Símbolo de prestígio para carros históricos, a placa preta perdeu o fundo escuro com a adoção do modelo Mercosul, gerando protestos entre colecionadores.
A placa preta foi criada em setembro de 1997, com a entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e desde então se tornou um dos maiores símbolos de reconhecimento dos carros de coleção no país. Mais do que um item de identificação, ela representava autenticidade, originalidade e status histórico. Porém, com a adoção do padrão Mercosul, esse visual clássico deu lugar a um novo formato, que, apesar de manter os benefícios legais, apagou parte da tradição que marcou gerações de colecionadores.
Segundo a Vox Piauí, a mudança ocorreu com a regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que incorporou os veículos de coleção às novas regras de identificação veicular.
O impacto foi imediato: se antes o fundo preto era sinônimo de exclusividade, agora a placa passou a ter fundo branco com caracteres prateados, gerando insatisfação entre os apaixonados por clássicos.
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Como surgiu a placa preta no Brasil
A placa preta nasceu com a proposta de certificar veículos que preservassem suas características originais. Para obtê-la, era necessário passar por uma rigorosa inspeção realizada por entidades credenciadas, que verificavam cada detalhe de conservação e autenticidade do modelo.
O carro aprovado recebia a certificação de veículo de coleção e exibia orgulhosamente o fundo preto com letras cinzas, imediatamente reconhecido nas ruas.
Esse modelo vigorou por mais de duas décadas e ajudou a valorizar milhares de automóveis clássicos no Brasil. Para muitos colecionadores, ter a placa preta era o auge da legitimidade e um sinal de que o carro não era apenas antigo, mas um patrimônio preservado.
O impacto do padrão Mercosul
O novo sistema de placas do Mercosul surgiu em 2014, com o objetivo de padronizar a identificação entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
No Brasil, passou a ser obrigatório em 2020, substituindo a combinação antiga de três letras e quatro números por quatro letras e três números — ampliando a capacidade de registros.
Com a Resolução nº 957 do Contran, de 17 de maio de 2022, os veículos de coleção também foram incorporados ao novo modelo. Assim, a clássica placa preta deixou de existir visualmente, embora seus benefícios tenham sido mantidos.
Para os colecionadores, o problema não está nos direitos preservados, mas sim na perda da identidade visual que diferenciava seus veículos no trânsito.
Reação dos colecionadores
A mudança gerou forte reação entre clubes e federações de veículos antigos. Muitos alegam que a estética fazia parte do charme e da aura de exclusividade.
A Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) chegou a lançar um abaixo-assinado pedindo o retorno do fundo preto dentro do padrão Mercosul, justamente para resgatar a tradição.
Apesar da pressão, o Contran manteve o modelo atual, argumentando que a padronização internacional é essencial para a unificação dos registros.
Mesmo assim, a sensação de perda simbólica permanece, especialmente porque a placa preta era, para muitos, um cartão de visitas imediato de autenticidade.
Benefícios preservados, identidade questionada
Embora a estética tenha mudado, os direitos assegurados seguem valendo. O antigo Certificado de Originalidade foi substituído pelo Certificado de Veículo de Coleção (CVCOL), que garante, por exemplo, a isenção de adaptações modernas que não faziam parte da configuração original do carro, como cintos de três pontos ou luzes adicionais.
Em termos práticos, os carros continuam protegidos legalmente como patrimônio automotivo, mas perderam o ícone visual que os destacava no trânsito.
Para colecionadores e entusiastas, o debate atual não é jurídico, mas cultural: a placa preta era parte da história, e a substituição pelo modelo branco-prateado é vista como um esvaziamento de sua representatividade.
A placa preta, desde 1997, ajudou a valorizar o mercado de veículos clássicos no Brasil, tornando-se um símbolo de prestígio.
Com o padrão Mercosul, os benefícios foram preservados, mas o visual que marcava a tradição foi deixado para trás, gerando polêmica entre colecionadores.
E você, acredita que a mudança no design acabou com o charme da placa preta ou considera que o mais importante é a certificação legal?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem vive essa paixão na prática.