Lançado em 1956 como o primeiro carro fabricado no Brasil, o Romi Isetta virou símbolo nacional e item cobiçado por colecionadores
Em setembro de 2026, o Romi Isetta completará 70 anos desde seu lançamento. Foi o primeiro carro fabricado no Brasil e marcou época ao desfilar pelas ruas de São Paulo em 1956, logo após sair da loja da Companhia Distribuidora Brasileira Comércio e Indústria, na rua Marquês de Itu.
Apenas 16 unidades foram exibidas nesse início, mas o impacto foi duradouro. Até hoje, há veículos do modelo registrados no Detran-SP e, por seu valor histórico, alguns são avaliados em até R$ 100 mil.
O Romi Isetta era compacto e simpático. Com 2,28 metros de comprimento, motor dois tempos bicilíndrico, chassi tubular e uma única porta, o carro conquistou o público enquanto esteve à venda.
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Hoje, além do valor histórico, o modelo também chama atenção pelo preço que teria se ainda fosse comercializado, levando em conta a inflação desde sua estreia.
Preço inicial e mudança nas regras
Para descobrir esse valor, o primeiro passo foi identificar o preço original do Romi Isetta nos anos 1950. Inicialmente, o carro custava o equivalente a US$ 700.
Esse valor logo mudou após mudanças nas regras do setor automotivo nacional, especialmente após a criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) e a publicação do Decreto 39.142/1959.
A nova legislação limitava incentivos fiscais apenas a carros com ao menos 70% de peças fabricadas no Brasil e capacidade para quatro passageiros.
Sem isenção, valor dobrou
O Romi Isetta tinha apenas dois lugares e, por isso, perdeu o benefício fiscal. Isso fez com que seu valor dobrasse, passando para US$ 1.400 — aproximadamente 60% do valor de um Fusca na época.
A valorização forçada impactou diretamente o mercado e a permanência do modelo no país.
Conversão histórica para cruzeiros
Em 1956, o dólar valia Cr$ 71,30. Dessa forma, o Romi Isetta era vendido inicialmente por Cr$ 49.910,00, subindo para Cr$ 99.820,00 após a mudança na legislação.
O cálculo é baseado em uma conversão direta entre o valor em dólares e a cotação vigente em cruzeiros na época.
Com base nesses valores, a equipe do CT Auto resolveu fazer as contas e aplicar a correção da inflação até os dias atuais.
Utilizando a calculadora oficial do Banco Central do Brasil, e levando em conta o índice IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas, os preços atualizados foram revelados.
A versão do Romi Isetta lançada antes da restrição de isenção custaria hoje R$ 37.860,51. Já o modelo vendido após a criação do GEIA teria um valor corrigido de R$ 75.721,02.
Os números mostram que o carrinho pioneiro teria um preço bem significativo nos dias atuais, apesar de seu tamanho modesto.
Valor de colecionador vai além da inflação
O curioso é que mesmo com a correção da inflação, o valor atualizado ainda pode ser inferior ao preço cobrado por colecionadores.
Alguns exemplares em bom estado, segundo registros do Detran-SP, já ultrapassam R$ 100 mil, evidenciando o valor emocional e histórico do Romi Isetta.
Com informações de Canal Tech.