O Vale do Jequitinhonha e o Norte de Minas vivem uma transformação sem precedentes com a produção recorde de lítio em 2024. Foram mais de 944 mil toneladas extraídas, quase quatro vezes o volume de 2023. A conquista reflete o impacto do Programa Vale do Lítio, lançado pelo governo mineiro, que já atraiu bilhões em investimentos, multiplicou empregos e colocou a região no mapa global da transição energética.
A produção de lítio no Vale do Jequitinhonha e no Norte de Minas atingiu números históricos em 2024, impulsionando uma transformação econômica regional sem precedentes.
O Programa Vale do Lítio, lançado em 2023 pelo Governo de Minas, já se consolidou como motor desse crescimento, atraindo investimentos bilionários, gerando milhares de empregos e criando um ambiente de negócios competitivo em uma das áreas mais carentes do estado.
Produção recorde e investimentos
Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), a produção superou 944 mil toneladas de lítio em 2024, quase quatro vezes mais que as 263 mil toneladas registradas em 2023.
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Esse salto fortaleceu a posição de Minas Gerais como referência no setor, especialmente no contexto global de transição energética.
O programa já atraiu R$ 6,3 bilhões em investimentos e projeta criar quase 5 mil empregos diretos.
O governador Romeu Zema destacou a importância da iniciativa: “Desde que lançamos o programa Vale do Lítio, temos conseguido atrair um grande volume de investimentos para a região, com fornecimento de infraestrutura, incentivo à tecnologia, qualificação na mão obra. E isso significa mais empregos e mais oportunidades para os mineiros”.
Industrialização e inovação
Minas Gerais abriga hoje a única planta química nacional de compostos de lítio, operada pela Companhia Brasileira de Lítio (CBL), em Divisa Alegre.
De acordo com o diretor-presidente da empresa, Vinícius Alvarenga, a produção cresceu cinco vezes desde 2021 e deve dobrar nos próximos dois anos.
Ele ressalta, no entanto, que a falta de mão de obra qualificada ainda é um desafio. “O principal desafio tem sido a falta de mão de obra qualificada, mas vemos o apoio de programas valiosíssimos para formação técnica básica”, afirmou.
O Estado aposta em programas de capacitação, como o Trilhas de Futuro e o Minas Forma, e também em medidas estratégicas como benefícios fiscais para estimular o beneficiamento químico, fundamental para a produção de carbonato e hidróxido de lítio, essenciais na indústria global de baterias.
Impacto social e novas oportunidades
A chegada de grandes empresas do setor mineral também abriu espaço para histórias de vida transformadas.
Isabela Guedes Otoni, engenheira química da Sigma Lithium, nasceu em Araçuaí e, após estudar em Belo Horizonte, conseguiu sua primeira oportunidade profissional justamente em sua cidade natal. “Para mim é muito mais do que um sonho. Exatamente pela minha formação, jamais imaginei voltar para cá. Hoje não me vejo fora da minha região”, relatou.
O mercado de trabalho local passou por forte crescimento. Em Araçuaí, o número de trabalhadores formais na indústria mais que dobrou, saltando de 312 em 2020 para 728 em 2024. Em Itinga, a evolução foi semelhante: em 2023, houve aumento de 100,9% nos empregos formais da indústria, especialmente na mineração, totalizando 722 postos.
Com os resultados obtidos em pouco mais de um ano de programa, o Vale do Jequitinhonha e o Norte de Minas passam por uma virada histórica.
O crescimento da produção, a atração de investimentos e a abertura de oportunidades profissionais sinalizam que o lítio se tornou vetor central do desenvolvimento regional.
O Programa Vale do Lítio, ao articular investimentos, capacitação e benefícios fiscais, transformou o semiárido mineiro em referência para a nova economia energética e em espaço de esperança para milhares de trabalhadores.