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Paraquedas gigantes em aviões comerciais: por que nunca aconteceu?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 16/08/2024 às 15:27
Paraquedas gigantes em aviões comerciais: por que nunca aconteceu? (Imagem: reprodução/ Inteligência artificial))
Paraquedas gigantes em aviões comerciais: por que nunca aconteceu? (Imagem: reprodução/ Inteligência artificial))

Você já se perguntou por que os aviões comerciais não estão equipados com paraquedas gigantes que poderiam salvar vidas em caso de emergência? A ideia pode parecer simples e genial à primeira vista, mas a realidade esconde desafios técnicos e financeiros quase intransponíveis.

Esta questão voltou a ganhar atenção após o recente acidente envolvendo o ATR da VoePass em Vinhedo, e hoje vamos explorar os motivos pelos quais essa solução ainda não foi implementada.

A impossibilidade técnica de paraquedas em aviões comerciais

Vamos começar pelos desafios técnicos. Imagine um avião comercial típico, como um Airbus, que pode pesar mais de 300 toneladas quando completamente carregado.

O paraquedas necessário para desacelerar essa massa colossal teria que ser absurdamente grande, muito maior do que o próprio avião.

Isso levanta uma pergunta óbvia: onde armazenar esse equipamento monstruoso? A aeronave precisaria de um espaço imenso apenas para guardar o paraquedas, o que comprometeria tanto a estrutura quanto a eficiência operacional do voo.

Além do espaço, especialistas no assunto destacam que há a questão do peso. Adicionar um sistema de paraquedas aumentaria significativamente o peso do avião, o que, por sua vez, elevaria o consumo de combustível em cada voo. Isso é algo que tanto as companhias aéreas quanto o meio ambiente querem evitar a todo custo. E os problemas não param por aí.

Redesenhar a estrutura dos aviões

Outro obstáculo crucial está na força que o avião teria que suportar ao abrir um paraquedas em pleno voo. A estrutura atual dos aviões não foi projetada para resistir a essa pressão extrema. Imagine tentar parar um trem-bala puxando uma corda – a força necessária seria imensa, e o avião, tal como está, não resistiria.

Os aviões comerciais voam a velocidades superiores a 800 km/h, o que torna o cenário ainda mais complicado. Abrir um paraquedas nessa velocidade seria desastroso: o dispositivo poderia se rasgar instantaneamente, ou, se conseguisse abrir, a desaceleração abrupta poderia causar sérios danos à aeronave e seus passageiros.

O custo exorbitante da implementação

Além dos desafios técnicos, há a questão financeira. Desenvolver e implementar um sistema de paraquedas para aviões comerciais não seria apenas um feito de engenharia; seria também um projeto de altíssimo custo.

O processo envolveria criar um sistema complexo, realizar testes extensivos e garantir que ele funcione de forma confiável em condições extremas. Tudo isso demandaria bilhões de dólares, um custo que inevitavelmente se refletiria no preço das passagens aéreas, já elevadas.

Sistemas de segurança existentes tornam os paraquedas obsoletos

Mesmo sem paraquedas gigantes, os aviões modernos são extremamente seguros. Eles contam com sistemas redundantes para praticamente todos os aspectos do voo. Isso significa que, se um sistema falhar, outro entra em ação imediatamente.

Por exemplo, aviões comerciais podem continuar a voar e até pousar com segurança, mesmo se um motor parar de funcionar. E, em casos ainda mais extremos, se ambos os motores falharem, a aeronave pode planar por centenas de quilômetros até encontrar um local adequado para pouso.

Além disso, os pilotos passam por treinamentos rigorosos para lidar com todo tipo de emergência. Eles acumulam horas em simuladores ultrarrealistas, praticando situações que, muito provavelmente, nunca enfrentarão na vida real, mas estarão prontos caso aconteçam.

Investimento constante em tecnologia de segurança

Segundo especialistas, a indústria da aviação investe continuamente em novas tecnologias para garantir a segurança dos voos. Sistemas avançados de prevenção de colisões, monitoramento constante da saúde das aeronaves e comunicação em tempo real com o controle de tráfego aéreo são apenas algumas das camadas de proteção que tornam o transporte aéreo uma das formas mais seguras de viajar.

Pequenos aviões já usam paraquedas – mas isso é exceção

É interessante notar que algumas aeronaves menores, como as da marca Cirrus, já utilizam paraquedas.

O Cirrus Airframe Parachute System (CAPS) é um exemplo, mas é importante lembrar que esses aviões pesam menos de duas toneladas e voam a velocidades muito menores que os aviões comerciais. Ainda assim, essa tecnologia é considerada experimental e limitada a um nicho específico de aeronaves.

De todo modo, vale a pena destacar que, para especialistas, a ausência de paraquedas gigantes não torna os aviões menos seguros – na verdade, é justamente o contrário.

A segurança na aviação é garantida por múltiplas camadas de proteção: sistemas redundantes, treinamento rigoroso e avanços tecnológicos constantes. Cada um desses elementos contribui para que voar continue sendo uma das maneiras mais seguras de viajar.

Você já sabia desses detalhes sobre a segurança aérea? Acha que deveríamos investir mais em tecnologias como paraquedas gigantes, ou confia nas medidas de segurança já existentes? Comente abaixo sua opinião.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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