O fim do home office na Amazon gerou revolta entre os funcionários, que não aceitam o retorno ao escritório. A medida é vista como um retrocesso e uma tentativa de forçar demissões. O CEO Andy Jassy defende a decisão, mas o futuro da política de trabalho remoto ainda é incerto.
Você preferiria voltar para a escola a ser obrigado a trabalhar em um escritório todos os dias? Esse é o sentimento que tem dominado os funcionários da Amazon desde que o CEO Andy Jassy anunciou o fim definitivo do home office na empresa.
A decisão provocou reações explosivas e uma onda de demissões, enquanto muitos profissionais já planejam a saída da companhia. A medida pode representar o início de um êxodo sem precedentes na gigante do e-commerce?
O impacto do anúncio: um duro golpe
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O anúncio de Jassy, feito em um memorando na segunda-feira, 16, pegou os colaboradores de surpresa. A partir de janeiro de 2025, todos os funcionários deverão retornar ao escritório cinco dias por semana.
A medida, que reverte a política de trabalho híbrido vigente desde o início da pandemia, gerou indignação entre os trabalhadores, que consideram a mudança um retrocesso.
Muitos apontaram que o novo modelo é mais restritivo do que o que existia antes da covid-19, como relatou um funcionário no Slack, segundo o Business Insider.
Reações internas e a saída da empresa
Nas redes sociais e no canal interno da empresa no Slack, a revolta foi imediata. Alguns profissionais já mudaram o status no LinkedIn para #opentowork, indicando que estão em busca de novas oportunidades.
Outros, no entanto, expressaram seu descontentamento com ironia. “Prefiro voltar para a escola do que trabalhar em um escritório novamente”, desabafou um engenheiro da Amazon Web Services nas redes sociais.
O descontentamento foi ainda mais evidente nos comentários do Reddit, onde um funcionário afirmou: “Provavelmente vou me demitir e conseguir um novo emprego. F***** Jassy”, descrevendo a medida como um “chute rápido nas bolas”.
Segundo o Estadão, outro colaborador sugeriu que preferia ser colocado no plano agressivo de melhoria de desempenho da Amazon, o famigerado PIP, para poder sair da empresa sem cumprir a nova exigência.
O retorno ao escritório: um retrocesso ou uma necessidade?
O CEO Andy Jassy justificou a nova política como uma forma de melhorar a colaboração e a cultura da empresa.
Ele argumentou que o retorno ao ambiente de trabalho é essencial para o aprendizado, a inovação e o fortalecimento dos valores da Amazon. No entanto, muitos funcionários consideram a medida um golpe contra a flexibilidade que conquistaram durante a pandemia.
“Observamos que é mais fácil para nossos colegas de equipe aprenderem, modelarem, praticarem e fortalecerem nossa cultura; a colaboração, o brainstorming e a invenção são mais simples e mais eficazes; o ensino e o aprendizado mútuos são mais efetivos”, escreveu Jassy no memorando. Ainda assim, ele reconheceu que a transição não será fácil e adiou a exigência para 2025, visando “ajudar a garantir uma transição tranquila”.
Uma demissão em massa disfarçada?
A medida também gerou especulações de que a Amazon estaria buscando reduzir sua força de trabalho indiretamente. Muitos profissionais insatisfeitos sugeriram que a nova política foi criada para forçar demissões voluntárias, evitando assim custos com indenizações e seguros-desemprego.
“Isso é uma demissão disfarçada”, reclamou um usuário no Reddit. Segundo ele, forçar todos a voltarem ao escritório resultará em pedidos de demissão em massa.
A empresa, que atualmente emprega mais de 1,5 milhão de pessoas, não respondeu aos pedidos de comentário sobre as acusações de que a política seria uma estratégia velada de redução de funcionários.
No entanto, conforme o Estadão, já em julho deste ano, gerentes receberam luz verde para demitir colaboradores que não comparecerem ao escritório três dias por semana.
O que esperar para o futuro?
A decisão da Amazon pode influenciar outras grandes empresas a adotar políticas mais rígidas de trabalho presencial, especialmente em um momento em que muitas companhias ainda debatem sobre o modelo híbrido ou totalmente remoto. A pandemia provou que o trabalho remoto é viável e, para muitos, a flexibilidade se tornou um benefício inegociável.
Enquanto isso, os funcionários da Amazon se preparam para mudanças significativas em suas rotinas e, em alguns casos, até mudanças de vida.
Como Jassy reconheceu, muitas pessoas se mudaram para os subúrbios e organizaram suas vidas pessoais com base na política de três dias no escritório. Voltar a trabalhar cinco dias por semana no escritório exigirá ajustes que, para alguns, simplesmente não valem o esforço.
Uma decisão que divide opiniões
O retorno ao trabalho presencial na Amazon coloca em cheque a capacidade de adaptação das grandes corporações em tempos pós-pandemia.
Será que o modelo de trabalho remoto veio para ficar ou a exigência de presença física voltará a ser a norma? Resta saber se outras empresas seguirão o exemplo da Amazon ou optarão por manter a flexibilidade que muitos trabalhadores passaram a considerar essencial.
E para você, leitor, o trabalho presencial obrigatório é um retrocesso ou uma necessidade para manter a produtividade e a cultura empresarial? Deixe sua opinião nos comentários!