A despedida do motor traseiro refrigerado a ar na Variant II da Volkswagen marcou uma virada no mercado automotivo.
A Volkswagen Variant II entrou em cena em 1981, carregando o título de último carro com motor traseiro refrigerado a ar da montadora alemã. O modelo foi uma atualização significativa em relação à sua antecessora, buscando equilibrar a tradição da marca com as exigências de um mercado em transformação. Sua chegada tinha como objetivo enfrentar rivais como a Belina II, da Ford, e a Caravan, da Chevrolet, em um cenário competitivo.
Design que marcou uma época
Com um visual que remetia à VW Brasília, a Volkswagen Variant II apostou em um design moderno para a época, marcado por linhas retas e proporções ampliadas. A carroceria era cinco centímetros mais larga que a da versão anterior, e as icônicas lanternas traseiras caneladas trouxeram uma assinatura visual única. O visual compacto, mas robusto, fez a perua ser reconhecida como uma “Brasília alongada”, atendendo ao gosto de consumidores que buscavam um estilo mais contemporâneo. Vejamos sobre o motor.
Conforto e praticidade no interior
Por dentro, a Variant II entregava mais conforto e funcionalidade. Bancos revestidos de curvim e tecido, cintos de segurança de três pontos e um painel atualizado com instrumentos retangulares eram os destaques. Além disso, o modelo oferecia excelente capacidade de carga: o porta-malas traseiro comportava 467 litros, podendo chegar a impressionantes 954 litros com os assentos rebatidos, enquanto o compartimento dianteiro adicionava mais 137 litros de espaço.
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Motor: tradição com toque de modernidade
O motor boxer de quatro cilindros e 1,6 litro, característico da Volkswagen, continuou como o coração da Variant II. Embora não fosse uma revolução tecnológica, ele ganhou melhorias para alcançar 67 cv, necessários para lidar com o peso maior da nova carroceria. Outra inovação foi a adoção da suspensão McPherson com molas helicoidais na dianteira, elevando o conforto e a estabilidade ao dirigir.
Uma rivalidade acirrada
No mercado, a Volkswagen Variant II enfrentou desafios. Enquanto a Caravan da Chevrolet oferecia mais velocidade e a Belina II destacava-se em economia, a Variant buscava manter sua relevância ao oferecer equilíbrio entre conforto, capacidade de carga e custo-benefício. Contudo, o mercado demandava mais atualizações e inovações, o que colocou a perua em uma posição delicada.
O fim de uma era do motor traseiro e o início de outra
A produção da Volkswagen Variant II foi encerrada em 1982, mas seu legado permanece como um marco na história da montadora. Ao se despedir do motor traseiro refrigerado a ar, a Volkswagen abriu caminho para modelos modernos, como o Gol e a Parati, que carregaram adiante a busca por inovação e eficiência.
Assim, a Variant II não foi apenas o último carro com motor traseiro refrigerado a ar: ela representou uma transição entre o passado e o futuro da Volkswagen, eternizando seu lugar na memória dos amantes de carros clássicos.