A América Latina e o Caribe mostraram resiliência em 2022 em um ano desafiador para a economia global e o preço do petróleo, que passou por inflação, conflitos, eventos climáticos extremos e interrupções na cadeia de suprimentos.
Enquanto o crescimento do PIB global desacelerou de 6% em 2021 para 3,2% em 2022, a região crescerá 3,5% em 2022, embora as duas principais economias da região – Brasil e México – tenham crescido 2,8% e 2,1%, respectivamente. O preço do petróleo elevou alguns dos melhores desempenhos da região, incluindo a emergente produtora de petróleo Guiana, que registrou um aumento de 57,8% no PIB depois de atingir um recorde de 391.000 barris por dia (bpd) em setembro.
Em dezembro, a empresa de energia dos EUA Hess anunciou que o país poderia produzir 1,2 milhão de bpd de petróleo até 2027. A Venezuela, por sua vez, registrou crescimento de 6% em 2022 com maior produção de petróleo após crescimento negativo em 2014-20 e crescimento de 0,5% em 2021. Os preços mais altos do petróleo também podem ajudar a impulsionar as economias do Brasil e do México em 2022.
Além do preço do petróleo, outros fatores foram essenciais para o desenvolvimento
Além do petróleo, vários fatores estão impulsionando o desenvolvimento regional, principalmente a expansão de acordos comerciais globais e regionais, crescentes fatores socioambientais para enfrentar a mudança climática e crescente demanda por minerais para produção de energia limpa e adoção de tecnologias digitais.
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Segundo o Fundo Monetário Internacional, o Panamá crescerá 7,5% em 2022, à medida que seu setor de serviços (75% da produção econômica) se recupera da pandemia de Covid-19. Vários países do Caribe também experimentaram um crescimento significativo do PIB, incluindo Saint Kitts e Nevis (9,8%), Santa Lúcia (9,1%), Dominica (6%), República Dominicana (5,3%) e São Vicente e Granadinas (5%).
Relacionamento comercial em evolução
As interrupções na cadeia de suprimentos global em 2022, incluindo restrições de capacidade, aumento dos custos de frete, escassez de mão de obra e desaceleração dos portos, pesam fortemente na economia global, mas a América Latina e o Caribe capitalizam a ascensão da chamada estratégia China +1, com empresas e governos na capacidade de diversificar a produção fazendo negócios em outros países, mantendo uma presença significativa na China. Além disso, o acordo EUA-México-Canadá assinado em 2018 para substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, de duas décadas, começou a mostrar seu valor para impulsionar o comércio entre os três signatários.
Após flutuar entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões em 2021, as importações mensais do México para os EUA atingirão um recorde de US$ 37 bilhões a US$ 41 bilhões em 2022. No primeiro semestre de 2022, o volume de comércio entre o Brasil e os Estados Unidos atingiu um recorde de 42,7 bilhões de dólares americanos por mês, um aumento de 43% em relação a 2021, e o volume de comércio bilateral também atingiu um recorde. Em setembro, os dois países assinaram um acordo de reconhecimento mútuo, permitindo que empresas brasileiras reconhecidas agilizem o processo de exportação e desburocratizem. Enquanto isso, o investimento chinês em fábricas latino-americanas, especialmente no México, aumentará em 2022, à medida que o país do Leste Asiático busca contornar as tarifas dos EUA e reduzir o custo de envio para os EUA.