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Pai e filho encontraram com detector de metal baú viking intacto de 1 milênio com prata, ouro e moedas raras, considerado o maior tesouro da Grã-Bretanha em 150 anos, avaliado em R$ 6,9 milhões

Publicado em 09/11/2025 às 11:46
Tesouro, Aposentado, Viking
Imagem: Wikimedea Commons / or Programa de Antiguidades Portáteis
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Descoberto em 2007 por pai e filho na Inglaterra, o Tesouro do Vale de York reúne peças de prata, ouro e moedas que conectam civilizações da Europa à Ásia

Em janeiro de 2007, o empresário semi-aposentado David Whelan e seu filho Andrew, um topógrafo de Leeds, viviam uma manhã comum de hobby. Usando detectores de metal em um campo de Harrogate, em North Yorkshire, eles encontraram um baú de chumbo enterrado a cerca de 30 centímetros do solo com um verdadeiro tesouro histórico.

Dentro, havia uma tigela de prata de onde caíam moedas e fragmentos metálicos. Sem abrir o conteúdo, os dois preservaram o achado e comunicaram a descoberta à arqueóloga Amy Cooper, do Esquema de Antiguidades Portáteis.

A atitude dos Whelans foi elogiada por especialistas, porque evitaram manipular o conteúdo e registraram a localização exata do objeto.

Isso foi essencial, já que chuvas pesadas apagaram os vestígios originais do local poucos dias depois. O material foi levado ao Museu Britânico, onde conservadores escavaram o conteúdo cuidadosamente.

Maior achado viking em mais de um século

O Museu Britânico anunciou oficialmente a descoberta em julho de 2007, classificando o conjunto como “a mais importante descoberta de seu tipo na Grã-Bretanha em mais de 150 anos”.

O Tesouro do Vale de York, como ficou conhecido, continha 617 moedas de prata e 65 outros itens entre ornamentos, lingotes e metais preciosos. O valor histórico da coleção foi comparado ao Tesouro de Cuerdale, encontrado em 1840.

Os objetos estavam guardados dentro de um vaso de prata dourada, ricamente decorado com videiras, folhas e figuras de animais.

Pesquisadores acreditam que o recipiente era um vaso eclesiástico do norte da França, possivelmente saqueado ou recebido como tributo.

O vaso foi enterrado dentro de um baú de chumbo, o que ajudou a preservar as peças durante mais de mil anos.

Um retrato do mundo viking em transformação

Entre os itens mais raros, havia um anel de ouro para o braço, talvez de origem irlandesa, além de fragmentos de prata cortada usados como moeda.

As moedas chamaram atenção porque misturam símbolos cristãos, pagãos e islâmicos, revelando uma época de transição religiosa.

Esse detalhe mostra como os vikings recém-cristianizados conviviam com antigas crenças e influências culturais diversas.

As moedas datam do final do século IX e início do X, o que ajuda a situar o momento do enterro.

Historiadores sugerem que o tesouro pode ter pertencido a um líder viking rico que viveu o período turbulento após a conquista do reino da Nortúmbria, em 927, pelo rei anglo-saxão Athelstan.

Após sua morte, em 939, a região voltou brevemente ao domínio viking até 954, quando o rei Eric Machado Sangrento foi expulso e assassinado.

Conexões de comércio impressionantes

O conteúdo do tesouro surpreendeu também pela origem variada dos objetos. Havia peças vindas de regiões distantes, como Samarcanda, no atual Uzbequistão, além de fragmentos do norte da África, Afeganistão, Rússia, Irlanda e Escandinávia.

Essa diversidade ilustra o alcance das rotas comerciais vikings, que conectavam diferentes partes da Europa e da Ásia.

Gareth Williams, curador de moedas do início da Idade Média no Museu Britânico, estudou o material e destacou sua relevância global.

Para ele, o conjunto mostra como os vikings estavam integrados a uma rede internacional de trocas, muito além da imagem tradicional de guerreiros e saqueadores.

Avaliação, posse e exibição pública do tesouro

Em julho de 2007, uma audiência judicial em Harrogate classificou oficialmente o achado como “tesouro” sob a Lei do Tesouro de 1996.

Pela norma britânica, objetos desse tipo devem ser oferecidos a museus, com o valor dividido entre os descobridores e o dono da terra.

O Comitê Independente de Avaliação de Tesouros avaliou o conjunto em £1.082.000, ou seja, cerca de 6,9 milhões de reais.

A quantia foi financiada por instituições culturais como o York Museums Trust, o British Museum, o National Heritage Memorial Fund e o The Art Fund.

Viagem pelos museus e retorno a Yorkshire

O tesouro foi exposto pela primeira vez no Museu de Yorkshire em setembro de 2009, pouco antes de o espaço fechar para reformas.

Em 2010, na reabertura do museu, voltou ao público durante o Dia de Yorkshire. Nos anos seguintes, percorreu cidades como Copenhague, Berlim e Londres, integrando exposições sobre o mundo viking.

Entre 2014 e 2015, fez parte da mostra “Vikings” no Museu Britânico — a primeira grande exposição sobre o tema no local em três décadas.

Posteriormente, passou a integrar a exposição itinerante “Viking: Redescobrindo a Lenda”, que visitou museus e universidades em várias cidades britânicas, incluindo Aberdeen e Nottingham.

Mais recentemente, entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025, a taça principal foi exibida na mostra “Rotas da Seda”, no Museu Britânico.

Em julho de 2025, todo o conjunto retornou definitivamente a Yorkshire, onde integra a exposição permanente “Viking North”, aberta ao público no Museu de Yorkshire.

O Tesouro do Vale de York: Símbolo de um passado globalizado

O Tesouro do Vale de York segue sendo um dos achados arqueológicos mais significativos do Reino Unido.

Ele revela um período em que o comércio e a fé cruzavam fronteiras, conectando povos do norte da Europa a civilizações distantes.

Mais do que prata e ouro, o que emerge do solo de Harrogate é a memória de uma era em que o mundo já se mostrava surpreendentemente globalizado.

Com informações de Wikipedia.

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Romário Pereira de Carvalho

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