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Preço final do diesel e da gasolina pode ser reduzido dado o adiamento da meta ambiental, segundo especialistas de combustíveis

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 25/07/2022 às 10:49
Gasolina, diesel, combustível
Foto: reprodução pixabay.com

Com o adiamento, os preços do diesel e da gasolina poderão sofrer uma diminuição de R$ 0,07, de acordo com fontes das distribuidoras dos combustíveis

A chance de adiar a realização das metas ambientais pelas distribuidoras de combustíveis, após uma recomendação feita pelo governo federal, pode acarretar em uma redução no preço final do diesel e da gasolina, segundo a CNN.

De acordo com as fontes das distribuidoras de combustíveis, sem o carecimento imediato de pagar por créditos de carbono atualmente, as companhias dos combustíveis diesel e gasolina possuem menos custos de operação e devem repassar isso ao consumidor. Por isso, em aproximadamente duas semanas, os consumidores brasileiros poderão sentir uma diminuição de cerca de R$ 0,07 nos preços da gasolina e do diesel.

Adiamento foi imposto para que as distribuidoras de combustíveis atinjam a meta de descarbonização

O Comitê do RenovaBio, composto por membros de diversos ministérios e da ANP (Agência Nacional do Petróleo), aconselhou a prorrogação do prazo visando o atingimento da meta de Créditos de Descarbonização (CBIOs) pelas distribuidoras de combustíveis, incluindo a gasolina e o diesel. O limite, que atualmente é anual, seria transferido para o final de 2023, cerca de 24 meses.

Distribuidoras de combustíveis fósseis deverão adquirir os créditos, difundidos pelas usinas de biocombustíveis, especialmente etanol, para suprir a emissão de gases do efeito estufa.

A recomendação foi declarada logo após o preço dos CBIOs terem tido um aumento no preço. “A medida está inserida no contexto atual do estado de emergência no Brasil, decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados, como a gasolina e o diesel, e dos impactos sociais dela decorrentes, reconhecido pelo Congresso Nacional na última quarta-feira”, anunciou o Comitê RenovaBio.

Em junho de 2020, o crédito era adquirido por R$ 15, ao passo que, em junho deste ano, alcançou o valor de R$ 209, de acordo com os dados do Observatório da Cana, que inclui os números da B3. Depois da divulgação da possibilidade de mudança no prazo, o preço teve uma queda, passando para R$ 123 na terça-feira, 19.

Conforme fontes das distribuidoras de gasolina, diesel e outros combustíveis, quando um CBIO ultrapassava o valor de R$ 200, o resultado no preço dos combustíveis para o consumidor era de R$ 0,15 por litro. Com a diminuição, pode-se esperar uma redução de R$ 0,07 a médio prazo, nos preços da gasolina e diesel, podendo alcançar R$ 0,10, se o valor permanecer caindo.

Cada CBIO é equivalente a uma tonelada de gás carbônico e o Crédito de Descarbonização é uma medida praticada pela RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis), gerada para cumprir os compromissos assumidos pelo Brasil na COP 21, a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima.

Distribuidores de CBIO poderão questionar a recomendação feita pelo CNPE

Se o adiamento das metas ambientais, gerando a diminuição nos preços dos combustíveis diesel e gasolina, empolga as companhias distribuidoras de combustíveis, ela pode gerar um desconforto para os emissores de CBIOs. De acordo com Evandro Gussi, presidente da Unica (Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar), principal entidade que reúne os certificadores, as empresas de CBIO deverão se anifestar contra à prorrogação no CNPE.

Para ele, a medida necessita de passar por uma consulta pública. “A gente não vê sustentação legal, amparo legal. Para nós, fica claro que o cumprimento dessas metas deve ser feito anualmente. E nós estamos falando de metas ambientais. Postergar isso não me parece adequado”, declarou.

O aumento no preço dos CBIOs fez o Ministério de Minas e Energia pedir uma investigação ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) acerca de uma “possível infração à ordem econômica praticada nas negociações do ativo”.

O presidente da Unica declara que não existem irregularidades e que o preço segue o ritmo do mercado, com flutuações frente à liberdade de negociação dos CBIOs.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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