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Planetas gigantes e solitários podem criar sistemas planetários completos sem precisar de estrelas

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 04/08/2025 às 17:54
sistemas planetários
Foto: Reprodução
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Estudo da Universidade de St. Andrews revela que planetas gigantes flutuantes podem formar sistemas planetários em miniatura, mesmo sem a presença de uma estrela.

Pesquisadores da Universidade de St. Andrews revelaram que planetas gigantes flutuantes podem formar sistemas planetários em miniatura, mesmo sem a presença de uma estrela.

O estudo foi publicado no servidor de pré-impressão arXiv e utilizou dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST).

Esses objetos têm de 5 a 10 vezes a massa de Júpiter e não orbitam estrelas. Ao contrário, vagam livremente pelo espaço, emitindo radiação principalmente no infravermelho.

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O mais importante é que eles apresentam características que podem responder a questões fundamentais da astrofísica.

O que são planetas flutuantes

Esses corpos celestes se assemelham a planetas gigantes, mas diferem por não estarem ligados a sistemas estelares. Pesquisas indicam que eles são formados de maneira semelhante às estrelas, a partir do colapso de nuvens gigantes de gás.

No entanto, não acumulam massa suficiente para iniciar reações de fusão nuclear. Outra possibilidade é que se formem orbitando uma estrela e, mais tarde, sejam ejetados para o espaço interestelar.

Observações detalhadas

A equipe da Escola de Física e Astronomia de St. Andrews, junto com cientistas dos EUA, Itália, Irlanda, Inglaterra e Portugal, observou oito desses objetos jovens para estudar sua fase inicial.

As medições foram realizadas entre agosto e outubro de 2024, utilizando dois instrumentos infravermelhos de alta sensibilidade do JWST. Foram obtidos dados espectroscópicos com cobertura e sensibilidade inéditas para esse tipo de objeto.

Evidências de formação planetária

As análises confirmaram que as massas desses corpos são comparáveis à de Júpiter. Em seis deles, foi detectado excesso de emissões no infravermelho. Esse é um indicativo da presença de discos de poeira quente, estruturas que funcionam como berçários para a formação de planetas.

Além disso, os pesquisadores encontraram emissão de grãos de silicato nesses discos. Esse sinal aponta para o crescimento da poeira e a cristalização — processos iniciais da formação de planetas rochosos.

Essa é a primeira vez que a emissão de silicato é identificada em objetos com massa planetária. Antes, ela só havia sido observada em estrelas e anãs marrons.

Tempo suficiente para criar mundos

Estudos anteriores de St. Andrews indicam que os discos ao redor desses planetas flutuantes podem durar milhões de anos. Esse período é suficiente para a formação de planetas completos, mesmo em sistemas tão pequenos.

Segundo o Dr. Aleks Scholz, líder da pesquisa, os resultados mostram que mundos com massa semelhante à de planetas gigantes podem criar sistemas semelhantes ao nosso, mas muito menores — até 100 vezes mais compactos.

Ele ressalta que ainda é incerto se esses sistemas realmente existem, mas as evidências indicam que o potencial está presente.

Implicações para a astronomia

Para a autora principal, Dra. Belinda Damian, o estudo demonstra que os blocos de construção dos planetas podem surgir mesmo em objetos pouco maiores que Júpiter e sem ligação com estrelas.

Portanto, a formação de sistemas planetários não é uma exclusividade de estrelas. Mundos solitários, dispersos no espaço, também podem dar origem aos seus próprios conjuntos de planetas.

Estudo disponível em arxiv.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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