Petrobras alerta que, sem novas frentes exploratórias, o Brasil pode perder sua posição de exportador e voltar a importar petróleo já em 2034
Em 2024, o petróleo ultrapassou a soja e assumiu a liderança das exportações brasileiras. A commodity respondeu por mais de 52% das vendas externas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Contudo, em 2025, a Petrobras alertou o governo federal sobre o risco de o Brasil voltar a importar petróleo a partir de 2034. A estatal defendeu a necessidade de diversificação e expansão exploratória imediata.
Ciclo do pré-sal ameaça perder vigor até 2050
A estatal relaciona sua preocupação ao esgotamento do ciclo de exploração do pré-sal, camada que impulsiona a produção desde 2007. Estudos técnicos divulgados em 2025 mostram que, até 2050, os poços atuais e os em desenvolvimento não manterão a produção em níveis satisfatórios.
Por isso, a Petrobras intensificou em 2025 os diálogos com o governo federal, o Congresso Nacional e governadores da Amazônia. A companhia busca alternativas para ampliar a exploração. A direção pressiona o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama a liberar rapidamente o licenciamento da margem equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá.
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Investimento de US$ 3 bilhões em novos poços
Para enfrentar o declínio do pré-sal, a Petrobras anunciou em junho de 2025 um investimento de US$ 3 bilhões. O valor equivale a R$ 16,2 bilhões na cotação atual. Esse recurso financiará a abertura de 16 poços exploratórios na margem equatorial.
Entretanto, a companhia perfurou apenas dois poços no Rio Grande do Norte. Até agora, os resultados mostraram descobertas limitadas, de acordo com comunicados oficiais.
De acordo com Sylvia Anjos, diretora de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, em entrevista concedida em agosto de 2025, “a chave para o futuro está em usar todas as formas de energia do país de maneira complementar, eficiente e sustentável”. Ela reforçou que o Brasil possui “sol, vento, urânio, hidrelétrica, geotermia e, claro, petróleo e gás natural”.
Papel estratégico do petróleo nas exportações
Além de liderar as exportações em 2024, o petróleo fortaleceu as relações comerciais do Brasil com países da África e com a Índia. No mesmo período, a Petrobras concentrou esforços em revitalizar grandes campos como Tupi e Búzios. Esses ativos sustentam a produção nacional e garantem relevância internacional.
O cenário internacional reforça a urgência. A Guiana produzia cerca de 650 mil barris por dia em 2025. O país anunciou planos de dobrar a produção a partir de 2027, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA).
Inspirada nesse modelo, a Petrobras aposta no potencial da margem equatorial. Contudo, o avanço depende da liberação rápida das licenças ambientais.
Petrobras cobra agilidade regulatória
Assim, a preocupação com o futuro do pré-sal cresce em intensidade. O declínio natural das reservas ameaça a segurança energética nacional nas próximas décadas. Por isso, a estatal defende que a diversificação de fontes e a rapidez regulatória são condições fundamentais para garantir crescimento equilibrado.
Dessa forma, a Petrobras afirma que o futuro da matriz energética brasileira até 2050 depende das decisões adotadas agora. A direção destaca que o Brasil deve explorar seus recursos de forma estratégica e responsável, promovendo desenvolvimento econômico alinhado à preservação ambiental.
O que você acha que deve ser prioridade para o Brasil: acelerar a exploração da margem equatorial para evitar riscos futuros de importação ou adotar uma estratégia mais lenta e sustentável para proteger o meio ambiente?