Os novos túneis da BR-116 em Novo Hamburgo avançam com duas passagens inferiores projetadas para veículos de grande porte, conexões locais reordenadas, novas alças e rotas de acesso, prometendo reduzir gargalos históricos e dar fluidez à circulação entre bairros e o eixo metropolitano.
Os novos túneis da BR-116 estão saindo do papel em Novo Hamburgo com um pacote de engenharia pensado para suportar tráfego intenso e padronizar travessias sob a rodovia com segurança. O projeto prevê duas passagens inferiores, compatíveis com caminhões, ônibus e automóveis, reorganizando os fluxos hoje concentrados em cruzamentos e viadutos saturados.
A aposta é reduzir tempos de viagem, aumentar a previsibilidade para quem cruza entre bairros e diminuir o número de conflitos em nível. A obra já tem frentes ativas de estaqueamento e escavação lateral, com planejamento de fases que permite manter a rodovia operando, ainda que com restrições temporárias. A expectativa local cita prazo de cerca de 10 meses para a entrega, sujeito à evolução do canteiro e às condições de obra.
Onde ficam e como serão
A primeira passagem inferior está implantada na altura do bairro Primavera, conectando a BR-116 ao entorno imediato com estrutura de 12 metros de largura e duas faixas.
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A solução substitui cruzamentos de baixa capacidade por um corredor contínuo em nível inferior, eliminando manobras lentas na pista principal e transferindo o entrelaçamento para fora do fluxo rodoviário.
A segunda passagem está no km 237, na altura da Rua Pedro Álvares Cabral, ligando Rio Branco ao Rincão.
O projeto indica 5,5 metros de gabarito vertical e três faixas organizadas em operação tipo mão inglesa para acomodar os movimentos predominantes.
Há referência técnica a um parâmetro de 16 metros na estrutura, dimensionamento associado ao conjunto de faixas e áreas laterais.
O que muda na circulação
Com as novas travessias, cargas e transporte coletivo deixam de disputar espaço em cruzamentos de baixa eficiência, o que reduz filas em horários de pico.
As novas alças e rótulas redistribuem o acesso à BR-116 e desafogam o viaduto Ayrton Senna, hoje ponto de estrangulamento para quem se desloca entre o centro e os bairros.
A circulação interna também melhora. Bairros como Primavera, Ideal, Rio Branco e Rincão ganham rotas mais diretas e previsíveis, diminuindo desvios longos e retornos em vias saturadas.
Para quem cruza a cidade diariamente, o ganho está na regularidade, não apenas na velocidade máxima.
Engenharia e cronograma de execução
A metodologia adota um passo a passo clássico para obras sob rodovia: estaqueamento e contenções laterais, execução de travessas, vigas e longarinas, lançamento da laje superior e, só então, remoção do solo sob a BR.
Esse sequenciamento preserva a integridade da pista enquanto a estrutura principal ganha rigidez.
Há movimentação volumosa de solo e uso de equipamentos de cravação e concretagem, além de monitoramento de vibrações por conta do tráfego pesado.
Em valores divulgados localmente, o conjunto supera R$ 17 milhões, com uma das passagens estimada em R$ 6,5 milhões.
São cifras compatíveis com obras de macrodrenagem viária e túneis urbanos desse porte, dada a necessidade de fundações e estruturas robustas.
Segurança viária e ganhos operacionais
Ao retirar conflitos em nível, a obra reduz pontos de cruzamento e conversões críticas, diminuindo riscos de colisões laterais.
O traçado mais limpo melhora a leitura da via, o que impacta positivamente a segurança do usuário vulnerável nas áreas adjacentes.
No âmbito operacional, o transporte coletivo tende a sofrer menos variação de tempo de viagem, o que melhora a confiabilidade das linhas.
Para a logística urbana, a regularidade na BR-116 tem efeito cascata em janelas de entrega, custos de combustível e planejamento de rotas.
Impactos durante as obras e como mitigar
Enquanto durarem as intervenções, a região conviverá com pistas estreitadas, desvios temporários e redução de velocidade.
O efeito é mais sensível nos picos da manhã e da tarde, quando a rodovia já opera perto do limite. Sinalização reforçada e comunicação de rotas alternativas são essenciais para reduzir transtornos.
Para quem circula diariamente, planejar saídas com antecedência e evitar janelas críticas ajuda a suavizar o impacto.
Empresas de transporte e fretamento escolar podem redistribuir horários e ajustar pontos de embarque provisórios para manter a cadência do serviço.
Por que a capacidade dos túneis importa
Os novos túneis da BR-116 foram especificados para veículos de grande porte, evitando o gargalo clássico de túneis baixos ou estreitos em eixos de alto fluxo.
Gabarito vertical, largura operacional e número de faixas foram definidos para acolher picos de demanda e permitir intervenções futuras sem paralisar a cidade.
Dimensionar bem na origem evita remendos caros depois.
Com estrutura preparada para o cenário de crescimento, a cidade ganha resiliência viária e tempo para planejar novas etapas, como requalificação das vias alimentadoras e melhorias na malha cicloviária e de pedestres.
O que vem depois da liberação
Concluída a estrutura e feito o comissionamento de drenagem, ventilação passiva e sinalização, a operação entra em fase de observação e ajustes finos.
É quando pequenas correções de alinhamento, tempos semafóricos adjacentes e programação de acessos refinam a fluidez.
O passo seguinte é integrar dados de tráfego à gestão municipal e à concessionária, para que decisões futuras sobre sincronização de rotas e priorização de transporte coletivo sejam tomadas com base em evidência e não em percepção.
Essa governança é o que consolida o ganho de longo prazo.
Os novos túneis da BR-116 em Novo Hamburgo atacam o problema certo com a solução certa.
Passagens inferiores com capacidade real de escoamento, alças organizadas e obra pensada em fases dão os ingredientes para virar a página do congestionamento crônico no eixo.
Confira as filmagens dos túneis com Cassiano Hans
E você, que usa a BR-116 na rotina, onde acredita que o impacto será mais sentido após a abertura dos túneis: no pico da manhã, no retorno da tarde ou nas conexões entre bairros? Conte nos comentários como é a sua experiência hoje e o que espera ver melhorar.



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