Moeda da Argentina acumulou queda de 27,4% frente ao dólar, pior desempenho global, enquanto o real brasileiro subiu mais de 14% e aparece entre os destaques positivos do ano.
O peso argentino vem acumulando perdas históricas em 2025. Segundo levantamento de mercado, até o dia 8 de setembro, a moeda já havia se desvalorizado 27,4% frente ao dólar, registrando o pior desempenho entre as principais moedas globais.
A queda reflete o quadro de instabilidade econômica e política enfrentado pelo país vizinho. A inflação alta, as dificuldades em retomar a confiança dos investidores e a instabilidade nas negociações externas têm pressionado o câmbio, tornando o peso um símbolo da fragilidade financeira argentina.
Real brasileiro surpreende no cenário internacional
Enquanto o peso argentino desmorona, o real brasileiro aparece entre as moedas que mais se valorizaram contra o dólar em 2025. No mesmo período, a moeda nacional registrou alta de 14,08%, ocupando a quarta posição no ranking global.
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Esse desempenho chama atenção porque coloca o real ao lado de divisas historicamente mais estáveis, como o rublo russo, a coroa sueca e o franco suíço.
Causas da valorização do real
Especialistas apontam alguns fatores para explicar a força da moeda brasileira neste ano. O principal é a entrada de capital estrangeiro atraído pela taxa de juros elevada, que segue em patamar competitivo frente ao restante do mundo.
Além disso, há uma percepção de relativa estabilidade nas contas externas e uma melhora na balança comercial, puxada pelas exportações de commodities como soja, petróleo e minério de ferro. Esses elementos contribuíram para fortalecer o real, em contraste com moedas emergentes que perderam espaço.
Outras moedas em destaque
O rublo russo liderou o ranking de valorização, com ganho de quase 34% em 2025. A coroa sueca e o franco suíço também apareceram entre as moedas que mais se fortaleceram frente ao dólar, reflexo tanto de condições internas quanto da oscilação da moeda americana nos mercados globais.
No lado oposto, além do peso argentino, a lira turca e rúpias asiáticas também registraram quedas expressivas, reforçando um cenário de fragilidade em algumas economias emergentes.
O dólar em cenário global
O desempenho das moedas em 2025 também foi influenciado pela trajetória do dólar. O índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de divisas fortes como euro, iene e libra esterlina, apresentou perdas ao longo do ano. Esse movimento abriu espaço para a valorização de moedas de países com fundamentos mais sólidos ou que se beneficiam da entrada de capital externo, caso do Brasil.
A valorização do real tem efeitos diretos na economia do dia a dia. Para o consumidor brasileiro, um real mais forte significa redução de pressões inflacionárias sobre produtos importados, como eletrônicos e combustíveis. Para investidores, a moeda valorizada aumenta a atratividade dos ativos brasileiros, como ações e títulos de renda fixa, que oferecem rendimento elevado e, agora, menor risco cambial.
Já para exportadores, o cenário é um pouco diferente. Um real mais forte reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, exigindo estratégias de adaptação das empresas voltadas ao mercado internacional.
Argentina em busca de soluções
Na Argentina, o tom é de urgência. A forte desvalorização do peso agrava o poder de compra da população e pressiona ainda mais a inflação, que já estava em patamares elevados. O governo tenta adotar medidas para estabilizar a economia, mas enfrenta desconfiança dos investidores e dificuldades em manter reservas internacionais robustas.
A comparação com o real brasileiro evidencia o contraste entre os dois países. Enquanto o Brasil se beneficia da entrada de capital e da confiança relativa dos mercados, a Argentina luta contra desequilíbrios internos que colocam sua moeda em trajetória de queda contínua.
Peso argentino vs Real brasileiro
O ano de 2025 marca um contraste evidente na América do Sul: de um lado, o peso argentino despenca mais de 27% frente ao dólar, consolidando-se como a moeda de pior desempenho global; de outro, o real brasileiro acumula valorização superior a 14%, figurando entre as quatro moedas mais fortes do mundo.
Esse cenário reforça não apenas a fragilidade da economia argentina, mas também a relevância do Brasil no radar internacional. Para investidores, consumidores e analistas, o desempenho das moedas neste ano evidencia como decisões políticas, fundamentos econômicos e fluxos de capital podem transformar profundamente o destino de uma nação no mercado global.