Com 14,6% da produção de mel no Brasil, o Paraná assume a liderança nacional. Arapoti e Ortigueira ganham destaque, enquanto o setor apícola cresce com sustentabilidade e recordes
A produção de mel no Paraná ganhou destaque no cenário nacional e consolidou o estado como líder do setor apícola em 2024, segundo uma matéria publicada.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Paraná respondeu por 14,6% do total produzido no País, o equivalente a 9,8 mil toneladas, superando pela primeira vez todos os outros estados.
O volume representa um aumento de 16% em relação ao ano anterior e marca o melhor resultado da série histórica iniciada em 2016.
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Esse avanço coloca o Paraná à frente de estados como Piauí, que obteve 12,6% da produção, Rio Grande do Sul (12%), Minas Gerais (10,9%), São Paulo (10%) e Ceará (9%).
Apesar do destaque paranaense, o Nordeste segue sendo a principal região produtora, com 26.527 toneladas, mostrando a força da atividade apícola em diferentes biomas do Brasil.
Crescimento da apicultura no Paraná impulsionado por Arapoti e Ortigueira
Um dos fatores que reforçam a liderança paranaense está no desempenho dos municípios de Arapoti e Ortigueira, situados na região dos Campos Gerais.
Arapoti alcançou o segundo lugar no ranking nacional de produção, com 1.125.130 quilos de mel, enquanto Ortigueira aparece na quinta colocação, com 805 mil quilos.
Esses dois polos de referência ajudaram a alavancar a representatividade estadual, consolidando uma cadeia produtiva sólida e estratégica.
O setor enfrenta desafios significativos, como mudanças climáticas, uso intensivo de agrotóxicos, desmatamento e poluição ambiental.
Ainda assim, especialistas do Deral (Departamento de Economia Rural) destacam a resiliência da apicultura paranaense, que conseguiu manter altos níveis de produtividade.
Essa adaptação demonstra como os produtores locais têm investido em boas práticas e tecnologia para garantir qualidade e segurança alimentar.
Dados recordes da produção nacional de mel e impactos no mercado
O levantamento do IBGE registrou, em 2024, uma produção nacional de 67.304 toneladas de mel, o maior volume já contabilizado desde o início da série histórica.
A conquista evidencia a força do setor, que tem batido recordes anuais. Para o Paraná, que responde sozinho por quase 15% desse total, o resultado reforça o protagonismo no mercado interno e externo.
O mel paranaense tem grande aceitação no mercado internacional devido à qualidade e ao padrão de exportação.
Esse reconhecimento permite ao estado ampliar sua participação em negociações globais, favorecendo produtores e cooperativas locais.
Além disso, o crescimento da apicultura dialoga com outras cadeias produtivas rurais, como soja e trigo, reforçando a diversificação agrícola regional.
Exportações, soja e trigo fortalecendo a economia paranaense
Embora o foco esteja na produção de mel no Paraná, o Boletim Semanal do Deral também destaca a relevância de outros setores agrícolas.
Entre janeiro e agosto de 2024, as exportações de soja atingiram 11,15 milhões de toneladas, enquanto o plantio da nova safra já alcançava 26% da área estimada, cerca de 5,77 milhões de hectares.
O trigo também aparece como um produto estratégico, com 825 mil hectares plantados e expectativa de 2,68 milhões de toneladas colhidas neste ciclo. Em setembro, mais da metade da área já havia sido colhida, alcançando 1 milhão de toneladas.
O preço médio da saca foi cotado em R$ 65, valor que ainda sofre pressão por conta das colheitas em estados vizinhos, como Rio Grande do Sul e também da Argentina.
Esses números reforçam como o Paraná se mantém em posição de destaque no agronegócio nacional, equilibrando produções diversas que vão desde a apicultura até grandes culturas exportadoras.
Sustentabilidade, suinocultura e floricultura no cenário paranaense
Outro ponto de atenção no setor agrícola é a sustentabilidade, que tem se tornado essencial também na cadeia apícola.
A manutenção de abelhas em equilíbrio com o ambiente garante polinização natural, beneficiando não apenas a produção de mel, mas também diversas culturas agrícolas.
Na suinocultura, o estado registrou aumento de 33,9% na criação de animais voltados para reprodução, com destaque para Ouro Verde do Oeste (21,6% do total estadual), Toledo (16,7%) e São Pedro do Iguaçu (8,9%).
O Valor Bruto de Produção (VBP) de suínos machos reprodutores teve um salto de 145%, alcançando R$ 395,5 milhões em 2024.
Além disso, a floricultura também ganha espaço, com R$ 164,7 milhões de receita bruta apenas na produção de gramados e plantas ornamentais.
Maringá e Curitiba aparecem como as regiões líderes nesse setor, movimentando milhões e gerando empregos locais.
Esse cenário mostra que a produção de mel no Paraná faz parte de um contexto mais amplo, em que diversas atividades agrícolas se interligam e fortalecem a economia estadual.
Com investimentos em tecnologia, qualidade e sustentabilidade, o estado avança em competitividade e diversificação produtiva.