Haddad apresentou prioridades para destravar trilhões até 2035
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou em 13 de outubro, durante a Pré-COP30 em Brasília, um plano ambicioso para impulsionar o financiamento climático global.
A proposta define cinco prioridades e três iniciativas estruturantes para fortalecer mecanismos de investimento sustentável até 2035.
Além disso, o plano alinha bancos multilaterais, governos e o setor privado, a fim de acelerar ações conjuntas.
Por fim, o material será entregue na COP30, que ocorrerá em Belém, a partir de 6 de novembro de 2025.
Círculo de Ministros e consultas internacionais
Desde abril, o Círculo de Ministros de Finanças tem atuado como plataforma de diálogo e governança, sob a liderança de Haddad.
Além disso, foram realizadas mais de 25 consultas formais, com o apoio de três grupos consultivos e a participação de bancos multilaterais, setor privado, sociedade civil e organismos internacionais.
Ao longo de 2025, o grupo reuniu 1.200 contribuições de países e instituições.
Desse modo, o documento consolidado busca ampliar o acesso ao financiamento climático, promovendo transparência, eficiência e cooperação global.
Reformar bancos e integrar capital privado
Entre as prioridades apresentadas, destaca-se a proposta de reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento.
Essas instituições devem tornar-se mais ágeis, integradas e capazes de catalisar capital privado, fortalecendo parcerias entre países.
Além disso, o plano defende o fortalecimento das capacidades domésticas e das plataformas nacionais de investimento, de modo a melhorar a coordenação institucional e ampliar a atratividade de projetos sustentáveis.
Da mesma forma, o texto propõe mobilizar o setor privado, promovendo inovação financeira que reduza riscos e multiplique o impacto dos recursos disponíveis.
Por fim, reforça a necessidade de aprimorar marcos regulatórios para garantir integridade, interoperabilidade e confiança no sistema financeiro internacional.
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Cinco prioridades estratégicas
— Aumentar os fluxos de financiamento concessional e os fundos climáticos, assegurando previsibilidade e condições adequadas para adaptação e transição justa.
— Reformar bancos multilaterais de desenvolvimento, para que sejam mais ágeis e eficientes, além de mais integrados.
— Fortalecer plataformas nacionais e coordenação institucional, ampliando a cooperação entre países e instituições financeiras.
— Promover inovação financeira e mobilizar o setor privado, garantindo que os investimentos sejam sustentáveis e duradouros.
— Aprimorar os marcos regulatórios, assegurando transparência, interoperabilidade e confiança sistêmica.
Três iniciativas para a Agenda de Ação
Além das prioridades, Haddad apresentou três iniciativas ligadas à Agenda de Ação da COP30.
A primeira é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que propõe um modelo baseado em investimento, em vez de doações, tornando o mecanismo mais autossustentável.
Por outro lado, a segunda, chamada Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, busca promover harmonização e interoperabilidade entre os mercados regulados.
Enquanto isso, a terceira, denominada Supertaxonomia, visa assegurar comparabilidade e integridade entre diferentes taxonomias nacionais, orientando os investimentos sustentáveis e fortalecendo a confiança do mercado internacional.
Entregas e cronograma internacional
O relatório final será apresentado nesta semana em Washington, durante os Encontros Anuais do Banco Mundial e do FMI.
Em seguida, o documento será debatido em São Paulo, no início de novembro, com o objetivo de envolver o setor financeiro nacional.
Posteriormente, será entregue em Belém, diretamente ao presidente da COP30, como contribuição oficial.
Além disso, o material integrará o Mapa do Caminho de Baku a Belém, que pretende destravar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático.
Esse investimento visa beneficiar países em desenvolvimento até 2035, conforme compromisso firmado na COP29.
Pré-COP30 em Brasília e presença global
A Pré-COP30 de Brasília reuniu 66 países e mais de 500 participantes, incluindo ministros, negociadores, representantes da sociedade civil e jornalistas.
Entre os presentes estavam China, Índia, União Europeia, Reino Unido e Austrália, além de pequenos Estados insulares e economias emergentes.
Durante o evento, foram discutidos indicadores de adaptação climática, políticas de transição justa e a implementação do Balanço Global.
As discussões seguiram alinhadas às decisões da COP28, realizada em 2023, em Dubai, o que reforça a continuidade institucional das negociações.