A cotonicultura brasileira destaca-se pela alta produtividade, exportações recordes e sustentabilidade, consolidando a produção de algodão no Brasil entre as principais forças do agronegócio nacional
A produção de algodão no Brasil é uma das grandes protagonistas do agronegócio nacional e está consolidada entre as cinco principais lavouras do país, segundo uma matéria publicada.
O setor movimenta bilhões de reais, gera empregos e fortalece a imagem do Brasil como potência agrícola mundial.
Segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Valor Bruto da Produção (VBP) da cotonicultura alcançou R$ 36,6 bilhões até agosto de 2025, resultado do avanço tecnológico, da sustentabilidade e da eficiência produtiva que marcam o campo brasileiro.
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No último dia 7 de outubro, data em que se celebra o Dia Mundial do Algodão, o Brasil reforça sua posição de destaque no cenário global.
O cultivo, que ocupa mais de 2 milhões de hectares, representa não apenas uma fonte expressiva de renda, mas também um exemplo de inovação aplicada à agricultura.
Do campo à indústria têxtil e energética, o algodão tem papel essencial na economia e na geração de valor em toda a cadeia produtiva.
Expansão agrícola e produtividade na cotonicultura brasileira
A produção de algodão no Brasil tem apresentado crescimento consistente, impulsionada pelo uso de tecnologias modernas e pela ampliação das áreas de cultivo.
De acordo com o relatório “Perspectivas para a Agropecuária 2025/2026”, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com algodão ultrapassou 2 milhões de hectares, mais que o dobro em relação a ciclos anteriores.
Os estados do Mato Grosso, Bahia, Piauí, Minas Gerais e Tocantins destacam-se pela capacidade produtiva e pelo avanço técnico, que garantem um rendimento médio de 1,89 tonelada de pluma por hectare.
Mesmo com uma leve redução de 2,7% na produtividade, a produção total deve crescer 0,7%, atingindo o recorde histórico de 4,09 milhões de toneladas.
Esses resultados refletem o planejamento e a modernização da agricultura, que permitem ao Brasil manter a cotonicultura como uma das cinco culturas mais rentáveis do país.
A alta rentabilidade e a possibilidade de venda antecipada tornam o algodão uma das principais opções para produtores em busca de estabilidade financeira.
Exportações recordes e fortalecimento do mercado internacional
A produção de algodão no Brasil ocupa lugar de destaque no comércio exterior. O país é atualmente o maior exportador de algodão do mundo, respondendo por 30,7% das importações globais e movimentando US$ 5,2 bilhões em 2024.
Até agosto de 2025, as exportações já somavam quase R$ 3 bilhões, com destaque para mercados como Vietnã, Turquia, China, Índia, Indonésia e Egito, conforme dados do Sistema Agrostat do Mapa.
Esse desempenho reforça o papel estratégico da cotonicultura brasileira na balança comercial e na geração de divisas.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que o algodão simboliza a força do agronegócio nacional, unindo tecnologia, sustentabilidade e inovação.
Cada hectare cultivado representa, segundo ele, emprego, renda e credibilidade internacional, consolidando o Brasil como referência mundial na produção e exportação do produto.
Sustentabilidade e inovação na cadeia do algodão
A produção de algodão no Brasil não se destaca apenas pela quantidade, mas também pela qualidade e pelo compromisso com a sustentabilidade agrícola.
As práticas adotadas nas lavouras priorizam o uso racional de recursos naturais, manejo adequado do solo e redução de impactos ambientais.
A Embrapa Algodão tem papel fundamental nesse processo, desenvolvendo pesquisas voltadas ao aproveitamento integral da planta.
As fibras curtas e o caroço do algodão são ricos em celulose, substância usada na produção de papel, tecidos e aditivos alimentares.
Já o óleo extraído do caroço serve para a indústria alimentícia e para a fabricação de biodiesel, reforçando o potencial energético e ecológico do setor.
Além disso, o farelo e a torta de algodão são amplamente utilizados na alimentação animal, fornecendo proteína de alta qualidade, especialmente para ruminantes, como bois.
Essa versatilidade amplia o alcance da cotonicultura e a torna essencial para diferentes segmentos econômicos.
Crescimento regional e impacto socioeconômico da cotonicultura
A produção de algodão no Brasil tem impulsionado o desenvolvimento de regiões estratégicas, como o Centro-Oeste e o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde a cultura ocupa posição de destaque, ficando atrás apenas da soja.
Nessas áreas, o algodão representa uma alternativa sólida para diversificação agrícola e aumento da renda no campo.
O crescimento da cotonicultura também gera efeitos positivos sobre a indústria têxtil nacional, que utiliza grande parte da produção interna para abastecer o mercado doméstico e fortalecer as exportações.
O avanço tecnológico, o uso de maquinários modernos e o investimento em pesquisa resultam em produtos com alto valor agregado, ampliando a competitividade brasileira no cenário global.
Assim, o algodão não é apenas uma lavoura; é um vetor de inovação, emprego e sustentabilidade, consolidando-se como uma das principais forças do agronegócio brasileiro em 2025.