O Ministério do Desenvolvimento Agrário cria grupo de trabalho para propor medidas que tornem a produção leiteira no Brasil mais sustentável, com foco em cooperativas e crédito rural acessível
A produção leiteira no Brasil é uma das bases da agricultura familiar, movimentando milhares de pequenos produtores em todas as regiões do país, segundo uma matéria publicada.
No entanto, oscilações de mercado, altos custos e perda de competitividade têm colocado em risco a renda e a permanência de muitas famílias no campo.
Com o objetivo de enfrentar esses desafios, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) instituiu, no último dia 22 de outubro, o Grupo de Trabalho da Cadeia Leiteira da Agricultura Familiar (GT-Leite), por meio da Portaria nº 55.
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O grupo tem a missão de propor soluções práticas e estruturantes para garantir estabilidade e sustentabilidade à cadeia produtiva do leite.
O colegiado, coordenado pela Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia (SAF), contará também com representantes da Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB), da Secretaria Executiva, da Assessoria Especial do Gabinete do Ministro e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A atuação conjunta dessas instituições demonstra a importância estratégica do leite como pilar da segurança alimentar e do desenvolvimento rural brasileiro.
Crédito rural sustentável como ferramenta de apoio à agricultura familiar
Um dos principais focos do GT-Leite será ampliar o acesso ao crédito rural sustentável, garantindo condições financeiras adequadas para os pequenos produtores enfrentarem os custos crescentes de produção.
De acordo com o MDA, a iniciativa busca criar um ambiente de estabilidade que permita o planejamento das atividades e o fortalecimento das propriedades familiares.
A proposta é oferecer linhas de financiamento específicas, voltadas à modernização das estruturas produtivas e à redução de impactos ambientais, consolidando uma produção leiteira no Brasil mais eficiente e responsável.
O grupo de trabalho tem prazo inicial de 30 dias, prorrogáveis por igual período, para apresentar um relatório com diagnósticos e propostas ao ministro Paulo Teixeira.
As medidas devem contemplar desde incentivos à industrialização local até ações de valorização do produto final, ampliando o valor agregado do leite e dos seus derivados na agricultura familiar.
Cooperativismo e inclusão produtiva fortalecem a cadeia do leite
O fortalecimento do cooperativismo na agricultura familiar será outro eixo essencial de trabalho do GT-Leite.
Segundo o secretário Vanderley Ziger, as cooperativas têm papel central na articulação entre produtores, mercados e políticas públicas, sendo fundamentais para garantir renda e estabilidade aos agricultores.
O grupo prevê o envolvimento direto de entidades representativas, movimentos sociais, instituições de pesquisa e governos locais, promovendo uma construção coletiva de soluções que respeitem a diversidade regional e as realidades produtivas do campo.
Com a participação de cooperativas e associações, espera-se ampliar o acesso a mercados institucionais e melhorar os canais de comercialização, garantindo que a produção leiteira no Brasil mantenha competitividade e gere mais oportunidades para os pequenos produtores.
Sustentabilidade ambiental e inovação tecnológica no campo
A promoção da sustentabilidade ambiental e inovação tecnológica no campo integra o conjunto de metas estratégicas do GT-Leite.
As medidas incluem incentivo ao uso de tecnologias limpas, melhoria da qualidade do leite e capacitação técnica dos produtores.
O MDA planeja articular parcerias com instituições de ensino e pesquisa para implementar boas práticas de manejo, controle de qualidade e redução de desperdícios.
Essas ações visam assegurar uma produção leiteira no Brasil mais moderna, sustentável e alinhada às demandas do mercado consumidor.
A expectativa é que, com a integração entre políticas públicas, crédito, cooperativismo e inovação, o novo grupo de trabalho contribua para fortalecer a economia rural e valorizar o papel essencial das famílias produtoras de leite em todo o país.



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