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Os 700 milhões de barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas para serem usados em caso de guerra ou crise global

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 19/06/2025 às 21:20
Atualizado em 21/06/2025 às 10:08
A fortaleza secreta da América: os barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas
A fortaleza secreta da América: os barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas
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A Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA guarda milhões de barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas para serem usados em crises, mas seu futuro é um debate constante.

No subsolo do Texas e da Louisiana, os Estados Unidos mantêm uma fortaleza energética secreta: a Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês). São centenas de milhões de barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas, uma apólice de seguro criada para proteger o país de crises globais e guerras.

Em 2025, após a maior liberação de sua história, o futuro desta vasta reserva está no centro de um intenso debate político e econômico, que definirá a segurança energética dos EUA e o equilíbrio do mercado global.

O que é a Reserva Estratégica de Petróleo (SPR) e por que ela foi criada em 1975 para armazenar barris de petróleo?

A SPR não nasceu de um plano, mas do pânico. Foi uma resposta direta à crise do petróleo de 1973-74, quando um embargo imposto por nações árabes deixou a economia americana de joelhos e motoristas em filas intermináveis nos postos de gasolina. Para nunca mais ficar refém de crises de abastecimento, o Congresso dos EUA aprovou, em 22 de dezembro de 1975, a lei que criou a reserva.

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O objetivo era claro: criar um estoque de emergência de barris de petróleo para reduzir o impacto de futuras interrupções no fornecimento e cumprir as obrigações dos EUA com a Agência Internacional de Energia (AIE). A primeira entrega de petróleo ocorreu em 21 de julho de 1977, e a reserva atingiu seu pico em 2010, com 726,6 milhões de barris.

A engenharia de uma fortaleza: como funcionam as cavernas de sal para guardar o petróleo

Os 700 milhões de barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas para serem usados em caso de guerra ou crise global

A escolha de armazenar barris de petróleo em cavernas de sal subterrâneas foi uma decisão de engenharia e economia. O método é até 10 vezes mais barato que tanques de superfície. Os locais, na costa do Golfo do Texas e da Louisiana, foram escolhidos pela proximidade com refinarias e portos.

A SPR consiste em 60 cavernas de sal criadas por um processo de “mineração por solução”: água doce é bombeada em alta pressão para dentro do domo de sal, dissolvendo-o como açúcar em um copo d’água. A salmoura resultante é então bombeada para fora, deixando para trás uma caverna gigante e segura. Uma caverna típica é tão grande que a Willis Tower de Chicago caberia dentro dela. Para retirar o petróleo, injeta-se água no fundo da caverna; como o petróleo é mais leve, ele flutua e é empurrado para a superfície.

Quando a reserva é usada: das guerras aos furacões

Desde sua criação, a reserva de barris de petróleo foi usada em quatro grandes emergências para estabilizar os mercados:

Operação Tempestade no Deserto (1991): durante a Guerra do Golfo, para acalmar o mercado.

Furacão Katrina (2005): para compensar a paralisação da produção na Costa do Golfo.

Guerra Civil na Líbia (2011): em uma ação coordenada com a AIE para evitar um choque de preços global.

Invasão da Ucrânia pela Rússia (2022): a maior liberação da história, uma manobra geopolítica para combater a alta nos preços da energia e diminuir a receita de guerra da Rússia.

Além das emergências, o Congresso também já autorizou vendas para financiar outras prioridades do governo, transformando a reserva em um “mealheiro” federal.

O ciclo 2022-2025: a maior liberação da história e a estratégia de “vender caro, comprar barato”

Os 700 milhões de barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas para serem usados em caso de guerra ou crise global

A gestão da SPR mudou de paradigma nos últimos anos. Em resposta à guerra na Ucrânia, o governo de Joe Biden autorizou a liberação de 180 milhões de barris de petróleo. A ação foi creditada por ter reduzido os preços da gasolina nos EUA.

Essa venda foi executada a um preço médio estratégico de US$ 95 por barril. Em um movimento de mestre de mercado, quando os preços globais caíram, o governo iniciou a recompra por um preço médio de apenas US$ 75 por barril, gerando lucro para os cofres públicos. Essa manobra de “vender caro e comprar barato” foi vista como financeiramente bem-sucedida. No entanto, as liberações levaram o estoque ao seu nível mais baixo em 40 anos. Em março de 2025, o inventário era de 396,7 milhões de barris, recuperado parcialmente, mas ainda longe da capacidade máxima de 714 milhões de barris.

O futuro da reserva em 2025: debate político e a transição energética

O futuro dos barris de petróleo armazenados em cavernas de sal subterrâneas é um intenso debate político nos EUA. A administração Trump, que assumiu em 2025, declarou a intenção de reabastecer a reserva até sua capacidade máxima, uma visão que a encara como uma fortaleza estratégica para grandes emergências.

No entanto, há um debate sobre qual o tamanho ideal da reserva, agora que os EUA são um grande exportador de petróleo. Enquanto isso, uma nova e ousada ideia ganha força no contexto da transição energética: transformar a infraestrutura da reserva. As imensas cavernas de sal, perfeitas para armazenar hidrogênio verde, poderiam converter a fortaleza do petróleo no cofre-forte da energia limpa, garantindo que o poder estratégico da América continue, não importando o combustível que move o mundo.

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Fabrício B Aguirre
Fabrício B Aguirre
20/06/2025 18:16

Como retiraram o hidrogênio? Como garantir que o verde não se misture com o natural?

Cesar Borges
Cesar Borges
20/06/2025 13:29

A Dilma não queria estocar vento? Ora cada um estoca o que quiser
Kkkk

Erasmo
Erasmo
Em resposta a  Cesar Borges
20/06/2025 13:44

Que papo mais ****, você sabe exatamente oque ela disse e se não sabe deveria procurar saber, ao invés de ficar repetindo asneiras.

Jordao
Jordao
Em resposta a  Erasmo
20/06/2025 14:45

O que esperar de um ****, inteligência nao né, eles se alimentam de mentiras e destilar ódio.

Aderbal
Aderbal
Em resposta a  Cesar Borges
20/06/2025 23:34

Os indiotas lacradores Barato de plantão, não perde oportunidade, para colocar para fora todas as fezes que eles tem na cabeça, o que não passa no Anos do inelegível vei para o cererebro dos Lacradores d/ DIREITA, ESTREMA DIREITA E BOLSOMINIOS:

Última edição em 1 mês atrás por Aderbal
Aldo
Aldo
Em resposta a  Aderbal
21/06/2025 03:47

Falou um **** aí que adora chupar lula e Xandão!!

Carlos Alberto Machado Perna
Carlos Alberto Machado Perna
20/06/2025 11:38

Os E. Unidos tem que meter o bico sim, pelo bem ou pelo mau, tem sido um equilíbrio nas relações mundiais. O que não pode é um presidente **** sair mundo a fora falando asneiras e comprando guerra com quem ele nao tem a menor noção.
Se fosse so ele e a turma dele que pagariam o Pato, eu estaria dando risada, mas não, somos todos nós que seremos crucificados

Tony
Tony
Em resposta a  Carlos Alberto Machado Perna
20/06/2025 20:01

Se tá de sacanagem né …USA,é uma fábrica de guerra

ORNAN
ORNAN
Em resposta a  Tony
21/06/2025 01:49

Os Estados Unidos têm sido o único país que sistematicamente atuou contra a soberania e o desenvolvimento do Brasil. A intervenção americana foi evidente durante o golpe de 1964, facilitado pela Operação Brother Sam, que forneceu apoio logístico e militar aos conspiradores. Além disso, os EUA sabotaram o desenvolvimento aeroespacial brasileiro ao negar a venda de componentes essenciais para nossos projetos. A explosão do VLS-1 em Alcântara, que resultou na morte de 21 técnicos e engenheiros, levantou suspeitas de possível envolvimento americano.
A descoberta do pré-sal brasileiro também desencadeou turbulências políticas, espionagem deslavada da nossa presidente à época. Outra afronta é a crítica e a criação de obstáculos por parte dos EUA ao desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro. A tentativa de prejudicar a parceria da Embraer com a Gripen é outro exemplo de interferência. Essas ações refletem uma estratégia dos EUA para manter o Brasil subdesenvolvido, pois um Brasil forte e desenvolvido diminuiria a influência americana na região. Muitos brasileiros, por falta de informação ou ingenuidade, não percebem essa dinâmica.

Catarina
Catarina
Em resposta a  ORNAN
21/06/2025 13:07

Meu amigo quem mantém o Brasil subdesenvolvido não é o EUA, e o próprio governo que ao invés de empurrar as pessoas para o estudo e trabalho (fora da área de serviço) o governo mantém as pessoas presas a assistencialismo barato e condenando assim o país a miséria com a desculpa que esses programas tiram as pessoas desse patamar, que já foi amplamente comprovado que é um equívoco manter programas assistenciais dessa forma. As merdas do Brasil é culpa do Brasil o problema é que o governo NUNCA ASSUME A RESPONSABILIDADE pelas cagadas e erros que comete, e pra justificar colocam a culpa nos outros, a esquerda põe nos EUA, o a direita no “comunismo” e ninguém (até agora) faz nada pra tentar resolver de fato as coisas.

Chaosnat
Chaosnat
Em resposta a  Catarina
21/06/2025 15:38

Seu argumento não tem lógica, o Lulis é o político brasileiro que mais criou universidades públicas, além de na sua gestão ter criado o sistema de cotas para pessoas negras nas faculdades públicas. Fora que para uma família ter acesso aos programas sociais as crianças dela precisam estar devidamente matriculadas e estudando, senão correm o risco de ter o benefício cancelado. E antes que me esqueça o PT também foi o criador dos programas do Fies e ProUni, inclusive minha filha mais velha estudou odontologia através do ProUni sem eu precisar gastar um real sequer na melhor faculdade particular do Estado, sendo a 1ª colocada na turma dela e oradora da colação de grau.

Para os brasileiros que querem estudar a faca e o queijo estão nas mãos, graças aos governos do PT. 😉😘

Nilson Antônio de Oliveira
Nilson Antônio de Oliveira
Em resposta a  Tony
21/06/2025 08:04

No Brasil morre 40 mil por ano por crimes assalto mais que na guerra e aí…..

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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