O prédio mais alto da Europa é o Lakhta Centre, na Rússia, com 462 metros de altura, 87 andares e uma fachada de 16.505 painéis de vidro que gira em espiral e muda de cor conforme a luz do dia
O prédio mais alto da Europa ergue-se na costa do Golfo da Finlândia, em São Petersburgo. O Lakhta Centre soma 462 metros e 87 andares, com uma pele de vidro que se enrola em espiral do térreo ao topo. A fachada, composta por 16.505 painéis, reflete o céu e cria o efeito de um iceberg em movimento, enquanto o formato aerodinâmico foi testado em túnel de vento para resistir a rajadas marítimas.
Concebido para ser sede da Gazprom e complexo multifuncional com escritórios, observatório, lojas, restaurantes e anfiteatro para 2.000 pessoas, o arranha-céu tornou-se um novo polo fora do centro histórico. A proposta urbana é descentralizar o desenvolvimento, levando investimentos e infraestrutura à zona costeira.
Onde fica e por que importa
Localizado em São Petersburgo, o Lakhta Centre representa a expansão moderna da cidade para o litoral.
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O terreno pantanoso e o clima severo exigiram soluções inovadoras desde a fundação até o design da fachada.
O edifício superou as torres de Moscou e consolidou a Rússia como referência em megatorres na Europa.
Mais que um símbolo de status, a construção serve como vetor de desenvolvimento urbano, atraindo turismo, tecnologia e serviços para uma área que antes era predominantemente industrial.
A espiral de vidro e o efeito “iceberg”
O formato em espiral é o elemento mais marcante do projeto. A fachada gira 90 graus entre a base e o topo, inspirada em faróis e torres medievais.
Para criar o movimento visual, foram usados 16.505 painéis de vidro curvados a frio, técnica que permite moldar o material sem calor intenso, garantindo precisão e menor impacto ambiental.
Essa fachada não é apenas estética: ela reduz a carga de vento e ajuda na regulação térmica do edifício.
As janelas inteligentes se ajustam à incidência solar, e a dupla camada de vidro cria isolamento natural, diminuindo a necessidade de ar-condicionado e iluminação artificial.
Fundamentos de engenharia em solo desafiador
Construído sobre uma área de pântanos e areia, o arranha-céu exigiu estacas de até 82 metros de profundidade, um recorde para esse tipo de fundação.
O sistema garante estabilidade contra recalques e vibrações mesmo em terreno instável.
Os engenheiros testaram modelos reduzidos em túneis de vento de alta precisão, ajustando o design para lidar com as condições do Golfo da Finlândia.
A cada 14 andares há níveis técnicos que distribuem impactos e absorvem vibrações, reforçando a segurança estrutural.
Sustentabilidade e tecnologia
O Lakhta Centre conquistou a certificação ambiental LEED Platinum, reconhecimento máximo em eficiência energética.
O projeto inclui sistemas de ventilação natural, reaproveitamento de água da chuva e automação inteligente que regula temperatura e iluminação conforme as condições externas.
A torre também abriga nove jardins verticais internos, que funcionam como áreas de convivência e contribuem para a purificação do ar.
A sustentabilidade foi pensada desde a concepção até a operação, reduzindo custos e pegada ambiental.
Estrutura, funções e operação
Com 163 mil metros quadrados de escritórios e uma área total construída de mais de 400 mil m², o edifício abriga espaços corporativos, áreas culturais e de lazer.
Os elevadores atingem velocidade de 10 metros por segundo, conectando os 87 pavimentos e o observatório panorâmico localizado a 357 metros de altura.
Além da sede da Gazprom, há lojas, restaurantes e um anfiteatro para eventos, o que transforma o prédio em um ecossistema autossuficiente.
O objetivo é integrar negócios e público, tornando o complexo um destino turístico e empresarial ao mesmo tempo.
Custos e cronograma
A construção começou em 2012 e terminou em 2018, com acabamentos internos finalizados nos anos seguintes.
O investimento total foi estimado entre US$ 1,6 e 1,77 bilhão, valor financiado em grande parte pela administração da cidade de São Petersburgo e pela própria Gazprom.
Apesar do custo elevado, o projeto é considerado economicamente viável a longo prazo, já que a eficiência energética e o uso de materiais de alta durabilidade reduzem despesas operacionais e aumentam o valor imobiliário da região.
Recordes e curiosidades da obra
Durante a construção, o Lakhta Centre entrou para o Guinness World Records com a maior concretagem contínua do mundo, despejando mais de 19 mil metros cúbicos de concreto em 49 horas.
Para isso, caminhões de 13 usinas diferentes fizeram 2.540 viagens sem interrupção.
Outro destaque é a maior fachada curvada a frio do planeta, que cobre 130 mil m² e foi montada em tempo recorde, mesmo com temperaturas abaixo de zero.
O edifício também foi premiado por inovação em engenharia de fachada e design sustentável, consolidando sua posição entre os arranha-céus mais tecnológicos do mundo.