integrar as aeronaves às redes móveis existentes, oferecendo suporte tanto ao 4G quanto ao 5G. A empresa ainda avalia se a tecnologia será usada de forma permanente, substituindo gradualmente as torres, ou se terá aplicação específica em emergências, como desastres naturais que danificam a infraestrutura de telecomunicações.
Segundo a companhia, os primeiros testes estão programados para 2026. Caso sejam bem-sucedidos, a implementação comercial deve começar nos anos seguintes.
Vantagens da cobertura móvel aérea
A tecnologia da SoftBank traz benefícios relevantes:
- Redução da latência, com maior estabilidade do sinal.
- Maior alcance em áreas rurais ou de difícil acesso.
- Menor custo de instalação em comparação com torres terrestres.
- Possibilidade de restaurar rapidamente a comunicação em situações de emergência.
Além disso, a operação próxima da superfície terrestre facilita o direcionamento do sinal e melhora a qualidade das conexões em comparação com serviços via satélite.
O Japão como pioneiro na tecnologia
A SoftBank aposta que a tecnologia poderá posicionar o Japão como referência mundial em soluções de conectividade aérea. Com uma cobertura potencialmente maior e custos reduzidos, os dirigíveis podem redefinir a forma como as redes móveis são distribuídas, diminuindo a dependência de torres físicas.
Ainda não há uma previsão oficial de preços para o serviço. A companhia informou que os testes serão usados para medir a eficiência da tecnologia, o tempo de operação contínua das aeronaves e a integração com a rede existente.
Futuro das telecomunicações
A iniciativa da SoftBank indica que o fim das torres de celular tradicionais pode estar próximo em algumas regiões. Embora a tecnologia terrestre continue essencial por muitos anos, os dirigíveis podem oferecer uma alternativa viável para expandir o sinal de internet móvel, principalmente em locais remotos.
Se os testes planejados para 2026 forem bem-sucedidos, a expectativa é que a cobertura móvel aérea seja adotada em maior escala no Japão e, posteriormente, em outros países.