Com investimento de R$ 113 milhões, Petrobras e UFBA iniciam projeto-piloto de CCS em ambiente marinho raso para avançar em soluções de sustentabilidade e reduzir emissões de carbono no Brasil
Em 7 de novembro de 2025, a Petrobras anunciou um acordo de R$ 113,2 milhões com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) para desenvolver um projeto-piloto de captura e estocagem de carbono (CCS) em ambiente marinho raso. A iniciativa representa um avanço estratégico na busca por soluções sustentáveis para a indústria de óleo e gás no Brasil.
Este projeto é um marco para a sustentabilidade nacional, alinhando ciência, tecnologia e responsabilidade ambiental. A parceria, com duração inicial de três anos, poderá ser prorrogada e envolve também a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex), que atuará como interveniente administrativa.
Investimento robusto e objetivos claros da Petrobras e UFBA
O acordo prevê um repasse de R$ 113,2 milhões, dividido em duas parcelas: R$ 110 milhões na primeira fase e R$ 3,2 milhões na segunda. O montante será destinado à aquisição de equipamentos, materiais permanentes e à adaptação de laboratórios para pesquisa e desenvolvimento (P&D).
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O foco principal é aprimorar metodologias de medição, monitoramento e verificação (MMV) de vazamentos de CO₂ em plantas de CCS. Essa tecnologia é considerada essencial para mitigar os impactos das emissões industriais e acelerar a transição energética no país.
O projeto-piloto de CCS consiste em capturar o dióxido de carbono (CO₂) gerado por atividades industriais e armazená-lo em formações geológicas seguras, evitando sua liberação na atmosfera. Essa técnica é reconhecida internacionalmente como uma das mais eficazes para reduzir emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, iniciativas como essa são fundamentais para compatibilizar o setor de energia com os compromissos do Acordo de Paris.
Ambiente marinho raso: desafios e oportunidades
A escolha do ambiente marinho raso como cenário para o projeto-piloto é estratégica. Essa configuração permite menor custo operacional, maior acessibilidade para instalação de sensores e equipamentos, além de facilitar o monitoramento contínuo das áreas de estocagem.
Contudo, também impõe desafios técnicos, como a interferência de correntes marítimas, a preservação da biodiversidade local e a necessidade de precisão geológica para garantir a segurança do armazenamento. Por isso, o projeto inclui estudos geofísicos e modelagens avançadas para identificar os melhores reservatórios submarinos.
Sustentabilidade e inovação tecnológica com iniciativa da Petrobras e UFBA
A iniciativa está diretamente conectada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente os de número 13 (ação contra a mudança global do clima) e 9 (indústria, inovação e infraestrutura). Ao investir em CCS, a Petrobras demonstra compromisso com a sustentabilidade corporativa e com a inovação tecnológica.
Além disso, o projeto fortalece o ecossistema acadêmico brasileiro, promovendo a capacitação de pesquisadores, engenheiros e estudantes da UFBA em tecnologias de ponta. Isso contribui para a formação de mão de obra qualificada e para o desenvolvimento de soluções locais com impacto global.
Nos últimos anos, a Petrobras tem ampliado seus investimentos em fontes de energia limpa, como eólica e solar, além de projetos de descarbonização. O acordo com a UFBA reforça essa estratégia, posicionando a estatal como líder na transição energética nacional.
Segundo projeções da empresa, mais de R$ 5,7 bilhões foram destinados a iniciativas de baixo carbono até 2029. O projeto-piloto de CCS é mais um passo nessa direção, com potencial para ser replicado em outras regiões do país e até mesmo exportado como modelo tecnológico.
Monitoramento e transparência no ambiente marinho
Um dos pilares do projeto é o sistema de medição, monitoramento e verificação (MMV), que será desenvolvido com rigor científico. Ele permitirá acompanhar em tempo real o comportamento do CO₂ armazenado, garantindo que não haja vazamentos ou impactos ambientais adversos.
A Petrobras informou o acordo à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e espera-se que haja prestação de contas periódica conforme práticas de governança. Isso reforça a confiança no projeto e permite que ele seja auditado por órgãos reguladores e instituições independentes.
UFBA como protagonista acadêmico
A UFBA será responsável pela execução técnica e científica do projeto, coordenando estudos geológicos, modelagens computacionais e testes em campo. A universidade já possui tradição em pesquisas voltadas à geociência e engenharia ambiental, o que a torna parceira ideal para a Petrobras.
A participação da UFBA fortalece o vínculo entre ciência e indústria, promovendo inovação com base em evidências e rigor acadêmico. Além disso, o projeto abre espaço para bolsas de pesquisa, intercâmbios e publicações científicas que podem influenciar políticas públicas de sustentabilidade.
Relevância estratégica para o Brasil
O Brasil possui características geológicas favoráveis à estocagem de carbono, especialmente em áreas offshore. Com o desenvolvimento de tecnologias locais e a validação de metodologias em ambiente marinho raso, o país pode se tornar referência internacional em CCS.
Além disso, iniciativas como essa contribuem para a diversificação da matriz energética, a redução da pegada de carbono da indústria nacional e o cumprimento das metas climáticas estabelecidas em acordos multilaterais. É uma oportunidade de transformar desafios ambientais em soluções tecnológicas de alto impacto.
Petrobras e UFBA: caminhos para o futuro sustentável
O acordo entre Petrobras e UFBA para o desenvolvimento de um projeto-piloto de CCS em ambiente marinho raso representa um avanço significativo na luta contra as mudanças climáticas. Com investimento robusto, foco em inovação e compromisso com a sustentabilidade, a iniciativa tem potencial para transformar o setor energético brasileiro.
Além de reduzir emissões, o projeto fortalece a pesquisa nacional, promove a capacitação técnica e posiciona o Brasil como referência em tecnologias de captura e estocagem de carbono. É um exemplo claro de como ciência e indústria podem caminhar juntas rumo a um futuro mais limpo e responsável.



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