1. Início
  2. / Energia Renovável
  3. / Projeto de lei ameaça inviabilizar o setor de energias renováveis
Localização RN Tempo de leitura 7 min de leitura Comentários 0 comentários

Projeto de lei ameaça inviabilizar o setor de energias renováveis

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 03/11/2025 às 09:06
Parque eólico à beira-mar sob céu parcialmente nublado durante o meio-dia.
Turbinas eólicas à beira-mar giram sob um céu de poucas nuvens em uma tarde de sol.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Entenda como o PL 4.386/2024 pode inviabilizar o setor de energias renováveis, criando obstáculos legais e afetando investimentos no Rio Grande do Norte.

O setor de energias renováveis no Brasil cresceu de forma significativa nas últimas décadas; portanto, consolidou o país como um dos líderes na produção de energia limpa, especialmente a eólica e a solar.

Além disso, estados como o Rio Grande do Norte se destacam nesse cenário, graças a condições naturais favoráveis e aos investimentos contínuos em infraestrutura e tecnologia.

No entanto, o Projeto de Lei 4.386/2024 alerta que medidas legais mal estruturadas podem inviabilizar o setor de energias renováveis.

Essas medidas ameaçam não apenas o desenvolvimento econômico, mas também os avanços sociais e ambientais conquistados ao longo dos anos.

Historicamente, o Brasil deu passos importantes na diversificação de sua matriz energética.

Durante a década de 1990, o país começou a investir de forma mais consistente em fontes alternativas de energia, porque buscava reduzir a dependência de combustíveis fósseis e ampliar a geração de eletricidade com baixo impacto ambiental.

Por isso, a energia eólica começou a ganhar espaço no início dos anos 2000, quando estudos sobre ventos favoráveis no Nordeste mostraram o potencial da região para gerar eletricidade de forma eficiente e sustentável.

Já a energia solar, apesar de mais recente, cresceu rapidamente na última década. Isso aconteceu devido à queda nos custos dos painéis fotovoltaicos e ao aumento da demanda por energia limpa e acessível.

Além disso, o crescimento do setor de renováveis no Brasil ocorre em um contexto de maior conscientização ambiental global.

O país passou a participar de acordos internacionais de redução de emissões de gases de efeito estufa e compromissos relacionados à transição energética.

Nesse sentido, manter um ambiente favorável para novos projetos de energia limpa se torna estratégico não apenas para o Rio Grande do Norte, mas para todo o país.

Portanto, medidas que complicam o licenciamento ou criam burocracia excessiva podem inviabilizar o setor de energias renováveis, retrocedendo conquistas históricas.

O papel do Rio Grande do Norte na energia limpa

O Rio Grande do Norte tornou-se referência nacional nesse contexto.

Com centenas de parques eólicos em operação, o estado produz uma parcela significativa da energia eólica do país.

Além disso, os investimentos geraram desenvolvimento local, empregos, renda para proprietários rurais e melhorias em infraestrutura em regiões historicamente esquecidas.

Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, os setores eólico e solar geraram milhares de empregos diretos e indiretos e bilhões de reais em investimentos nos últimos anos, consolidando o Rio Grande do Norte como protagonista na produção de energia limpa.

No entanto, o PL 4.386/2024 propõe regras que, segundo especialistas e representantes do setor, podem inviabilizar o setor de energias renováveis no estado e no país.

Por exemplo, a proposta obriga que qualquer empreendimento eólico com capacidade acima de 3 megawatts realize estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA), independentemente do porte.

Como resultado, até projetos pequenos terão de seguir processos longos e complexos, semelhantes aos de grandes obras industriais, como refinarias.

Essa exigência, considerada desproporcional, cria barreiras para novos investimentos, aumenta os custos e, consequentemente, pode desestimular empresas a expandirem suas operações.

Além disso, o projeto mistura critérios de licenciamento e outorga de diferentes fontes de energia, tratando eólica, solar e termelétrica da mesma maneira.

Para especialistas, essa abordagem ignora as diferenças técnicas e ambientais entre cada tipo de geração, demonstrando desconhecimento sobre a operação e gestão de projetos de energia renovável.

Portanto, cada fonte de energia possui características próprias que exigem análises específicas.

A imposição de regras uniformes pode gerar insegurança jurídica e atrasos na implementação de novos projetos.

Outro aspecto relevante é que o PL limita contratos a 20 anos, enquanto as concessões tradicionais chegam a 35 anos.

Consequentemente, esse descompasso cria instabilidade e insegurança para investidores, que planejam projetos de longo prazo.

Como resultado, o Brasil corre o risco de perder competitividade frente a outros países que oferecem condições mais previsíveis e seguras para investimentos em energia limpa.

Consultas e impactos sociais

O PL também amplia a consulta a comunidades, conhecida como Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI), para qualquer grupo afetado, e não apenas povos e comunidades tradicionais, como prevê a Convenção 169 da OIT.

Na prática, isso permitiria que grupos vizinhos contestassem projetos, aumentando o risco de judicializações e atrasos.

Por isso, especialistas afirmam que o setor de energias renováveis mantém diálogo aberto com comunidades.

Contratos e parcerias locais promovem benefícios diretos, como renda para proprietários e infraestrutura para a população.

O impacto potencial dessas medidas vai além do ambiente regulatório.

De fato, o setor de energias renováveis desempenha papel central na transição energética brasileira. Essa transição visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis e cumprir compromissos ambientais globais.

Portanto, ao criar obstáculos legais e burocráticos, o PL ameaça não apenas a expansão da energia limpa, mas também a posição do Brasil no cenário internacional.

Países que investem em energia renovável atraem capital estrangeiro, promovem inovação tecnológica e geram empregos qualificados.

Assim, medidas que inviabilizam o setor de energias renováveis podem resultar na perda dessas oportunidades.

O debate sobre o projeto também envolve a questão social.

O deputado Fernando Mineiro, autor do PL, afirma que a proposta corrige distorções sociais e protege comunidades afetadas por grandes parques eólicos e solares.

Ele garante que a legislação busca promover justiça, transparência e participação nos processos de licenciamento.

Embora a intenção de proteger direitos sociais e ambientais seja legítima, críticos afirmam que a lei, na forma atual, pode gerar efeitos opostos.

Ela pode dificultar investimentos e ameaçar o desenvolvimento econômico das regiões envolvidas.

Além disso, a expectativa de retorno rápido sobre investimentos pode sofrer impacto.

De fato, projetos de energia renovável exigem planejamento e acompanhamento de longo prazo. Qualquer mudança nas regras pode comprometer a viabilidade econômica.

Portanto, o setor precisa de estabilidade regulatória para continuar atraindo investidores e garantindo benefícios sociais.

Desafios históricos e econômicos do setor

O setor de energias renováveis no Brasil enfrenta desafios históricos que vão além da legislação.

De fato, a necessidade de ampliar a infraestrutura de transmissão, reduzir gargalos e garantir acesso à tecnologia são questões centrais para o crescimento sustentável.

Consequentemente, um ambiente regulatório excessivamente rígido ou mal planejado agrava esses desafios.

Por isso, especialistas defendem diálogo, base técnica e regras equilibradas, que permitam o crescimento do setor sem comprometer direitos sociais e ambientais.

O impacto econômico do PL também se destaca.

Projetos futuros de energia eólica e solar no Rio Grande do Norte somam dezenas de bilhões de reais em investimentos até 2030.

Portanto, a imposição de exigências rígidas e genéricas pode reduzir o interesse de investidores.

Isso afeta diretamente a economia local e o mercado de trabalho.

Historicamente, o crescimento do setor de energias renováveis ocorre com investimentos previsíveis e estáveis.

Esses investimentos permitem planejamento de longo prazo, inovação tecnológica e geração de empregos qualificados.

Além disso, a transição energética é uma prioridade global.

Países que lideram a produção de energia limpa obtêm vantagens estratégicas em termos de competitividade e sustentabilidade.

Portanto, o retrocesso regulatório não apenas ameaça o progresso nacional, mas também pode comprometer a posição do Brasil em tratados e acordos internacionais de preservação ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa.

A percepção internacional também influencia investimentos.

De fato, empresas estrangeiras consideram o ambiente regulatório, a clareza das regras e o diálogo com comunidades como fatores decisivos.

Assim, se o Brasil criar obstáculos desproporcionais, pode perder oportunidades importantes em um mercado global competitivo.

Caminhos para o equilíbrio regulatório

Diante desse cenário, especialistas e entidades do setor ressaltam que medidas equilibradas são essenciais para garantir que o setor de energias renováveis continue crescendo.

Portanto, políticas públicas e legislação bem estruturadas devem incentivar investimentos, promover inovação tecnológica e proteger comunidades, sem criar barreiras desproporcionais.

A experiência internacional mostra que países que adotam regras claras, transparentes e adaptadas às características locais conseguem atrair investimentos, gerar empregos e reduzir impactos ambientais simultaneamente.

Em conclusão, o Projeto de Lei 4.386/2024 evidencia que decisões legislativas mal estruturadas podem inviabilizar o setor de energias renováveis, com efeitos econômicos, sociais e ambientais significativos.

De fato, a história do Brasil na expansão de energia limpa demonstra que o equilíbrio entre proteção social, preservação ambiental e estímulo a investimentos é fundamental.

O desafio atual consiste em construir um ambiente regulatório que permita ao país manter sua posição de destaque na geração de energia renovável, promover desenvolvimento sustentável e garantir que os benefícios da energia limpa alcancem todas as regiões e comunidades envolvidas.

Portanto, a atenção a essas questões determinará se o Brasil seguirá avançando na transição energética ou sofrerá retrocessos que afetarão gerações futuras.

YouTube Video
Fontes de Energia | Toda Matéria

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x