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Por que ninguém consegue consertar o Aeroporto de Kansai de US$ 21 bilhões?

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 14/06/2024 às 12:32
Por que ninguém consegue consertar o Aeroporto de Kansai de US$ 21 bilhões?
O aeroporto de Kansai, construído em duas ilhas artificiais que estão afundando, enfrenta desafios enormes que ninguém consegue resolver. Entenda por que esse aeroporto inovador está nessa situação. Imagem: Pedreiro na Construção/Divulgação

O aeroporto de Kansai, construído em duas ilhas artificiais que estão afundando, enfrenta desafios enormes que ninguém consegue resolver. Entenda por que esse aeroporto inovador está nessa situação.

O aeroporto de Kansai, localizado na Baía de Osaka, Japão, é um dos mais impressionantes do mundo. Construído em duas ilhas artificiais, ele foi projetado para resolver problemas de espaço e poluição sonora. No entanto, desde a sua inauguração em 1994, o aeroporto enfrenta um problema grave: está afundando.

A construção do aeroporto de Kansai foi um feito de engenharia notável, custando cerca de US$ 15 bilhões inicialmente, com mais US$ 6 bilhões gastos em medidas para conter o afundamento e proteger o aeroporto das ondas do mar. Mesmo assim, desde a sua conclusão, o aeroporto tem afundado a um ritmo alarmante.

A decisão da construção do aeroporto em ilhas artificiais surgiu na década de 1960

Quando a região de Osaka estava em expansão e precisava de um novo aeroporto. O local escolhido para o aeroporto enfrentava desafios como terremotos e tufões, comuns no Japão. Para lidar com o solo macio do fundo do mar, que continha 70% de água, os engenheiros secaram a argila para criar uma base sólida. Foram usadas 2,2 milhões de tubulações verticais cheias de areia e uma enorme barreira marítima feita de rochas e tetrapods para proteger o aeroporto.

Apesar dessas precauções, o aeroporto começou a afundar mais rápido do que o previsto. Inicialmente, esperava-se que afundasse cerca de 5,7 metros, mas já havia afundado 8,2 metros até 1999, e continua a afundar. Partes do aeroporto afundam a ritmos diferentes, causando superfícies irregulares e ameaçando a integridade das estruturas.

Mesmo com o problema de afundamento, o aeroporto de Kansai mostrou resiliência

Em 1995, ele resistiu ao Grande Terremoto de Hanshin e, em 1998, sobreviveu a um tufão com ventos de mais de 60 metros por segundo. Contudo, em 2018, o tufão Jebi causou danos significativos, inundando pistas e forçando a suspensão das operações. O aeroporto retomou suas atividades parcialmente alguns dias depois.

A solução para o problema do afundamento ainda não foi encontrada. Os engenheiros têm ajustado colunas e aumentado a altura das paredes marítimas regularmente, mas isso é apenas uma medida paliativa. Espera-se que o solo sob o aeroporto eventualmente se compacte completamente, estabilizando a situação. Até lá, o aeroporto de Kansai continuará a lutar contra o tempo e as forças da natureza.

O aeroporto de Kansai é um exemplo impressionante de engenharia e inovação, mas também uma lição sobre os desafios imprevistos que grandes projetos de infraestrutura podem enfrentar.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 2.300 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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