Petrobras anuncia investimento de R$ 100 milhões para impulsionar o cinema brasileiro e ampliar o acesso ao audiovisual no país.
A Petrobras anunciou que vai investir R$ 100 milhões no setor audiovisual até 2027. O anúncio foi feito na última quinta-feira (02/10/2025), durante cerimônia na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro.
O objetivo é incentivar produções nacionais, apoiar a manutenção de salas de cinema e garantir a realização de festivais tradicionais do país.
O investimento ocorre em um momento simbólico: a comemoração dos 30 anos da chamada retomada do cinema brasileiro.
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Petrobras e o novo ciclo de apoio ao audiovisual
O pacote de recursos será destinado à produção e distribuição de filmes e séries, além de patrocínios a eventos como o Festival de Gramado (RS), a Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), o Bonito Cine Sur (MS) e a Mostra de Gostoso (RN).
De acordo com Milton Bittencourt, gerente de patrocínios culturais da estatal, a iniciativa tem um propósito claro:
“Nosso compromisso é fortalecer o cinema brasileiro, garantindo que ele continue a contar as histórias do país, dialogando com o presente e projetando o futuro.”
Esse investimento reforça o papel estratégico da Petrobras como uma das maiores financiadoras do audiovisual no Brasil.
30 anos da retomada do cinema brasileiro
A cerimônia também celebrou os 30 anos da chamada “retomada do cinema brasileiro”. Esse movimento começou em 1995, com o filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, dirigido por Carla Camurati.
A produção marcou a reaproximação do público com as salas de cinema, após um período de crise no setor causado pelo fechamento da Embrafilme e pela ausência de políticas públicas nos anos 1990.
Ao longo dessas três décadas, a Petrobras patrocinou mais de 600 produções nacionais, entre longas, curtas e documentários.
Muitos desses títulos se tornaram referência no Brasil e no exterior, como Cidade de Deus, Carandiru, Bacurau e O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho — vencedor em Cannes e indicado pelo Brasil ao Oscar.
Personalidades destacam importância do investimento
Durante o encontro, que reuniu nomes do setor audiovisual, a cineasta Marina Person destacou o impacto do patrocínio:
“Não haveria 30 anos de história e 600 filmes viabilizados sem um aporte consistente como o da Petrobras. É um investimento que não só fortalece a produção, mas também a identidade cultural do país.”
O ator Rodrigo Santoro também participou da cerimônia e compartilhou lembranças pessoais de sua trajetória ligada à estatal, já que seu pai trabalhou na companhia. Ele aproveitou para defender o incentivo à cultura:
“Há muito preconceito em relação à Lei Rouanet e ao patrocínio cultural. Criou-se um estigma, mas é preciso compreender a importância desse fomento. Sem esse apoio, muitos dos filmes que hoje celebramos jamais teriam existido.”
Audiovisual como instrumento de identidade e diversidade
A distribuidora Silvia Cruz, da Vitrine Filmes, lembrou do impacto do projeto Sessão Vitrine Petrobras, que leva produções nacionais a mais de 20 cidades brasileiras com ingressos a preços populares:
“Graças a esse apoio, conseguimos distribuir tanto lançamentos quanto obras restauradas, alcançando públicos que, de outra forma, não teriam contato com esses filmes.”
Já o produtor Flávio R. Tambellini destacou a importância da parceria para a realização do longa Malês, dirigido por Antonio Pitanga:
“Foi um processo longo e desafiador. O apoio da Petrobras foi essencial para tornar realidade essa obra que resgata a história de resistência negra no Brasil.”
Investimento cultural que molda o futuro do cinema brasileiro
Com a promessa de R$ 100 milhões destinados ao audiovisual até 2027, a Petrobras reafirma seu papel central na preservação da memória e na expansão do cinema brasileiro.
Mais do que financiar produções, o investimento fortalece a identidade cultural do país, valoriza a diversidade de histórias e garante que o público continue a ter acesso a uma produção nacional de qualidade.