Petrobras inicia licitação para modernizar o gasoduto Gascab II e viabilizar projeto CCS de captura e armazenamento de carbono na Bacia de Campos, fortalecendo a sustentabilidade energética
Segundo uma matéria divulgada pelo site MegaWhat, a Petrobras anunciou a abertura de uma licitação estratégica para adequar o gasoduto Gascab II ao ambicioso projeto CCS de captura e armazenamento de carbono na Bacia de Campos. A iniciativa representa um marco na transição energética da estatal brasileira, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade e descarbonização.
Projeto CCS São Tomé: inovação em captura e armazenamento de carbono
A Petrobras busca ganhar notoriedade em energia limpa no Brasil. Com essa licitação, a empresa reforça seu compromisso com tecnologias de baixo carbono e com a inovação na infraestrutura de transporte de CO₂.
O projeto CCS São Tomé é um piloto de captura e armazenamento geológico de carbono que visa armazenar até 100 mil toneladas de CO₂ por ano durante três anos, com início previsto para 2028. O gás será injetado no aquífero de São Tomé, localizado na região de Barra do Furado, no município de Quissamã (RJ).
-
Brasil no centro do clima global: COP30 em Belém promete virar o jogo contra o aquecimento e unir o mundo pela Amazônia
-
Programa Futuro no Campo incentiva jovens produtores rurais em Seritinga com cultivo de morangos orgânicos sustentáveis, capacitação técnica e sucessão familiar rural mineira
-
Combustíveis sustentáveis de aviação impulsionam cooperação Brasil-Chile e fortalecem transição energética com biocombustíveis, descarbonização e políticas públicas integradas
-
Produção de biocombustíveis: MME abre consultas públicas sobre biometano, gás natural sustentável, óleo residual, diesel verde e descarbonização energética
Esse tipo de tecnologia, conhecida como Carbon Capture and Storage (CCS), é considerada essencial para mitigar os efeitos das emissões industriais e contribuir para o cumprimento das metas climáticas estabelecidas pelo Acordo de Paris.
Gasoduto Gascab II: infraestrutura estratégica para o projeto CCS
O gasoduto Gascab II, com 67,5 km de extensão, atualmente transporta gás natural entre a estação de Barra do Furado e o Terminal de Cabiúnas, em Macaé. Com a nova licitação, a Petrobras pretende adaptar essa infraestrutura para o transporte de dióxido de carbono, viabilizando o funcionamento do projeto CCS.
Essa adequação representa um avanço técnico e ambiental. A conversão de gasodutos para CO₂ exige materiais resistentes à corrosão e sistemas de monitoramento sofisticados, garantindo segurança e eficiência.
A adaptação do Gascab II é considerada uma das etapas mais críticas para o sucesso do projeto CCS São Tomé, pois permitirá o escoamento seguro do carbono capturado até o ponto de injeção geológica.
Sustentabilidade como eixo estratégico da Petrobras
A Petrobras tem intensificado seus esforços em direção à sustentabilidade, com investimentos em energias renováveis, eficiência energética e tecnologias de baixo carbono. O projeto CCS São Tomé é parte integrante do plano estratégico da companhia para reduzir sua pegada de carbono.
Segundo o Plano Estratégico 2024–2028 da Petrobras, a empresa pretende investir US$ 11,5 bilhões em iniciativas de baixo carbono, incluindo projetos de CCS, hidrogênio verde e biocombustíveis.
Capturar carbono é mais que uma tendência — é uma necessidade. A Petrobras reconhece que a descarbonização é vital para manter sua competitividade e relevância no cenário energético global.
Bacia de Campos: polo de inovação em sustentabilidade
A Bacia de Campos é uma das regiões mais produtivas de petróleo e gás do Brasil. Com mais de quatro décadas de exploração, a área enfrenta o desafio de manter sua relevância diante da transição energética.
A implementação do projeto CCS na Bacia de Campos representa uma oportunidade de revitalizar a região com foco em sustentabilidade, transformando-a em um polo de inovação em tecnologias de captura de carbono.
Além disso, a proximidade com infraestrutura já existente — como o gasoduto Gascab II — facilita a logística e reduz custos operacionais, tornando o projeto mais viável economicamente.
Benefícios ambientais e econômicos da captura e armazenamento de carbono
A adoção do projeto CCS traz benefícios significativos:
- Redução de emissões de CO₂: até 300 mil toneladas capturadas em três anos.
- Valorização de ativos existentes: aproveitamento da infraestrutura do gasoduto Gascab II.
- Geração de empregos qualificados: demanda por engenheiros, técnicos e especialistas em geologia.
- Fortalecimento da imagem institucional da Petrobras como empresa comprometida com a sustentabilidade.
Investir em captura e armazenamento de carbono é investir no futuro. A Petrobras aposta em soluções que conciliam crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
Desafios técnicos e regulatórios do projeto CCS da Petrobras
Apesar dos avanços, o projeto enfrenta desafios:
- Regulação específica para CCS no Brasil ainda está em desenvolvimento.
- Monitoramento geológico contínuo é necessário para garantir a integridade do armazenamento.
- Engajamento da sociedade e transparência são fundamentais para evitar resistência pública.
A Petrobras tem buscado parcerias com universidades, centros de pesquisa e órgãos reguladores para superar esses obstáculos e garantir o sucesso do projeto.
Comparativo internacional: Brasil e o mundo na captura de carbono
Globalmente, países como Noruega, Canadá e Estados Unidos já operam projetos de CCS em larga escala. O Brasil, com o projeto São Tomé, entra nesse seleto grupo, demonstrando capacidade técnica e visão estratégica.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o mundo precisa capturar cerca de 6 bilhões de toneladas de CO₂ por ano até 2050 para atingir a neutralidade de carbono.
O Brasil pode contribuir significativamente com sua expertise em geologia e infraestrutura offshore. A entrada do Brasil no cenário global de CCS é um sinal de maturidade tecnológica e compromisso climático.
Detalhes da licitação da Petrobras para o gasoduto Gascab II
A licitação aberta pela Petrobras inclui:
- Prestação de serviços técnicos especializados
- Fornecimento de materiais e equipamentos
- Adequação de sistemas de controle e segurança
O processo será conduzido com base nos princípios de transparência e competitividade, conforme as diretrizes da Lei das Estatais. Empresas interessadas devem apresentar propostas até o final de novembro de 2025.
A licitação é o primeiro passo para transformar o projeto CCS em realidade. A expectativa é que as obras de adequação do gasoduto Gascab II comecem em 2026, com conclusão prevista para 2027.
Petrobras e o protagonismo na transição energética brasileira
A abertura da licitação para adequar o gasoduto Gascab II ao projeto CCS na Bacia de Campos representa um marco na trajetória da Petrobras rumo à sustentabilidade.
Captura e armazenamento de carbono é mais que uma tecnologia — é uma estratégia de sobrevivência. A Petrobras demonstra que é possível conciliar inovação, responsabilidade ambiental e desenvolvimento econômico.
Com essa iniciativa, o Brasil ganha destaque na luta contra as mudanças climáticas, aproveitando seu potencial geológico e industrial para liderar a transição energética na América Latina.