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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 13 comentários

Poucos sabem, mas o satélite mais antigo ainda em operação no planeta é brasileiro — nasceu para durar 1 ano e já sobrevive há mais de 30, desafiando os limites da tecnologia espacial

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 19/06/2025 às 09:46
Poucos sabem, mas o satélite mais antigo ainda em operação no planeta é brasileiro — nasceu para durar 1 ano e já sobrevive há mais de 30, desafiando os limites da tecnologia espacial
Foto: Poucos sabem, mas o satélite mais antigo ainda em operação no planeta é brasileiro — nasceu para durar 1 ano e já sobrevive há mais de 30, desafiando os limites da tecnologia espacial
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Com mais de 30 anos de atividade, o SCD-1 segue ativo em órbita, colocando o Brasil no topo da resistência tecnológica no espaço.

Você sabia que o satélite mais antigo ainda em operação no planeta não é americano, europeu ou russo — mas sim brasileiro? Lançado em 1993, o SCD-1 continua em pleno funcionamento até hoje, desafiando todas as previsões e superando gigantes tecnológicos globais. Enquanto a maioria dos satélites dura poucos anos em órbita, o SCD-1 ultrapassou três décadas de trabalho constante, consolidando-se como um símbolo da inteligência, simplicidade e eficiência da engenharia espacial brasileira.

Descubra abaixo como esse satélite sobreviveu ao tempo e se tornou uma lenda silenciosa da nossa tecnologia.

O satélite que nasceu para durar 1 ano — e sobreviveu por mais de 30

Em 9 de fevereiro de 1993, o Brasil fazia história com o lançamento do Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1), o primeiro totalmente desenvolvido em território nacional.

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Sua missão: Monitorar dados ambientais — como chuvas, ventos e níveis de rios — para apoiar estudos climáticos e decisões estratégicas.

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O lançamento aconteceu nos Estados Unidos, a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, com o apoio da NASA. O satélite foi colocado em órbita a 750 km da Terra e tinha uma expectativa de operação de apenas 12 meses.

Mas contrariando todas as previsões, o SCD-1 segue ativo até hoje, tornando-se o satélite mais antigo ainda em operação no mundo — superando inclusive o japonês Geotail, desativado em 2022.

Um design simples que virou case de sucesso global

Qual o segredo da longevidade do SCD-1? De acordo com especialistas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o grande trunfo foi justamente sua simplicidade de projeto.

Ao invés de contar com sistemas complexos e caros, o satélite utiliza uma estratégia engenhosa de rotação para estabilização — dispensando softwares avançados e computadores de bordo.
Esse formato, mais robusto e confiável, reduziu drasticamente as chances de falha.

O resultado é um satélite resistente ao tempo, às intempéries do espaço e ao desgaste natural de componentes. Mesmo com tecnologia da década de 90, ele ainda opera com precisão e regularidade.

Por que o SCD-1 ainda é essencial para o Brasil?

Mais do que um símbolo histórico, o SCD-1 ainda cumpre um papel ativo e estratégico no Brasil.
Seus sensores captam dados ambientais valiosos, como:

  • Volume de chuvas
  • Umidade do ar
  • Níveis de rios
  • Comportamento dos ventos

Essas informações são fundamentais para o funcionamento de sistemas de previsão do tempo, pesquisas ambientais, estudos hidrológicos e até para o setor energético, especialmente hidrelétricas.

Órgãos públicos, universidades, centros de pesquisa e empresas utilizam os dados do SCD-1 diariamente — tornando sua operação algo muito mais atual do que se imagina.

Um legado que fortaleceu o programa espacial brasileiro

O sucesso do SCD-1 foi tão marcante que, em 1998, o Brasil lançou o SCD-2, reforçando a presença nacional no espaço.

Ambos os satélites fazem parte da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), criada em 1979 com o objetivo de consolidar uma indústria nacional de tecnologia aeroespacial.

Foto: Governo Federal – Satélite Brasileiro

Essa missão não só representou um salto técnico para o país, como também posicionou o Brasil como um dos poucos países do hemisfério sul com autonomia no desenvolvimento de satélites.

O SCD-1, portanto, vai muito além de um marco isolado: ele é um pilar simbólico e técnico de uma ambição nacional.

Um feito silencioso que merece ser celebrado

Em tempos em que se fala tanto em inteligência artificial, foguetes reutilizáveis e satélites de última geração, é impressionante lembrar que um artefato lançado há mais de 30 anos — com recursos limitados e tecnologia simples — continua operando com excelência.

O SCD-1 é, ao mesmo tempo, um símbolo de persistência e de potencial brasileiro. Ele mostra que, com foco, engenhosidade e boas escolhas de projeto, é possível conquistar feitos duradouros mesmo com menos recursos que grandes potências espaciais.

E o mais curioso? Quase ninguém sabe disso.

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Neno Gabriel
Neno Gabriel
25/06/2025 21:04

Parece uma coxinha da JBL hahahahah 🤣💜

Márcia Regina Paludetto
Márcia Regina Paludetto
23/06/2025 16:43

Parabéns a todos os brilhantes engenheiros do INPE envolvidos no projeto !
Uma pena não termos adequada divulgação de feitos tão importantes para nosso país

Gustavo
Gustavo
22/06/2025 10:37

Fiquei chocado com essa descoberta e indignado ao mesmo tempo, porque como que um feito desse tenha passado despercebido ou pouco mencionado ao longo de décadas?? Isso mostra o quanto o brasileiro sabota a si e/ou desdenha de seus próprios feitos, além de desacreditar da própria capacidade.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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