Com o ouro em alta recorde e o bitcoin ultrapassando 125 mil dólares, investidores buscam refúgio fora do dólar em meio a crises políticas, inflação e desconfiança global.
De acordo com o portal do G1, o ouro ultrapassou a marca de 4 mil dólares por onça troy, atingindo o maior valor de sua história e consolidando seu papel como o ativo mais procurado em tempos de instabilidade global. Ao mesmo tempo, o bitcoin rompeu a barreira dos 125 mil dólares, reforçando sua posição como alternativa digital às moedas tradicionais.
Esses dois movimentos simultâneos um símbolo da tradição e outro da inovação estão redefinindo o equilíbrio financeiro mundial. O avanço de ambos os ativos reflete uma mudança estrutural no comportamento dos investidores diante da inflação persistente, das dívidas públicas elevadas e das incertezas políticas nos Estados Unidos e na Europa.
Ouro dispara e atinge o maior valor da história
Tradicionalmente visto como um porto seguro em momentos de turbulência, o ouro tem apresentado um desempenho impressionante em 2025.
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Desde janeiro, o metal acumula alta superior a 50% e caminha para o maior ganho anual desde 1979.
O salto mais recente foi impulsionado pelo medo de um novo shutdown do governo americano, pela fraqueza do iene e pelas crises políticas na Europa.
Analistas explicam que o cenário atual favorece o ouro em vários níveis.
Com as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, a escalada das guerras na Ucrânia e em Gaza e a dívida americana ultrapassando 37 trilhões de dólares, a confiança no dólar como reserva mundial está sendo abalada.
Isso tem levado bancos centrais e investidores privados a buscarem proteção em metais preciosos.
Além disso, o ouro se beneficia de uma forte demanda por ETFs lastreados na commodity, especialmente entre fundos de hedge.
Segundo dados recentes da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), esses fundos já detêm mais de 73 bilhões de dólares em ouro, um recorde histórico.
Crise global e fuga para ativos de refúgio
A desvalorização do iene, o impasse político em Washington e a instabilidade na Europa criaram um ambiente perfeito para a escalada do ouro.
No Japão, a eleição de Sanae Takaichi como líder do LDP, embora histórica, não conteve a queda da moeda local.
Na França, a renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu agravou a crise de confiança no euro e elevou o temor sobre a sustentabilidade fiscal do país, cuja dívida já representa 115% do PIB.
Com o risco político crescendo em várias frentes, os investidores estão retomando a lógica clássica: fugir do papel e correr para o ouro.
O metal volta a desempenhar o papel que o consagrou ao longo dos séculos uma âncora de valor em meio à incerteza.
Bitcoin desafia o sistema e dobra de valor em um ano
Enquanto o ouro consolida seu domínio entre os ativos tradicionais, o bitcoin vive seu próprio momento de euforia.
Impulsionado pela reeleição de Donald Trump e pela postura mais favorável do novo governo americano às criptomoedas, o ativo digital dobrou de valor nos últimos doze meses e ultrapassou a marca dos 125 mil dólares.
A valorização também está associada à entrada massiva de investidores institucionais.
Grandes fundos e gestoras começaram a diversificar suas carteiras com criptoativos, enxergando o bitcoin não apenas como uma aposta especulativa, mas como um ativo de reserva alternativo ao dólar.
O analista Geoffrey Kendrick, do Standard Chartered Bank, afirmou em nota que o bitcoin está reagindo de forma sincronizada com os “riscos do governo dos EUA”.
Segundo ele, “quanto maior a incerteza política e fiscal em Washington, maior tende a ser o impulso do bitcoin”.
A nova correlação entre ouro e bitcoin
Historicamente vistos como opostos, ouro e bitcoin nunca estiveram tão próximos. Ambos estão sendo impulsionados pela mesma força motriz: a perda de confiança nas moedas fiduciárias e o aumento da aversão a riscos estatais.
De um lado, o ouro representa a estabilidade milenar; do outro, o bitcoin simboliza a disrupção tecnológica.
Juntos, eles estão desenhando um novo mapa financeiro em que o dólar perde centralidade e o investidor busca proteção tanto no tangível quanto no digital.
O mês de outubro, tradicionalmente positivo para as criptomoedas, tem reforçado essa tendência.
Desde 2013, o bitcoin só caiu duas vezes nesse período, e analistas acreditam que o ativo pode chegar a 135 mil dólares até o fim do mês.
Perspectivas: um mundo que se descola do dólar
Especialistas acreditam que tanto o ouro quanto o bitcoin continuarão se valorizando ao longo de 2025.
O HSBC projeta que os bancos centrais devem ampliar suas compras de ouro nos próximos 12 meses, seguindo o levantamento do Conselho Mundial do Ouro, que aponta que 95% dos gestores de reservas esperam aumento nas posições do metal.
No campo digital, a expectativa é que o bitcoin continue sendo impulsionado pela combinação de menores juros, maior liquidez global e avanço da tokenização de ativos.
Ambos os movimentos refletem um ponto de virada: a busca por alternativas à hegemonia do dólar e à vulnerabilidade das economias tradicionais.
E você, acredita que o ouro e o bitcoin vieram para substituir o dólar como reserva de valor global? Ou ainda confia nas moedas tradicionais? Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem acompanha essa revolução financeira de perto.