Ford Ka 1.0 e Peugeot 208 1.2 Puretech introduziram a correia dentada banhada a óleo em carros de volume no Brasil. Conheça a tecnologia, os desafios e o legado.
A indústria automotiva busca constantemente inovações para motores mais eficientes e duráveis. Nesse cenário, a correia dentada banhada a óleo surgiu como uma promessa. No Brasil, os primeiros carros de volume a adotar essa tecnologia foram o Ford Ka 1.0 (a partir de 2014) e o Peugeot 208 1.2 Puretech (por volta de 2016).
Entenda a trajetória da correia dentada banhada a óleo nesses modelos pioneiros. Analisaremos suas características, os problemas enfrentados e a percepção dessa tecnologia no mercado nacional, com base em informações técnicas e relatos.
O que é a correia dentada banhada a óleo e quais suas vantagens teóricas?
A correia dentada banhada a óleo, ou “wet belt”, opera imersa no óleo lubrificante do motor. Isso a diferencia das correias secas tradicionais e das correntes de comando metálicas. A lubrificação constante visa reduzir atrito e desgaste.
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As vantagens teóricas motivaram sua adoção. Fabricantes projetaram durabilidades superiores a 200.000 km. Esperava-se uma operação mais silenciosa do motor. A redução do atrito interno poderia levar a maior eficiência e menor consumo. Contudo, esses benefícios dependem de manutenção rigorosa. A necessidade de óleo específico é crucial, e desvios podem comprometer o sistema. A troca da correia também é mais complexa e cara.
Ford Ka 1.0: o pioneiro da correia dentada banhada a óleo em carros populares no Brasil
O Ford Ka 1.0, com motor TiVCT de três cilindros, foi lançado em agosto de 2014 (modelo 2015). Ele é o primeiro carro de volume no Brasil com correia dentada banhada a óleo. A Ford posicionou-se como pioneira desta tecnologia no segmento.
A durabilidade declarada da correia era de 240.000 km ou 10 anos. O uso de óleo Ford específico (ex: SAE 5W-20 WSS-M2C948-B) era mandatório. Apesar do motor ser elogiado, surgiram problemas. Relatos indicam desgaste prematuro da correia e entupimento do pescador da bomba de óleo. Muitos casos foram atribuídos ao uso de óleo incorreto, resultando em danos severos ao motor.
Peugeot 208 1.2 Puretech: a chegada da tecnologia ao grupo PSA no Brasil
O grupo PSA (Peugeot-Citroën) introduziu a correia dentada banhada a óleo no Brasil por volta de 2016. Os modelos foram o Peugeot 208 e o Citroën C3, com motor 1.2 Puretech. Este motor de três cilindros também exigia cuidados específicos.
A PSA estabeleceu um intervalo de troca menor para a correia: 80.000 km ou 6 anos. O óleo recomendado era o Total Quartz Ineo First 0W-30 (PSA B71 2302). A manutenção do sistema Puretech é complexa, exigindo ferramentas especiais. Assim como nos Ford, falhas prematuras da correia foram associadas ao uso de óleo inadequado ou manutenção negligenciada.
Opinião dos especialistas: desafios da correia dentada banhada a óleo no contexto brasileiro
Especialistas e análises técnicas apontam para desafios significativos da correia dentada banhada a óleo no Brasil. A causa mais comum dos problemas é o uso de óleo fora da especificação. A falta de conhecimento sobre a criticidade dos aditivos específicos, e não apenas da viscosidade, foi fatal para muitos motores.
Práticas de manutenção inadequadas, como negligência nos intervalos de troca, também contribuíram. A contaminação do óleo e o uso de produtos falsificados agravaram o cenário. A percepção da tecnologia tornou-se controversa. Consumidores e reparadores desenvolveram ceticismo devido à alta incidência de falhas custosas. A indústria aprendeu que a introdução de tecnologias avançadas exige educação do consumidor e preparo da rede de assistência.
Além dos pioneiros
Após o Ka 1.0, a Ford expandiu o uso da correia dentada banhada a óleo. O Ford Fiesta 1.0 EcoBoost (2016) e o EcoSport 1.5 Dragon adotaram o sistema. A picape Ranger 2.0 Turbodiesel e a Transit 2.0 EcoBlue também utilizaram a tecnologia.
Outras marcas seguiram, como a Chevrolet com o Onix em 2019. No entanto, a reputação da “wet belt” no Brasil foi manchada pelos problemas iniciais. Frases como “medo dessa correia dentada” ilustram o sentimento negativo. O legado é um alerta: a complexidade tecnológica precisa estar alinhada com as realidades do mercado e da manutenção local.
Passando pano para “tecnologia” que não funciona
Kkkkk tentando coloca a culpa na Ford e Peugeot.🫢🫢🫢🫢🫢