Especialistas apontam risco de novo choque no petróleo, fuga para ouro e impacto global após ataque a instalações nucleares no Irã
Uma ofensiva militar de alto impacto, liderada pelos Estados Unidos, agitou o cenário internacional em junho de 2025.
O ataque aéreo atingiu as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, no Irã, gerando uma forte resposta dos mercados globais.
De acordo com analistas internacionais, a ação já elevou os preços do petróleo para patamares entre US$ 90 e US$ 130.
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Além disso, provocou uma corrida por ativos de segurança, como ouro e títulos do Tesouro americano, além de elevar a volatilidade nos mercados acionários e cambiais.
Esse cenário cria um ambiente de alta tensão econômica, com projeções que dependem diretamente da reação de Teerã e do risco de fechamento do estratégico Estreito de Ormuz.
Ataque militar intensifica tensões no Golfo Pérsico
O ataque ocorreu na noite de 21 de junho de 2025.
O então presidente americano, Donald Trump, celebrou o “ataque bem-sucedido” em suas redes sociais, afirmando: “agora é hora da paz”.
No entanto, o governo iraniano classificou a ofensiva como um “ataque militar selvagem”.
Como resposta inicial, o Parlamento do Irã aprovou uma moção para o bloqueio do Estreito de Ormuz.
A medida ainda será avaliada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional, mas já adiciona um fator de incerteza ao cenário.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 21, 2025
Mercados reagem com forte alta no petróleo
Segundo Nigel Green, CEO do deVere Group, “o ataque dos EUA contra o Irã é um divisor de águas para os mercados”.
Ele alerta que uma possível retaliação iraniana pode levar o barril de petróleo a US$ 130.
Por sua vez, Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital, vê o choque como “pontual e localizado”, projetando preços entre US$ 90 e US$ 100.
Ainda assim, o movimento já favorece as margens de lucro de companhias de óleo e gás.
Impacto direto em ações e moedas de emergentes
A aversão ao risco afeta não apenas os EUA, mas também ativos brasileiros e de outros países emergentes.
De acordo com Arthur Horta, sócio da The Link Investimentos, haverá penalização para setores exportadores, como:
- Frigoríficos
- Mineradoras
- Empresas de papel e celulose
Por outro lado, as petroleiras brasileiras devem se beneficiar, ao comercializar petróleo a preços mais elevados.
Cresce a busca por ativos de segurança
O economista-chefe da Allianz, Mohamed El-Erian, prevê:
- Alta no preço do petróleo
- Pressão sobre ações
- Valorização do ouro
Além disso, destaca que os rendimentos dos Treasuries podem oscilar de forma incerta, refletindo o aumento de riscos globais.
Ouro, prata e cobre em ascensão
Eduardo Velho, economista-chefe da Equator Investimentos, também aponta:
- Avanço nos preços de ouro, prata e cobre
- Impacto potencial na balança comercial do Brasil
Entretanto, ele alerta para um possível repique inflacionário no país.
Fechamento de Ormuz é o grande temor
Atualmente, 63% das apostas no mercado da Polymarket estimam um fechamento do Estreito de Ormuz.
Em contraste, a consultoria Eurasia avalia essa chance em apenas 20%.
Ainda assim, o analista Pedro Galdi, da AGF, afirma:
“Se Ormuz for fechado, a inflação global sentirá o impacto rapidamente”.
Jefferson Laatus, do Grupo Laatus, complementa:
“Alta drástica no petróleo e no dólar seria imediata, além de dificultar cortes de juros pelo Fed”.
Mercado de tecnologia reage de forma dividida
No cenário de tecnologia, as reações variam.
O megainvestidor Bill Ackman declarou que a ofensiva pode beneficiar a Ucrânia e penalizar a Rússia.
Enquanto isso, Daniel Ives, analista da Wedbush, afirmou que o ataque era inevitável e agora remove pressão baixista do setor.
Ele manteve recomendações de compra para ações como Nvidia e Amazon.
Especialistas veem cenário volátil, porém sem guerra prolongada
Segundo Ian Bremmer, CEO da Eurasia, o conflito entre Israel e Irã segue, por ora, limitado e espetacular.
Ele caracteriza o episódio como uma “guerra ao estilo TikTok”, que agrada a base política de Trump.
No entanto, ele alerta que a diplomacia segue travada, mantendo o quadro de riscos aberto.
Como a situação afeta o Brasil
Para o Brasil, o aumento no preço do petróleo:
- Pode beneficiar a balança comercial
- Porém, traz risco de inflação
Além disso, companhias de viagens e tecnologia podem enfrentar dificuldades, dada a atual volatilidade.
O que você acha: o impacto será passageiro ou a crise pode gerar um novo ciclo prolongado de alta no petróleo e instabilidade global?