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Carne bovina brasileira: Países árabes substituem Austrália e Nova Zelândia pelo Brasil, que já exporta 40% com selo halal e precisa investir em rastreabilidade digital

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/09/2025 às 05:30
Carne bovina brasileira ganha espaço nos países árabes, já responde por 40% com selo halal e enfrenta desafio da rastreabilidade digital
Carne bovina brasileira ganha espaço nos países árabes, já responde por 40% com selo halal e enfrenta desafio da rastreabilidade digital
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Exportadores brasileiros conquistam confiança no Golfo, mas executivos alertam que rastreabilidade digital e embalagens a vácuo são essenciais para ampliar participação regional

A carne bovina do Brasil já ocupa posição de destaque nos mercados da China e dos países árabes com o selo halal, mas ainda encontra espaço para crescer. Essa foi a avaliação apresentada por importadores durante o Congresso Nacional da Carne (Conacarne), realizado em Belo Horizonte na última quinta-feira (18/9).

O encontro reuniu executivos que reforçaram o potencial de expansão da proteína brasileira em alguns dos principais destinos globais.

Mercado chinês em expansão

Atualmente, a China responde por mais de 40% das compras de carne bovina do Brasil.

A diretora de negócios internacionais da plataforma chinesa de importação Optimize Integration Group (OIG), Kelly Wang, afirmou que a tendência é de aumento nessa participação, tanto para o Brasil quanto para países vizinhos, como a Argentina.

Segundo Wang, a boa reputação conquistada pela carne brasileira se deve à padronização e à qualidade dos produtos. “Os produtores brasileiros têm feito um excelente trabalho na China, eles fornecem produtos padronizados e a população chinesa é enorme”, destacou a executiva em reportagem do Globo Rural.

Ela ressaltou que manter esse padrão é fundamental para o consumidor chinês, que valoriza regularidade e confiança.

Em 2024, a China importou cerca de 2,9 milhões de toneladas de carne bovina, volume 5% maior do que o registrado no ano anterior.

Apesar do crescimento, o custo aparece como desafio. Os preços estão no nível mais baixo da última década, o que pressiona fornecedores e abre espaço para produtos com maior competitividade.

Temos uma demanda massiva por carne bovina, mas a média de consumo per capita ainda é baixa, cerca de 8 quilos por ano, inferior à média global. As razões são econômicas”, explicou Wang.

Ela acrescentou que a diversidade de hábitos regionais representa oportunidade para os exportadores brasileiros desenvolverem novos produtos voltados a perfis distintos de consumidores.

O destino da carne na China também revela a força desse mercado. A executiva explicou que a maior parte da proteína importada é direcionada ao processamento. Já os maiores consumidores finais são os supermercados, seguidos por hotéis e, em terceiro lugar, o setor de processados.

Países árabes ampliam espaço para a carne brasileira

Nos países árabes, a carne bovina brasileira vem substituindo produtos de concorrentes tradicionais, como Nova Zelândia e Austrália.

Para Riyadh Jabbar, diretor da Al Tayeb Meat da trading LuLu Group, com sede nos Emirados Árabes Unidos, o Brasil pode avançar ainda mais na região se investir em rastreabilidade digital.

A rastreabilidade digital é importantíssima. Precisa ter um esforço entre os países da minha região com o Brasil para que a rastreabilidade seja digitalizada e a certificação comprovada”, afirmou o executivo.

Ele destacou que a confiança é um dos fatores que fortalecem a presença brasileira.

Cerca de 40% de todas as exportações para a região já possuem certificação halal, uma exigência dos compradores que vai além do aspecto religioso. “É uma questão de confiança na qualidade do produto”, completou.

Jabbar acredita que a conveniência também é decisiva. Ele sugeriu que os exportadores brasileiros adotem padrões de embalagem a vácuo, comuns nos mercados árabes. “São muito importantes para nós”, afirmou.

O diretor explicou que os consumidores querem produtos prontos para o preparo, o que inclui cortes práticos e embalagens funcionais.

Além da população local, restaurantes e estabelecimentos voltados ao turismo aparecem como grandes pontos de demanda.

O executivo estima que a tendência é de crescimento nas transações entre os mercados, caso os ajustes de rastreabilidade e embalagem sejam adotados. “Imagino que possamos aumentar o número de negócios que fazemos entre nossos mercados”, projetou.

Perspectivas

A carne bovina brasileira tem potencial de crescimento nos dois polos mais estratégicos para o setor: China e países árabes.

No mercado chinês, competitividade de preços e capacidade de adaptação a hábitos de consumo regionais são diferenciais.

Já nos países árabes, confiança, certificações halal e avanços em rastreabilidade e embalagem podem consolidar ainda mais a presença do produto.

O evento mostrou que, mesmo com desafios como custo e exigências de padronização, a carne brasileira mantém espaço para crescer e conquistar novos consumidores em mercados já dominados por sua qualidade e reputação.

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Lance Windler
Lance Windler
20/09/2025 05:39

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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