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Produção de biometano deve triplicar até 2027, aponta Copersucar

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 13/10/2025 às 07:36
Vista aérea de uma indústria com silos metálicos e galpões sob céu claro ao meio-dia.
Vista aérea mostra uma área industrial com grandes silos de armazenamento e galpões, iluminados pela luz do meio-dia.
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Brasil deve expandir a produção de biometano; setor deve triplicar até 2027, impulsionando energia limpa, economia verde e redução de emissões.

O Brasil vive um momento histórico importante no setor energético, e, consequentemente, observa uma crescente atenção às fontes renováveis e à sustentabilidade.
Entre os avanços mais significativos, destaca-se o biometano, um combustível renovável que vem ganhando espaço no país.
Segundo estudo recente da Copersucar, a produção de biometano deve triplicar até 2027, o que sinaliza uma transformação significativa na matriz energética nacional e, além disso, abre novas oportunidades para a economia verde.

O biometano se obtém a partir da purificação do biogás, que surge da decomposição de resíduos orgânicos como vinhaça, bagaço de cana, resíduos da pecuária e lodo de estações de tratamento de esgoto.
Esse processo torna o biometano totalmente intercambiável com o gás natural fóssil; portanto, ele pode ser utilizado em processos industriais, no transporte pesado e em diversas aplicações que, até então, dependiam de combustíveis fósseis.
Historicamente, a busca por alternativas ao petróleo e ao gás natural motivou políticas ambientais, econômicas e geopolíticas.
Dessa forma, o biometano surge como uma resposta promissora a esses desafios.

Atualmente, o Brasil opera com dez plantas produtoras de biometano, que geram cerca de 656 mil metros cúbicos por dia.
No entanto, com os investimentos planejados e a expansão do setor, o país deve alcançar 52 unidades até 2027, atingindo uma capacidade total de 2,3 milhões de metros cúbicos por dia.
Essa projeção de crescimento evidencia não apenas o potencial do biometano como combustível, mas também o compromisso do país com a descarbonização e a economia circular.

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São Paulo lidera a transição energética

O Estado de São Paulo se destaca nesse cenário; de fato, possui condições favoráveis, como abundância de substratos do setor sucroenergético e infraestrutura consolidada.
Portanto, São Paulo concentra cerca de 40% da produção nacional e 31% dos projetos de expansão.
A projeção indica que o potencial paulista pode chegar a 36 milhões de metros cúbicos por dia.
Esse volume é suficiente para substituir integralmente o consumo industrial de gás natural ou até 85% do diesel utilizado no Estado.

Esse contexto histórico reforça a importância estratégica da região, que desempenhou papel central na economia brasileira por meio da produção de açúcar e etanol e, assim, agora se firma como protagonista na transição energética.
Além disso, a experiência acumulada na logística, transporte e processamento de biomassa permite que São Paulo avance rapidamente na produção de biometano.
Dessa forma, os resíduos agroindustriais são aproveitados de forma eficiente e sustentável.

O crescimento do setor de biometano também fortalece a economia circular, aproveitando resíduos orgânicos que, de outro modo, iriam para descarte.
Usinas que produzem biometano podem, dessa forma, utilizar o combustível em suas próprias operações, reduzindo custos e emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, o setor tem potencial para gerar emprego e renda, movimentando investimentos significativos.
Estima-se que, apenas no Estado de São Paulo, a cadeia do biogás e biometano poderá criar cerca de 20 mil postos de trabalho nos próximos anos e atrair mais de 22 bilhões de reais em investimentos.
Esse crescimento promove desenvolvimento regional e inclusão econômica.
Ele contribui também para diversificar a economia local, estimulando pequenos produtores, cooperativas e empresas voltadas à logística e ao transporte de biometano.

Benefícios ambientais e sociais do biometano

O biometano reduz de forma significativa o impacto ambiental; de fato, estudos mostram que seu uso pode diminuir em mais de 90% as emissões de gases de efeito estufa em comparação ao gás natural e ao diesel.
No transporte pesado, o biometano poderia substituir mais de 50% das importações brasileiras de diesel, fortalecendo a segurança energética do país e, assim, tornando a matriz energética mais resiliente e diversificada.

Nesse sentido, o biometano não se limita a uma alternativa energética: ele integra objetivos econômicos e ambientais.
Historicamente, o Brasil desenvolveu uma tradição no uso de biocombustíveis, especialmente com o programa Proálcool, iniciado na década de 1970, que introduziu o etanol como alternativa à gasolina.

Esse movimento criou uma base tecnológica, logística e de conhecimento que, consequentemente, facilita a expansão do biometano.
Além disso, a experiência acumulada com o etanol e a biomassa do setor sucroenergético fornece insumos, processos e expertise que permitem que a produção de biometano cresça de maneira rápida e eficiente.
Dessa forma, o setor aproveita a infraestrutura existente e o conhecimento técnico desenvolvido ao longo de décadas.

A expansão do biometano também reduz impactos ambientais relacionados ao descarte inadequado de resíduos orgânicos.
Ao transformar esses resíduos em energia limpa, o setor mitiga emissões de metano e outros poluentes, fortalece a economia verde e, dessa forma, gera benefícios diretos à saúde e ao meio ambiente.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar das perspectivas promissoras, o estudo da Copersucar identifica desafios importantes.
O setor precisa de investimentos em infraestrutura de abastecimento e transporte, principalmente para atender regiões do interior.
O transporte do gás na forma comprimida (GNC) já apresenta eficiência, mas precisa de padronização e maior escala para se consolidar nacionalmente.

Além disso, aumentar a frota de veículos movidos a biometano é essencial para criar demanda consistente e viabilizar economicamente os investimentos em novas plantas.
Portanto, esses desafios exigem políticas públicas e incentivos claros, garantindo que o crescimento do setor seja sustentável e contínuo.
O planejamento estratégico deve alinhar produtores, distribuidores, indústrias e frotas de transporte.
Consequentemente, a cadeia produtiva se fortalece e a confiança de investidores se mantém.

O biometano representa muito mais do que um combustível; ele oferece oportunidades de desenvolvimento sustentável, redução de emissões e diversificação da matriz energética nacional.
O país tem condições de se tornar um líder global na produção de biometano, aproveitando a expertise do setor sucroenergético e consolidando a economia verde como motor de crescimento.

Com estímulos adequados, planejamento estratégico e visão de longo prazo, a produção de biometano deve triplicar até 2027.
Dessa forma, o país transforma a realidade energética brasileira e abre caminho para um futuro mais limpo e eficiente.

Além do impacto ambiental, o biometano promove geração de empregos, investimentos regionais e aproveitamento de resíduos orgânicos.
Assim, ele fortalece comunidades e incentiva o desenvolvimento local.

Historicamente, políticas que integram sustentabilidade e desenvolvimento econômico mostraram resultados positivos no Brasil.
O biometano segue essa lógica, provando que é possível unir inovação tecnológica, cuidado ambiental e crescimento econômico de forma harmoniosa.

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Biometano no Brasil: entenda o avanço do mercado do gás verde | InvestNews BR

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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