Aeroporto pode se tornar peça central da logística da Petrobras, atraindo investimentos, movimentando a economia regional e reposicionando a cidade no mapa estratégico do setor de petróleo e gás no Brasil.
Representantes da Petrobras e da Infraero fizeram na última quarta-feira (10) uma visita técnica às instalações do terminal do futuro Aeroporto Civil Metropolitano, na Base Aérea de Santos, em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá.
O objetivo foi avaliar o uso do local como ponto de apoio para o transporte de equipes às plataformas da Bacia de Santos, o que pode transformar o município em uma nova base aérea estratégica para a operação offshore da estatal.
Visita técnica em Guarujá
De acordo com publicação do jornal A Tribuna, a agenda foi articulada pela Prefeitura de Guarujá.
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Segundo o município, a localização do aeródromo dentro da base militar oferece vantagem logística para deslocamentos diários, com potencial de reduzir custos operacionais e tempo de viagem de trabalhadores que seguem para embarques em alto-mar.
A equipe da Petrobras tratou do alinhamento operacional necessário para integrar o aeroporto ao itinerário de transporte de pessoal.
Projeções apresentadas pela prefeitura
No encontro, interlocutores do município apresentaram vídeos institucionais sobre Guarujá e projeções do projeto aeroportuário, incluindo o Terminal Provisório de Passageiros.
A proposta municipal foi descrita como um arranjo capaz de viabilizar operações de forma escalonada, de modo a atender demandas imediatas de movimentação de pessoal enquanto a infraestrutura definitiva evolui.
Não foram fornecidas metas de capacidade nem cronograma público de entrega do terminal temporário.
Planos da Petrobras para exploração de gás
Além da avaliação das instalações, a Petrobras apresentou um panorama de investimentos em exploração e produção na região.
Houve destaque para o Campo de Merluza, polo de produção de gás natural, e para uma nova área em análise para futura extração, ainda sem detalhamento divulgado.
A estatal indicou que a proximidade do aeródromo com ativos da Bacia de Santos pode facilitar a logística de embarque e desembarque de trabalhadores, concentrando em Guarujá parte das operações de acesso às plataformas.
Potencial logístico e impacto econômico
A leitura conjunta de Prefeitura, Petrobras e Infraero foi que o aeroporto tem condições de receber voos frequentes destinados ao transporte de funcionários da estatal.
Caso se confirme, o local funcionaria como um facilitador logístico, com efeito sobre a eficiência operacional e sobre a atividade econômica regional.
A administração municipal associou a perspectiva de uso regular do aeródromo a um possível incremento na cadeia de serviços de apoio, embora não tenha apresentado estimativas de empregos ou de receita.
Prioridades operacionais e terminal provisório
Enquanto isso, a etapa técnica concentrou-se nos requisitos de operação e no encaixe do terminal provisório às necessidades de fluxo de pessoas.
A partir do que foi informado, a prioridade da avaliação é garantir tempo de resposta adequado entre chegada ao aeroporto, trâmites de embarque e transferência às rotas que conectam o continente às unidades offshore.
Não foram divulgados, porém, dados sobre frequência diária de voos, janelas de operação ou tipos de aeronave planejados.
Participação da Infraero e da Petrobras
A reunião contou com a presença da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Portuário (Sedep), de cinco gerentes operacionais da Petrobras e do superintendente de serviços aeroportuários da Infraero, Rodrigo Medeiros.
O formato do encontro teve caráter técnico, voltado a checar condições de uso e mapear ajustes necessários na infraestrutura para aderir a protocolos de segurança e de atendimento a passageiros.
Estrutura e mobilidade em Guarujá
Por outro lado, o município enfatizou o papel do Aeroporto Civil Metropolitano dentro de uma estratégia mais ampla de mobilidade e desenvolvimento.
A apresentação incluiu projeções do empreendimento e do terminal temporário como etapa tática para iniciar operações, em paralelo aos trâmites das fases permanentes.
A Infraero, por sua vez, participou com equipe técnica, responsável por acompanhar parâmetros de operação e padrões de serviço a serem observados em eventuais voos frequentes de transporte de pessoal.
Definições pendentes da Petrobras
Ainda assim, a possível adesão da Petrobras ao aeroporto de Guarujá depende de validações operacionais e da compatibilização de agendas com os fluxos de embarque das plataformas.
A estatal indicou que o posicionamento geográfico é considerado “privilegiado” para deslocamentos à Bacia de Santos, mas não apresentou valores de investimento, prazos de início das operações ou indicadores de desempenho esperados.
A prefeitura não divulgou condicionantes regulatórias ou ambientais associados ao uso civil do sítio aeroportuário dentro da base militar.
Novas áreas em análise pela estatal
Além do Campo de Merluza, citado como polo de gás natural, a Petrobras apontou que analisa uma nova área com potencial de futura extração na região.
As informações divulgadas mantêm o foco nas etapas de avaliação e de planejamento logístico, sem detalhar volumes de produção, número de trabalhadores atendidos por dia ou previsão de picos de demanda.
A prefeitura afirmou que o conjunto de operações tem potencial para “impulsionar a economia regional e nacional”, sem anexar estudos ou séries históricas que quantifiquem esse impacto.
Requisitos técnicos para transporte de pessoal
No campo operacional, a discussão considerou a rotina de transporte de funcionários para plataformas de petróleo e gás, que requer regularidade, previsibilidade e tempo de conexão reduzido entre o deslocamento terrestre e o embarque aéreo.
O emprego de um terminal provisório, segundo a apresentação municipal, seria uma solução de transição para assegurar qualidade mínima de atendimento enquanto se avança nas obras da infraestrutura definitiva.
Questões como dimensionamento de salas de embarque, checagem de segurança, áreas de manutenção e serviços de atendimento foram citadas de forma descritiva, sem especificações técnicas divulgadas.
Avaliação técnica conjunta
Em termos institucionais, a presença de gerências operacionais da Petrobras e da superintendência de serviços aeroportuários da Infraero indica que a pauta está no estágio de compatibilização de requisitos e de levantamento de condições do sítio.
A prefeitura, por sua vez, assume a interlocução local e coordena a apresentação das etapas do projeto aeroportuário que possam sustentar o início de operações de apoio logístico.
Não houve anúncio de acordo formal, tampouco assinatura de termo que defina obrigações, prazos ou metas de desempenho.