Inovação tecnológica, autonomia ampliada e experiência de pilotagem inédita marcam o modelo indiano, que pode transformar o mercado brasileiro de motos elétricas já no próximo ano.
A indústria de motocicletas elétricas está prestes a passar por uma transformação inédita.
A startup indiana Matter Motors anunciou que deve lançar a primeira moto elétrica do mundo equipada com câmbio manual, chamada de Matter Aera, e o Brasil aparece como um dos mercados potenciais para a chegada do modelo já em 2025.
Este lançamento não apenas introduz um novo conceito de pilotagem para motos elétricas, mas também redefine o padrão tecnológico esperado para veículos de duas rodas, ao unir inovação, eficiência energética e uma experiência de condução que remete ao universo das motocicletas tradicionais a combustão.
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Câmbio manual para moto elétrica e desempenho inovador
O grande destaque da Matter Aera está em seu sistema HyperShift, um câmbio manual de quatro marchas desenvolvido especificamente para motocicletas elétricas.
Diferente de modelos elétricos convencionais, em que a transmissão é direta e sem marchas, a Aera traz uma embreagem tradicional, permitindo ao piloto um controle muito mais preciso sobre a entrega de potência e torque.
De acordo com a fabricante, o objetivo é proporcionar uma experiência de pilotagem próxima à das motos convencionais, oferecendo também respostas imediatas do motor elétrico aliadas ao prazer das trocas de marcha.
Com potência máxima de 11,5 kW — equivalente a cerca de 15,4 cavalos — e torque de impressionantes 53 kgf.m na roda traseira, a Matter Aera acelera de 0 a 40 km/h em apenas 2,8 segundos.
O conjunto motriz utiliza motor central com refrigeração líquida, recurso que melhora a durabilidade e mantém o desempenho estável mesmo em trajetos urbanos ou condições de uso intenso.
O sistema inteligente de refrigeração, chamado IITMS, foi desenhado para manter o motor e os componentes eletrônicos sempre na faixa ideal de temperatura, garantindo maior confiabilidade ao conjunto.
Autonomia, bateria e modos de condução
No que se refere à autonomia, a Matter Aera conta com bateria de 5 kWh e certificação IP67 — padrão internacional que assegura resistência à água e poeira.
Segundo dados da fabricante, o modelo oferece autonomia real de até 125 quilômetros, podendo alcançar 172 quilômetros pelo ciclo indiano IDC, utilizado como referência na Índia.
O carregador é integrado à própria moto, facilitando a recarga em tomadas convencionais e permitindo maior praticidade ao usuário.
O consumo médio pode chegar a apenas R$ 0,25 por quilômetro rodado na Índia, reforçando o apelo de economia e sustentabilidade.
A experiência de pilotagem é enriquecida pelos três modos de condução disponíveis — Eco, City e Sport — que, combinados com as quatro marchas do câmbio HyperShift, oferecem um total de 12 configurações diferentes de pilotagem.
Essa variedade possibilita ao condutor adaptar o desempenho da moto ao seu estilo de condução e às condições do trânsito, proporcionando mais eficiência em percursos urbanos e maior esportividade em vias livres.
Painel tecnológico e conectividade da Matter Aera
Em termos de tecnologia embarcada, a Aera aposta em um painel TFT touchscreen de 7 polegadas, sensível ao toque, com funções de navegação GPS, controle de chamadas, reprodução de músicas e telemetria em tempo real.
O sistema recebe atualizações via OTA (over-the-air) e conta com conectividade total: 4G, Wi-Fi, Bluetooth e o aplicativo proprietário MatterVerse, que permite monitorar o veículo à distância, definir áreas de circulação (geo-fencing), acessar estatísticas detalhadas de uso e até travar ou destravar a moto remotamente pelo smartphone.
Matter Aera: segurança, conforto e engenharia
Os recursos de segurança também são destaque.
A Matter Aera oferece sensores IMU de nove eixos para análise em tempo real da inclinação e movimentação, sistema de freios ABS com duplo disco e a possibilidade de implementação de controle de tração ou ABS de atuação em curvas, tecnologia normalmente presente apenas em modelos premium do mercado internacional.
A suspensão foi desenhada especialmente para o ambiente urbano, trazendo garfo telescópico na dianteira e amortecedores duplos na traseira, entregando conforto e robustez mesmo em pisos irregulares das cidades brasileiras.
Outro ponto importante do projeto é a engenharia verticalizada da Matter Motors.
Com sede em Ahmedabad, na Índia, a empresa controla todo o desenvolvimento, desde o hardware até o software, garantindo integração e qualidade em todos os processos.
Até julho de 2025, já são 375 patentes registradas mundialmente, abrangendo desde o câmbio elétrico, passando pelo sistema inteligente de refrigeração, até tecnologias de carregamento rápido e gerenciamento eletrônico de energia.
Exportação, expansão e novos lançamentos
A expectativa é que as exportações da Matter Aera com câmbio manual comecem em 2025, tendo como foco inicial a América Latina, incluindo o Brasil, além do Sudeste Asiático, África Oriental e parte do sul da Europa.
A meta da fabricante é atingir uma produção de até 120 mil unidades por ano até 2026, demonstrando ambição global e confiança no potencial de crescimento do mercado de motos elétricas.
A Matter Motors também prepara uma expansão de portfólio para os próximos anos.
Entre 2025 e 2027, a companhia planeja lançar scooters elétricas urbanas, motocicletas focadas em uso comercial e uma linha exclusiva de vestuário técnico para motociclistas.
O objetivo é conquistar diferentes perfis de consumidores e consolidar a marca como referência em inovação no segmento de mobilidade elétrica.
Mercado brasileiro e futuro da pilotagem elétrica
No contexto brasileiro, a chegada da Matter Aera pode marcar uma mudança importante no comportamento dos motociclistas que buscam a transição para modelos elétricos sem abrir mão da sensação de pilotagem mecânica tradicional.
Ao unir a praticidade dos veículos elétricos, a economia por quilômetro rodado e a conectividade avançada, o modelo se posiciona como uma das principais apostas para transformar a mobilidade urbana no país.
Será que a tradição das motos com câmbio manual vai conquistar os brasileiros também no universo elétrico, ou a preferência nacional continuará voltada para a simplicidade dos modelos automáticos?
Quem seria o **** que iria querer uma moto elétrica com câmbio manual?