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Por que a NASA testou sua aeronave supersônica mais silenciosa no Japão?

Publicado em 17/07/2025 às 10:11
Por que a NASA testou sua aeronave supersônica mais silenciosa no Japão?
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Para validar a tecnologia que promete revolucionar a aviação, a agência espacial americana buscou a precisão de um dos túneis de vento mais avançados do mundo, localizado em Tóquio.

Para provar que é possível voar mais rápido que o som sem o estrondo ensurdecedor que baniu o Concorde dos céus, a NASA precisava de dados irrefutáveis. É por isso que, quando a NASA quis testar a aeronave supersônica mais silenciosa do mundo, ela recorreu ao país mais adepto do silêncio: o Japão. O avião experimental X-59 QueSST, peça central dessa missão, teve parte de sua validação mais crítica realizada em um túnel de vento da agência espacial japonesa (JAXA), em uma colaboração que une duas potências na busca pelo futuro da aviação comercial.

O objetivo do X-59 não é apenas ser rápido, mas silencioso. Seu design inovador foi projetado para transformar o “boom” sônico em um “baque” suave, quase imperceptível no solo. Para confirmar que a teoria funciona na prática, era essencial medir sua assinatura acústica com precisão cirúrgica, e a parceria com o Japão foi fundamental para garantir a robustez e a confiabilidade dos resultados.

A missão do X-59: acabar com o “Boom” sônico

Por que a NASA testou sua aeronave supersônica mais silenciosa no Japão?
aeronave da NASA

O maior obstáculo para o retorno dos voos supersônicos comerciais não é a tecnologia para voar rápido, mas sim o barulho. O estrondo sônico, gerado quando uma aeronave rompe a barreira do som, é tão perturbador que voos do tipo foram proibidos sobre áreas povoadas. O X-59, desenvolvido pela lendária Skunk Works da Lockheed Martin, foi criado com uma missão clara: provar que um design inteligente pode mitigar esse ruído.

Sua fuselagem longa e fina foi projetada para “quebrar” as ondas de choque, impedindo que elas se fundam em uma única e barulhenta explosão acústica. A NASA acredita que o som produzido pelo X-59 será comparável ao de uma porta de carro batendo ao longe. Se a teoria for comprovada, a agência pretende usar os dados para convencer órgãos reguladores, como a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), a rever as restrições atuais.

Validação cruzada: por que testar no Japão?

Por que a NASA testou sua aeronave supersônica mais silenciosa no Japão?
NASA quis testar a aeronave supersônica mais silenciosa do mundo, ela recorreu ao país mais adepto do silêncio: o Japão

Para garantir que os dados sobre a assinatura sonora do X-59 fossem os mais precisos possíveis, a NASA adotou uma estratégia de validação cruzada. Isso significa testar o mesmo modelo em diferentes instalações, com equipamentos independentes, para comparar os resultados e aumentar a certeza sobre as previsões.

Foi nesse contexto que, quando a NASA quis testar a aeronave supersônica mais silenciosa do mundo, ela recorreu ao país mais adepto do silêncio: o Japão. Um modelo em escala de 1,62% do X-59 (com cerca de 50 cm de comprimento) foi levado ao túnel de vento supersônico da JAXA em Chofu, Tóquio.

Melissa Carter, gerente de projetos da NASA, explicou a importância da colaboração: “Usando o mesmo modelo em ambos os túneis [o da NASA em Ohio e o da JAXA no Japão], podemos aumentar a certeza dos dados e nossa compreensão do projeto do X-59.” O acordo, assinado em 2020, prevê que ambas as agências compartilhem dados e metodologias, fortalecendo a pesquisa de ambos os lados.

Uma parceria estratégica e de mão dupla

A escolha do Japão não foi aleatória. A JAXA possui uma das instalações de teste supersônico mais avançadas da Ásia e também desenvolve seu próprio programa de voo supersônico silencioso, com projetos como o Sky Frontier. Para a agência japonesa, a colaboração é uma oportunidade de ouro para refinar seus próprios projetos e validar suas ferramentas de simulação com dados de um dos programas mais avançados do mundo.

Em troca, a JAXA oferece sua expertise e uma infraestrutura de ponta que complementa as capacidades da NASA. O túnel de vento em Chofu, embora de dimensões modestas, é ideal para testes com modelos em escala, permitindo simular com precisão as condições de voo em Mach 1.4 (1,4 vez a velocidade do som), a velocidade de cruzeiro do X-59.

Essa sinergia mostra que o futuro da aviação supersônica não será construído por um único país, mas por meio de parcerias globais. A união de esforços entre NASA e JAXA acelera o desenvolvimento de tecnologias que podem, em breve, encurtar as distâncias do nosso planeta de forma silenciosa e sustentável.

O que você acha do retorno dos voos supersônicos? Acredita que a tecnologia do X-59 pode realmente tornar as viagens mais rápidas uma realidade para todos? Deixe sua opinião nos comentários!

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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