Petrobras e a Acelen enfrentam uma negociação incerta que deixa investidores apreensivos. Com o valor dos títulos em queda, as perspectivas de fusão e aquisição aumentam.
A incerteza reina sobre a Petrobras e a Acelen, controlada pela Mubadala Capital, em uma negociação que parece não ter fim à vista.
Investidores da Acelen demonstram impaciência com a indefinição
Desde 2021, a Acelen opera a refinaria de Mataripe, localizada no Nordeste do Brasil, e desde então, os investidores aguardam ansiosamente por uma decisão sobre a possível venda para a Petrobras.
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Os títulos da Acelen, que já apresentavam uma queda nos últimos meses, sofreram uma nova retração após a recente teleconferência de resultados da empresa, que não trouxe novidades relevantes sobre a transação.
De acordo com o portal Invest news, esse desinteresse exacerbado dos investidores levou os títulos, que vencem em 2031, a despencar cerca de 8 centavos de dólar, negociados agora a apenas US$ 0,85.
A Petrobras mantém sua posição cautelosa
A Petrobras, que anteriormente operava a refinaria, ainda está avaliando a possibilidade de recompra, embora seu CEO tenha destacado que essa negociação não é uma prioridade no momento.
Enquanto isso, a Acelen se mantém em silêncio sobre a situação. De acordo com informações disponíveis, os investidores têm sentido uma pressão crescente, com os rendimentos dos títulos subindo para o maior nível desde fevereiro.
Dinâmica de mercado em crise
A situação atual reflete uma dinâmica de mercado fraco, com os resultados da Acelen sendo impactados por margens desafiadoras.
Os chamados “crack spreads” — a diferença entre o preço pago pelo óleo cru e o preço cobrado dos consumidores — despencaram 33% no último ano, alcançando US$ 5,4 por barril no segundo trimestre.
A Acelen já declarou, em oportunidades anteriores, que enfrenta dificuldades para competir com as refinarias da Petrobras, que conseguem vender combustíveis a preços mais baixos.
A possibilidade de fusão e aquisição
Conforme os rumores de uma potencial negociação entre a Acelen e a Petrobras ganham força, alguns analistas afirmam que essa união poderia, de fato, melhorar as margens da Acelen.
Ezequiel Fernández, analista da Balanz, sugere que a diferença de mais de 500 pontos-base entre os títulos da Acelen e da Petrobras deve diminuir caso a compra se concretize.
Embora Fernández tenha uma visão “underweight” para a Acelen, ele acredita que um acordo de fusão e aquisição é mais provável do que sua ausência.
No entanto, ele ressalta que as recentes declarações da Petrobras sobre sua falta de interesse podem ser uma tática de negociação.
“Achamos que um M&A tem mais probabilidade de acontecer do que não. No entanto, é importante ter cautela e esperar para ver o desenrolar das negociações entre a Mubadala e a Petrobras”, destacou o analista.
Impasse na negociação
À medida que a situação se desenrola, os investidores permanecem apreensivos sobre o que o futuro reserva para a Acelen e a Petrobras.
A incerteza no setor pode afetar não apenas os acionistas, mas também o mercado de petróleo como um todo, especialmente em um contexto de margens já pressionadas.
Garanta sua informação: fique de olho nas atualizações
Com a data de vencimento dos títulos se aproximando e a pressão sobre as margens aumentando, a expectativa é de que novas informações surjam a qualquer momento, trazendo possíveis desdobramentos para esta negociação intrigante.