1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Os Estados Unidos foram o maior parceiro comercial do Brasil por quase 80 anos até a China tomar o posto em 2009
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 0 comentários

Os Estados Unidos foram o maior parceiro comercial do Brasil por quase 80 anos até a China tomar o posto em 2009

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 06/10/2025 às 21:25
Em 2009 o jogo virou: a China ultrapassou os EUA e hoje compra mais que o dobro dos produtos brasileiros que os americanos
Em 2009 o jogo virou: a China ultrapassou os EUA e hoje compra mais que o dobro dos produtos brasileiros que os americanos
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

A mudança de liderança que colocou a China como maior parceiro comercial do Brasil em 2009 espelha a reconfiguração da economia global, com a indústria chinesa puxando a demanda por commodities e o Brasil consolidando exportações de soja, minério e petróleo, enquanto os Estados Unidos preservam relevância em produtos industrializados e no estoque de investimento no país

O posto de maior parceiro comercial do Brasil ficou nas mãos dos Estados Unidos por quase oito décadas, até que a virada de 2009 marcou a ascensão da China ao topo do comércio exterior brasileiro. A industrialização acelerada chinesa e a necessidade de matérias-primas elevaram a corrente de comércio com o Brasil e reconfiguraram as rotas de exportação.

Desde então, a China se mantém como principal destino das vendas externas brasileiras, conforme a CNN, especialmente de commodities como soja, minério de ferro e petróleo, enquanto o Brasil importa bens industrializados e eletrônicos do país asiático. Os EUA seguem centrais como segundo parceiro, com maior peso em produtos de maior valor agregado e no estoque de investimentos.

O domínio histórico dos EUA e a transição para a China

Os Estados Unidos foram o maior parceiro comercial do Brasil por quase 80 anos até a China tomar o posto em 2009

Por quase 80 anos, os Estados Unidos lideraram o comércio exterior brasileiro, posição consolidada ao longo do século XX.

A proximidade política e econômica do pós-guerra ampliou fluxos, com o Brasil importando máquinas e bens industriais e vendendo café, manufaturados leves e alimentos.

Em muitos períodos, a balança com os EUA foi deficitária para o Brasil, reflexo da compra de itens de maior valor tecnológico.

A virada de 2009 não foi um evento isolado, mas o ápice de um processo em curso. A corrente de comércio com a China cresceu ano a ano, acompanhando o boom industrial e urbano do país asiático.

Quando a soma de exportações e importações com a China superou a dos EUA, o Brasil entrou em um novo ciclo, com mudança estrutural da pauta e das dependências externas.

Quem compra, quanto compra e o que está na pauta

Os Estados Unidos foram o maior parceiro comercial do Brasil por quase 80 anos até a China tomar o posto em 2009
Gráfico do Poder360

A China se tornou o maior comprador do Brasil, adquirindo volume muito superior ao dos Estados Unidos.

A pauta é complementar: o Brasil vende produtos básicos e compra industrializados, o que reforça o papel brasileiro como fornecedor de insumos estratégicos e posiciona a China como origem de manufaturas e tecnologia.

No caso americano, o perfil é mais equilibrado. Os EUA absorvem mais bens industrializados brasileiros e exportam ao Brasil produtos de alto valor agregado, mantendo parcerias tecnológicas e industriais com empresas instaladas no país.

Essa dupla dinâmica ajuda a explicar por que China e EUA ocupam papéis distintos na estratégia externa brasileira.

Por que a China virou o maior parceiro comercial do Brasil

A resposta está na escala chinesa e na complementaridade produtiva. A demanda por commodities agrícolas e minerais encontrou no Brasil um fornecedor competitivo, combinando produtividade no campo e reservas minerais relevantes.

Ao mesmo tempo, cadeias industriais chinesas passaram a suprir o mercado brasileiro com eletrônicos, máquinas e bens de consumo.

Esse arranjo reduziu custos e prazos para empresas brasileiras integradas a cadeias globais e elevou as exportações de básicos.

O efeito colateral é conhecido: risco de primarização se a diversificação e o valor agregado não avançarem. O desafio é capturar mais tecnologia e conteúdo local sem perder a competitividade externa.

Investimentos e presença empresarial

A presença chinesa transbordou do comércio para o investimento, com empresas atuando em energia, infraestrutura, tecnologia, serviços e agronegócio.

Linhas de transmissão, parques eólicos e solares, obras logísticas e plataformas digitais exemplificam a capilaridade dessa atuação.

O investimento recente cresceu, acompanhando novos projetos e promessas para a próxima década.

Já os Estados Unidos permanecem líderes no estoque histórico de investimento no Brasil, com forte presença em finanças, petróleo e gás, TI e manufatura.

Estoques e fluxos contam histórias diferentes: enquanto o capital americano estruturou bases de longo prazo, o capital chinês ganhou velocidade em setores críticos na última década e meia.

O equilíbrio estratégico entre China e EUA

Gerir a relação com as duas maiores economias é parte do tabuleiro externo do Brasil. A China oferece escala e tração para commodities e cadeias digitais, enquanto os EUA agregam tecnologia, financiamento e parceria industrial.

Equilibrar interesses, diversificar mercados e aumentar o conteúdo tecnológico das exportações são metas complementares para reduzir vulnerabilidades.

No curto prazo, o consumidor se beneficia de maior concorrência e variedade.

No médio e longo prazos, a qualidade da política industrial, a previsibilidade regulatória e acordos comerciais serão determinantes para transformar volume em valor, emprego qualificado e inovação.

O que mostram as comparações recentes

Comparações de corrente de comércio, balança e composição da pauta indicam um predomínio chinês no fluxo total e maior presença americana no investimento acumulado.

Em termos de pauta, a China concentra compras de básicos, ao passo que os EUA absorvem mais manufaturados. Do ponto de vista de risco, há exposição brasileira à oscilação de preços de commodities e, no caso americano, incertezas ligadas a medidas protecionistas.

Para o Brasil, a estratégia vencedora combina abertura de mercados, diversificação de produtos e políticas de agregação de valor, de modo a reduzir a dependência de ciclos de preços e elevar a competitividade sistêmica da economia.

A China ocupa o posto de maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, enquanto os EUA preservam protagonismo em investimento e indústria.

O próximo salto depende de diversificação, inovação e acordos que abram portas para bens com maior conteúdo tecnológico.

Você concorda que a virada para a China foi inevitável ou o Brasil deveria buscar um reequilíbrio com mais valor agregado nas trocas com ambos os parceiros? Isso melhora preços e empregos no dia a dia ou pressiona a indústria nacional? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x