A partir de janeiro de 2022, distribuidora de gás do estado irá repassar aos consumidores o reajuste de quase 50% feito pela Petrobras
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o aumento foi necessário para cobrir o reajuste de 50% feito pela Petrobras aos contratos de longo prazo com as distribuidoras do Rio de Janeiro. Os preços do gás de cozinha, do gás encanado e do gás automotivo serão afetados.
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Ainda não se tem definição de quanto será o aumento do preço do gás (molécula e transporte) comprado da Petrobras, mas a Naturgy afirmou que repassará o reajuste aos consumidores. Com isso, distribuidoras de outros estados já estão atentas à ação e pretendem seguir pelo mesmo caminho.
Para consumidores residenciais, os gastos com gás de cozinha devem subir de 32% a 41%, segundo análise da gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan. Para os demais setores, o aumento no preço deve ser ainda maior.
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Maior reajuste no preço do gás para a indústria
O aumento no preço do gás para a indústria pode alcançar a casa dos 47%. Já para o comércio, a previsão é de que fique entre 35% e 44% de alta. As projeções levam em conta o menor e o maior patamar de consumo médio da categoria.
De acordo com a Abegás, compõem a tarifa do gás: 46% de moléculas de gás, 24% tributação (PIS/COFIS, ICMS), 18% distribuição e 12% transporte, aproximadamente.
“O impacto é muito grande. O gás é um estímulo básico para a produção. Os aumentos afetam o custo das empresas e a competitividade, porque ninguém consegue repassar isso”, declarou Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan.
A Petrobras reajustou os contratos a longo prazo, após realizar sucessivos aumentos trimestrais nos contratos de curto prazo.
Preço do gás varia em cada estado
O valor que é cobrado do consumidor varia em cada estado, pois depende, em última estância, da agência reguladora, conforme explica Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). No estado do Rio de Janeiro, a responsável é a Agenersa, que declarou estar analisando a atual situação.
Haverá uma sessão regulatória para discutir o assunto no dia 28 de dezembro. Caso a solicitação da Naturgy seja aprovada, ela entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022. A empresa afirmou que a elevação a partir de janeiro se deve a “um reajuste por parte da Petrobras em razão da alta dos preços de gás internacionais e da variação do Brent (tipo de petróleo que é referência no mercado internacional) e do dólar”.
A Abegás ingressou no Cade, órgão regulatório de concorrência no país, pedindo medida cautelar para a manutenção do contrato atual, pelo período de um ano.
Em São Paulo, desde o dia 10 de dezembro, já se paga um valor maior pelo gás. Para o GNV e gás de cozinha, o aumentou variou de 9,2% a 24,8% enquanto que, para a indústria, chegou a 30%.
“Muita gente fora dos grandes centros está usando lenha para cozinhar. No caso da indústria, aquelas que usam gás vão repassar preços ao consumidor. É o efeito inercial da inflação e isso já vem acontecendo com a alta dos combustíveis”, explicou o economista Alexandre Chaia, professor de Finanças do Insper.
Atualmente, na prática, a Petrobras é a única fornecedora de gás natural no Brasil. Paulo Guedes, Ministro da Economia, prometeu um “choque de energia barata” com a venda de ativos da Petrobras e aumento da concorrência no setor mas, até o presente momento, nenhuma oferta de gás de outras empresas apresentou um volume razoável.