Maior usina de hidrogênio verde do mundo avança com US$ 8,4 bi, 4 GW renováveis e 600 toneladas diárias de produção para abastecer cidades com energia limpa em escala industrial.
No coração de um megaprojeto energético global que está remodelando o futuro da matriz internacional, um investimento de US$ 8,4 bilhões (aprox. R$ 41 bilhões) está dando vida à maior planta de hidrogênio verde do planeta. A estrutura colossal, localizada em NEOM, na Arábia Saudita, prepara-se para produzir 600 toneladas de hidrogênio verde por dia, volume suficiente para abastecer frotas inteiras de caminhões, indústrias e até cidades completas com energia limpa, sem combustíveis fósseis e sem emissões de carbono.
Usando apenas energia solar e eólica em plena escala industrial, o empreendimento marca um capítulo histórico na transição energética mundial: pela primeira vez, uma planta voltada exclusivamente ao hidrogênio renovável nasce para operar não como piloto experimental, mas como solução prática e comercial de grande porte.
Este não é um projeto conceitual, nem um protótipo tecnológico é uma fábrica real, em construção, com data prevista de operação comercial e contratos já firmados para venda de combustível limpo para mercados globais.
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E os números dão a dimensão desse salto histórico.
Produção colossal para redefinir o mercado global de energia limpa
A planta deverá gerar:
• 600 toneladas de hidrogênio verde por dia
• Mais de 220 mil toneladas por ano em forma de amônia verde
• Energia renovável dedicada: 4 gigawatts (GW) de eólica e solar
• Emissões evitadas: 3 milhões de toneladas de CO₂/ano
Na prática, a capacidade seria suficiente para substituir, todos os anos, o equivalente ao consumo de:
• 15 mil caminhões a diesel pesados
• frota urbana completa de grandes metrópoles
• milhares de ônibus urbanos e veículos logísticos industriais
Especialistas do setor classificam esse marco como o início da industrialização global do hidrogênio verde, etapa fundamental para descarbonizar setores onde baterias elétricas não conseguem atuar com eficiência como transporte pesado, siderurgia, petroquímica e fertilizantes.
Um projeto integrado com infraestrutura gigantesca
O megacomplexo está estruturado para operar como um sistema energético completo, envolvendo:
• Usinas solares de altíssima irradiância no deserto
• Parques eólicos costeiros aproveitando ventos constantes do Mar Vermelho
• Sistema de produção eletrolítica de larga escala (tecnologia Thyssenkrupp)
• Planta de amônia verde para transporte global
• Linhas de transmissão dedicadas
A energia captada alimentará eletrolisadores gigantes capazes de separar hidrogênio do oxigênio da água, com pureza industrial e eficiência energética otimizada.
É a transformação de uma região árida em um epicentro tecnológico e energético, capaz de exportar combustível do futuro para os principais hubs mundiais.
Quem está por trás dessa operação bilionária da maior usina de hidrogênio verde do mundo
O projeto pertence à NEOM Green Hydrogen Company (NGHC), uma sociedade entre três gigantes globais:
• Air Products — líder mundial em gases industriais (EUA)
• ACWA Power — gigante saudita de energia renovável
• NEOM — mega-zona futurista de US$ 500 bilhões em desenvolvimento
A Air Products já fechou contrato de compra da produção por 30 anos, garantia estratégica que demonstra a confiança global no mercado do hidrogênio limpo.
Um marco para a Arábia Saudita e para o planeta
A iniciativa faz parte do plano Vision 2030, que busca:
• diversificar a economia saudita
• reduzir dependência do petróleo
• transformar o país em hub de energia limpa
A região de NEOM já abriga outros megaprojetos, como a cidade linear The Line, a futurística ilha Sindalah e zonas industriais automatizadas, mas o complexo de hidrogênio representa a espinha dorsal energética dessa transformação, projetada para abastecer inclusive setores de mobilidade do novo ecossistema urbano.
Por que este projeto muda o jogo
Até agora, grande parte dos projetos globais de hidrogênio verde era piloto ou limitada a operações regionais. A planta de NEOM inaugura a era das soluções industriais escaláveis, transformando o hidrogênio em:
• combustível comercial real
• commodity estratégica global
• alternativa viável para descarbonização pesada
Na prática, inaugura um novo capítulo:
o hidrogênio verde deixa de ser promessa tecnológica e se torna indústria de grande escala.
Impacto geopolítico e econômico
Com esse mega-investimento, a Arábia Saudita entra no mapa mundial da energia limpa com protagonismo, posicionando-se como:
• grande produtor global de hidrogênio
• fornecedor estratégico para Europa e Ásia
• polo de inovação energética
E mais: abre caminho para projetos semelhantes no Oriente Médio, África, América Latina e Oceania — regiões com alta incidência solar e potencial eólico.
Consultorias internacionais estimam que o mercado global de hidrogênio verde poderá movimentar US$ 1 trilhão por ano até 2050, e este complexo é o ponto de partida mais concreto dessa economia.



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