Com mais de 30 anos de atividade, o SCD-1 segue ativo em órbita, colocando o Brasil no topo da resistência tecnológica no espaço.
Você sabia que o satélite mais antigo ainda em operação no planeta não é americano, europeu ou russo — mas sim brasileiro? Lançado em 1993, o SCD-1 continua em pleno funcionamento até hoje, desafiando todas as previsões e superando gigantes tecnológicos globais. Enquanto a maioria dos satélites dura poucos anos em órbita, o SCD-1 ultrapassou três décadas de trabalho constante, consolidando-se como um símbolo da inteligência, simplicidade e eficiência da engenharia espacial brasileira.
Descubra abaixo como esse satélite sobreviveu ao tempo e se tornou uma lenda silenciosa da nossa tecnologia.
O satélite que nasceu para durar 1 ano — e sobreviveu por mais de 30
Em 9 de fevereiro de 1993, o Brasil fazia história com o lançamento do Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1), o primeiro totalmente desenvolvido em território nacional.
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Sua missão: Monitorar dados ambientais — como chuvas, ventos e níveis de rios — para apoiar estudos climáticos e decisões estratégicas.
O lançamento aconteceu nos Estados Unidos, a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, com o apoio da NASA. O satélite foi colocado em órbita a 750 km da Terra e tinha uma expectativa de operação de apenas 12 meses.
Mas contrariando todas as previsões, o SCD-1 segue ativo até hoje, tornando-se o satélite mais antigo ainda em operação no mundo — superando inclusive o japonês Geotail, desativado em 2022.
Um design simples que virou case de sucesso global
Qual o segredo da longevidade do SCD-1? De acordo com especialistas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o grande trunfo foi justamente sua simplicidade de projeto.
Ao invés de contar com sistemas complexos e caros, o satélite utiliza uma estratégia engenhosa de rotação para estabilização — dispensando softwares avançados e computadores de bordo.
Esse formato, mais robusto e confiável, reduziu drasticamente as chances de falha.
O resultado é um satélite resistente ao tempo, às intempéries do espaço e ao desgaste natural de componentes. Mesmo com tecnologia da década de 90, ele ainda opera com precisão e regularidade.
Por que o SCD-1 ainda é essencial para o Brasil?
Mais do que um símbolo histórico, o SCD-1 ainda cumpre um papel ativo e estratégico no Brasil.
Seus sensores captam dados ambientais valiosos, como:
- Volume de chuvas
- Umidade do ar
- Níveis de rios
- Comportamento dos ventos
Essas informações são fundamentais para o funcionamento de sistemas de previsão do tempo, pesquisas ambientais, estudos hidrológicos e até para o setor energético, especialmente hidrelétricas.
Órgãos públicos, universidades, centros de pesquisa e empresas utilizam os dados do SCD-1 diariamente — tornando sua operação algo muito mais atual do que se imagina.
Um legado que fortaleceu o programa espacial brasileiro
O sucesso do SCD-1 foi tão marcante que, em 1998, o Brasil lançou o SCD-2, reforçando a presença nacional no espaço.
Ambos os satélites fazem parte da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), criada em 1979 com o objetivo de consolidar uma indústria nacional de tecnologia aeroespacial.
Essa missão não só representou um salto técnico para o país, como também posicionou o Brasil como um dos poucos países do hemisfério sul com autonomia no desenvolvimento de satélites.
O SCD-1, portanto, vai muito além de um marco isolado: ele é um pilar simbólico e técnico de uma ambição nacional.
Um feito silencioso que merece ser celebrado
Em tempos em que se fala tanto em inteligência artificial, foguetes reutilizáveis e satélites de última geração, é impressionante lembrar que um artefato lançado há mais de 30 anos — com recursos limitados e tecnologia simples — continua operando com excelência.
O SCD-1 é, ao mesmo tempo, um símbolo de persistência e de potencial brasileiro. Ele mostra que, com foco, engenhosidade e boas escolhas de projeto, é possível conquistar feitos duradouros mesmo com menos recursos que grandes potências espaciais.
E o mais curioso? Quase ninguém sabe disso.
Parece uma coxinha da JBL hahahahah 🤣💜
Parabéns a todos os brilhantes engenheiros do INPE envolvidos no projeto !
Uma pena não termos adequada divulgação de feitos tão importantes para nosso país
Fiquei chocado com essa descoberta e indignado ao mesmo tempo, porque como que um feito desse tenha passado despercebido ou pouco mencionado ao longo de décadas?? Isso mostra o quanto o brasileiro sabota a si e/ou desdenha de seus próprios feitos, além de desacreditar da própria capacidade.