Apesar de sua vasta riqueza natural, grande território e população expressiva, o Brasil ainda não alcançou a posição de superpotência — Iremos responder à pergunta: Porque o Brasil não é uma superpotência
Em 1820, no auge da Revolução Industrial que transformava a Europa e os Estados Unidos, o Brasil já despontava com um atraso econômico claro. Naquele ano, a renda per capita brasileira era de 674 dólares, enquanto a americana chegava a 1.257 dólares — praticamente o dobro. Mas, afinal, por que o Brasil não é uma superpotência?
Muitas décadas se passaram, e se criou um abismo gigantesco entre os dois países. Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos Estados Unidos foi de US$ 65.020,35, enquanto o do Brasil alcançou US$ 9.032,11
Apesar de períodos de crescimento acelerado, como nos anos 1960 e 1970, o Brasil nunca conseguiu consolidar uma trajetória de desenvolvimento robusto e sustentável a longo prazo.
-
Pressionado por sanções dos EUA, Moraes tentou unir o STF, mas nem metade dos ministros aceitou o gesto, a divisão interna ficou impossível de esconder
-
Por que os EUA estão de olho nos portos brasileiros? Investimentos chineses levantam alerta sobre influência estrangeira
-
Argentina reduz impostos de exportação sobre soja, milho, óleo e carne bovina — medida entra em vigor nesta quinta-feira (31)
-
O que é a Lei Magnitsky e por que ela foi usada pelos EUA para sancionar Alexandre de Moraes?
Vários fatores explicam essa diferença avassaladora. Entre os mais debatidos está a curta duração de nossa democracia em comparação com a americana.
Porque o Brasil não é uma superpotência
Com apenas 39 anos de estabilidade democrática, o Brasil enfrenta desafios estruturais que refletem séculos de desigualdades sociais, baixa produtividade e políticas públicas inconsistentes. Explicaremos abaixo os motivos do Brasil não ser uma superpotência.
Educação
A qualidade da educação no Brasil é um dos principais entraves ao desenvolvimento. Em rankings globais, o país ocupa as últimas posições em indicadores de aprendizado básico, como leitura, matemática e ciências.
A falta de investimento adequado, associada a gestões públicas ineficazes, resulta em uma força de trabalho pouco qualificada. Enquanto economias desenvolvidas apostam no conhecimento e na inovação como motores do crescimento, o Brasil ainda luta para oferecer ensino básico de qualidade.
Pesquisas indicam que cada ano adicional de escolaridade pode aumentar a produtividade em até 10%. Porém, com uma média de anos de estudo inferior a 8 anos para boa parte da população, o Brasil segue distante de atingir o potencial necessário para competir no cenário global.
Desigualdade
A desigualdade social e econômica no Brasil é uma das maiores do mundo. Segundo o relatório mais recente do Banco Mundial, o país possui um índice de Gini alarmante, refletindo a concentração de renda em poucas mãos. Essa disparidade se perpetua por meio de políticas que favorecem elites e ampliam o fosso entre ricos e pobres.
A recente reforma tributária é emblemática dessa lógica. Embora tenha o potencial de simplificar o sistema atual, ela se vê comprometida por exceções que beneficiam segmentos específicos, como profissionais liberais e serviços destinados às classes mais altas.
A perpetuação de privilégios não apenas impede uma tributação mais justa, mas também sobrecarrega os mais pobres, reduzindo ainda mais sua capacidade de consumir e investir.
Infraestrutura deficiente
A precariedade da infraestrutura brasileira é outro entrave significativo. Estradas mal conservadas, portos obsoletos e um sistema de transporte ineficiente aumentam os custos de produção e reduzem a competitividade internacional do país.
Além disso, a infraestrutura energética, embora tenha avançado em décadas recentes, ainda não é suficiente para atender às demandas crescentes de uma economia em expansão.
O saneamento básico é outro exemplo gritante. Mais de 30 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada, e metade da população vive sem coleta de esgoto. Essa realidade não apenas afeta a saúde pública, mas também limita o desenvolvimento humano e econômico.
Corrupção e governança
A corrupção é um problema crônico no Brasil. Escândalos que envolvem desvios bilionários de recursos públicos são recorrentes, minando a confiança da população nas instituições e afastando investidores. Além disso, a má governança compromete a eficiência do Estado e a execução de políticas públicas.
O excesso de burocracia também é um obstáculo à inovação e ao empreendedorismo. Estudos mostram que empresas brasileiras gastam, em média, 1.500 horas por ano apenas para lidar com obrigações fiscais — um contraste gritante com economias mais desenvolvidas, onde esse número é inferior a 200 horas.
Sustentabilidade ambiental
O Brasil detém uma das maiores biodiversidades do mundo, com a Amazônia como peça central desse ecossistema único.
No entanto, o desmatamento desenfreado e a exploração predatória dos recursos naturais colocam em risco não apenas o meio ambiente, mas também a reputação do país no cenário internacional.
A sustentabilidade ambiental é cada vez mais um requisito para o comércio global.
Mercados consumidores exigem que produtos agrícolas e industriais respeitem critérios ambientais rigorosos, e o Brasil frequentemente enfrenta barreiras por não atender a esses padrões.
O custo dos privilégios
Como destacou Marcos Lisboa, o Brasil é um país de privilégios. A cultura da “meia-entrada” — expressão que simboliza a busca por vantagens individuais em detrimento do coletivo — está profundamente enraizada na sociedade. Isso se reflete na formulação de políticas públicas, na alocação de recursos e na perpetuação de desigualdades.
A reforma tributária, apesar de seu potencial transformador, ilustra bem essa dinâmica. A multiplicidade de alíquotas e as exceções criadas para atender lobbies poderosos comprometem sua eficácia.
Como bem disse Roberto Campos, o Brasil continua a “perder oportunidades de não perder oportunidades”.
O tempo como fator decisivo
A construção de uma potência mundial exige tempo e continuidade. Os Estados Unidos, por exemplo, acumulam 247 anos de democracia estável, enquanto o Brasil tem apenas 38 anos desde o fim da ditadura militar.
Essa diferença histórica reflete-se na solidez institucional, na cultura política e na capacidade de implementar reformas estruturais.
A ausência de uma visão de longo prazo no Brasil é evidente. Mudanças de governo frequentemente resultam em descontinuidade de políticas públicas, prejudicando projetos de infraestrutura, educação e inovação.
Um futuro do Brasil com decisões difíceis
Os desafios que impedem o Brasil de se tornar uma potência mundial são inúmeros, mas não intransponíveis. Investir em educação de qualidade, reduzir as desigualdades sociais, modernizar a infraestrutura, combater a corrupção e adotar práticas sustentáveis são passos essenciais para destravar o potencial do país.
No entanto, essas mudanças exigem coragem política, comprometimento das elites e participação ativa da sociedade civil. O Brasil precisa superar a lógica dos privilégios e adotar uma visão coletiva de desenvolvimento.
Enquanto isso não acontecer, continuaremos a confirmar a amarga frase de Roberto Campos: o Brasil, de fato, não perde oportunidades de perder oportunidades.
O Brasil é tudo de bom, sempre foi, tem bons políticos e um povo maravilhoso, o que emperrou nosso desenvolvimento é a exploração dos que dominam os mercados, a moeda, as armas, que subjugam, que fazem falsas revoluções, como as recentes na líbia, Iraque, Afeganistão, Ucrânia, Síria a dita primavera Árabe, com dinheiro 💰 e armas tiram a soberania e impõem governos, como aqui onde colocaram o Lula, que foi julgado, condenado e preso por roubo. Talvez agora com o mundo multipolar, Europa, China, EUA, Rússia, índia possamos ter trocas justas e desenvolvimento sustentável que chegue a toda população e claro bomba atômica unção forma de ter respeito, vez e voz.
Leiam o texto, quantos anos de “estabilidade democrática”? R 39. Quantos anos governados por PT ou PSDB ? Esquerda ou “centro-esquerda”? Acho que já temos a resposta da ineficiência do Estado
Falou bem. Considero o fator mais importante como freio do desenvolvimento a corrupção.