Estatal reativa fábricas que ampliará a produção nacional
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 10 de outubro de 2025, que voltará a atender 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados a partir de 2026.
A decisão marca uma nova fase da estatal, que busca fortalecer a indústria nacional e diminuir a dependência externa.
A retomada ocorrerá após a reativação de três unidades industriais que estavam inativas, o que representa um passo decisivo para o setor.
A declaração foi feita pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante evento realizado na Bahia, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Chambriard, a fábrica da Bahia deverá abastecer 5% do mercado de ureia, enquanto a unidade de Sergipe atenderá 7% da demanda nacional, reforçando o compromisso da empresa com a produção interna.
Além disso, a planta Ansa, localizada no Paraná, já iniciou seu processo de retomada operacional, demonstrando o avanço constante do plano estratégico.
Ela será responsável por 8% do fornecimento brasileiro de ureia, conforme o plano estratégico da companhia, consolidando um importante avanço produtivo.
Investimento para reduzir dependência externa
A executiva destacou que, paralelamente, a Petrobras está empenhada em colocar em operação a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), situada em Três Lagoas (MS).
Essa unidade, atualmente em fase de contratação, responderá por mais 15% da demanda nacional quando entrar em funcionamento, o que ampliará de forma significativa a oferta interna.
Com isso, a capacidade total do sistema Petrobras chegará a 35% da necessidade brasileira, fortalecendo a segurança agrícola do país.
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Segundo Chambriard, “a obra está sendo contratada, e quando estiver concluída, a Petrobras será capaz de entregar mais de um terço de todo o fertilizante que o país precisa”.
A medida é estratégica, pois o Brasil ainda importa cerca de 80% dos fertilizantes consumidos internamente, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Dessa forma, o governo federal tem reforçado políticas de incentivo à produção nacional, especialmente porque o aumento dos custos internacionais pressiona o agronegócio brasileiro.
Além disso, a expansão da produção interna ajudará a reduzir vulnerabilidades logísticas e cambiais, impulsionando a competitividade do setor.
Retomada de investimentos impulsionada pelo governo
Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula tem defendido o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes, desmobilizado em gestões anteriores.
A reindustrialização, portanto, tornou-se uma prioridade, assim como a redução da dependência de importações, elementos centrais da política industrial do governo.
Com essa iniciativa, o Planalto vê na Petrobras um instrumento estratégico de desenvolvimento, capaz de estimular o crescimento e gerar empregos em todo o país.
Durante o evento, Chambriard enfatizou que a estatal, como empresa pública, entende seu papel no crescimento econômico e na promoção da soberania nacional.
“Com as políticas públicas emanadas do governo federal e com o apoio dos acionistas, estamos cientes do papel estratégico da Petrobras para o Brasil”, afirmou a executiva.
Ela reforçou o compromisso da companhia com a autossuficiência nacional, destacando que o retorno ao segmento de fertilizantes será essencial para o equilíbrio econômico.
Assim, a Petrobras volta a desempenhar uma função decisiva na integração da cadeia produtiva do agronegócio, contribuindo para a segurança alimentar do país.
Novos investimentos na Bahia fortalecem o setor
O evento também marcou o anúncio de novos investimentos da Petrobras, que somam R$ 2,6 bilhões na Bahia, fortalecendo o parque industrial regional.
O pacote inclui encomendas para o setor naval e modernização da fábrica de fertilizantes local, o que reforça a importância da diversificação produtiva.
Essas medidas fortalecem o polo industrial baiano, além de gerar empregos diretos e indiretos e impulsionar a economia regional.
Esse movimento faz parte da estratégia da Petrobras para recompor sua cadeia de valor, garantindo maior autonomia e produtividade.
A empresa busca se tornar novamente uma protagonista na produção de fertilizantes nitrogenados, insumos essenciais ao agronegócio nacional.
O setor responde por cerca de 25% do PIB brasileiro, segundo o IBGE, e tem sido o motor de crescimento de diversas regiões do país.
Perspectivas para 2026
Com as três unidades reativadas e a conclusão da UFN-III, a Petrobras pretende reduzir a vulnerabilidade do país às oscilações do mercado internacional e aumentar sua competitividade.
Assim, o Brasil tende a fortalecer sua soberania produtiva, especialmente em um cenário global de disputas por insumos agrícolas e instabilidade de preços.
Ao final do evento, Magda Chambriard afirmou que a Petrobras está orgulhosa de investir novamente em áreas estratégicas, reforçando seu papel no desenvolvimento sustentável.
Ela destacou que os projetos garantem estabilidade econômica, geração de empregos e crescimento industrial em diversas regiões do país.
“Não vamos esquecer que somos uma empresa estatal e estamos muito orgulhosos de poder proporcionar cada vez mais desenvolvimento para o nosso país”, concluiu.
A Petrobras se prepara para um novo ciclo de expansão no setor de fertilizantes, com metas ambiciosas e prazos definidos para 2026.