Com quase 3 quilômetros de extensão, o gigantesco túnel subterrâneo SR 99, em Seattle, foi escavado pela maior máquina de perfuração já construída, chamada Bertha, um colosso de 6.100 toneladas e 17,5 metros de diâmetro que substituiu o viaduto vulnerável da orla e redefiniu o conceito de engenharia urbana moderna
O túnel subterrâneo SR 99 nasceu da necessidade de substituir o antigo viaduto de Alaskan Way, considerado inseguro e vulnerável a terremotos. O novo projeto permitiu enterrar uma rodovia inteira sob o centro de Seattle, liberando espaço urbano e melhorando a paisagem da orla.
Inaugurado em 2019, o túnel tem 2,83 quilômetros de extensão, comporta duas pistas em dois andares e chega a 64 metros de profundidade em seu ponto máximo. A obra foi um marco em inovação e planejamento urbano, combinando infraestrutura rodoviária de grande escala com soluções tecnológicas para reduzir impactos na superfície da cidade.
A maior tuneladora do planeta
Para escavar o túnel subterrâneo, Seattle recorreu à maior tuneladora do mundo: Bertha, fabricada pela japonesa Hitachi Zosen.
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O equipamento tinha 17,5 metros de diâmetro, 99 metros de comprimento e 16.500 cavalos de potência, o suficiente para perfurar rochas e solos compactos enquanto instalava os anéis de concreto que formam as paredes internas do túnel.
Com peso superior a 6 mil toneladas, Bertha operava a cerca de 25 centímetros por minuto, um ritmo aparentemente lento, mas extraordinário para uma escavação dessa magnitude.
Seu nome homenageia Bertha Landes, a primeira prefeita da história de Seattle, símbolo da força e da inovação da cidade.
Um desafio de engenharia e paciência
A jornada de Bertha não foi simples.
Apenas seis meses após o início da perfuração, em dezembro de 2013, a máquina atingiu um cano metálico e sofreu danos graves nas lâminas de corte.
O avanço foi interrompido por quase dois anos, enquanto engenheiros construíam um poço de acesso para realizar os reparos.
A retomada ocorreu em dezembro de 2015, e Bertha completou sua travessia em abril de 2017, emergindo na extremidade norte do traçado.
A escavação custou mais caro e levou mais tempo do que o previsto, mas o projeto foi finalizado com sucesso, consolidando-se como um dos maiores feitos da engenharia moderna nos Estados Unidos.
O impacto urbano e ambiental
Com o túnel subterrâneo SR 99 em operação, Seattle ganhou uma nova configuração urbana.
O tráfego que antes atravessava o centro agora circula sob a cidade, o que reduziu o congestionamento, diminuiu os níveis de ruído e permitiu reconectar a área central com a orla marítima.
A demolição do antigo viaduto de Alaskan Way devolveu à população o acesso visual à baía de Elliott Bay e abriu espaço para parques, áreas de lazer e projetos imobiliários.
O túnel também aumentou a segurança sísmica, já que a estrutura anterior poderia desabar em um terremoto de grande magnitude.
Dados e números que impressionam
O túnel subterrâneo SR 99 foi o primeiro do mundo a abrigar uma rodovia de dois andares dentro de um único tubo de grande diâmetro, um feito inédito na engenharia civil.
Extensão total: 2,83 km
Profundidade máxima: 64 m abaixo do nível da rua
Custo total: 3,3 bilhões de dólares
Custo da tuneladora: cerca de 80 milhões de dólares
Data de início: julho de 2013
Conclusão da escavação: abril de 2017
Abertura ao tráfego: fevereiro de 2019
Os usuários pagam pedágio para trafegar no túnel, cuja arrecadação contribui para o pagamento de parte do investimento.
O sistema é automatizado e ajustado anualmente conforme o fluxo e os custos de manutenção.
Comparação com a engenharia brasileira
Em termos de dimensão e tecnologia, o túnel subterrâneo SR 99 está em um patamar superior aos grandes túneis brasileiros, embora o país tenha obras notáveis.
A Rodovia dos Tamoios, em São Paulo, possui o túnel rodoviário mais longo do Brasil, com 5,55 km, mas em um terreno de serra, não sob um centro urbano.
Já o Túnel Marcello Alencar, no Rio de Janeiro, tem 3,38 km e atravessa o subsolo sob a Baía de Guanabara.
No Brasil, as maiores tuneladoras, conhecidas como “tatuzões”, têm cerca de 10,6 metros de diâmetro e são usadas principalmente em obras do metrô.
Em Seattle, Bertha operou em uma escala quase duas vezes maior, demonstrando o avanço tecnológico necessário para perfurar o subsolo de uma metrópole sem interromper sua vida cotidiana.
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