Enquanto a China lança o trem de hidrogênio mais rápido do mundo, a Alemanha consolida sua liderança na tecnologia com investimentos e o pioneiro Coradia iLint. Uma análise completa do cenário.
A corrida pelo título de trem de hidrogênio mais rápido do mundo já tem novos protagonistas. A liderança alemã na revolução do hidrogênio, detalha os principais modelos de trens, esclarece quem detém o recorde de velocidade e explora os desafios e o futuro dessa tecnologia transformadora.
A busca por um transporte ferroviário com zero emissões impulsiona a inovação global. Nesse contexto, os trens movidos a hidrogênio surgem como uma alternativa promissora, especialmente para linhas não eletrificadas. A Alemanha, com o Alstom Coradia iLint, foi pioneira ao colocar essa tecnologia em serviço comercial em 2018.
Por que os trens com zero emissões são o futuro?
O setor de transportes é um grande emissor de gases de efeito estufa. A descarbonização do transporte ferroviário é urgente. Embora mais eficiente que o rodoviário, o modal ferroviário ainda depende muito do diesel em linhas não eletrificadas.
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Os trens a hidrogênio usam células de combustível que combinam hidrogênio e oxigênio. Eles produzem apenas vapor d’água e calor como subprodutos, eliminando emissões diretas de CO2 e reduzindo o ruído. Além do trem de hidrogênio mais rápido do mundo, são ideais para linhas regionais onde a eletrificação tradicional é inviável, complementando a eletrificação direta em rotas de alta densidade.
Alemanha: o motor da inovação em trens a hidrogênio na Europa
A Alemanha está fortemente comprometida com a tecnologia do hidrogênio. Sua Estratégia Nacional de Hidrogênio visa a neutralidade climática até 2045. O país quer ser líder global em hidrogênio verde (produzido com energia renovável). As metas incluem 10 GW de capacidade de eletrólise doméstica até 2030 e uma rede de hidrogênio de 10.000 km até 2032.
Um fundo especial de 500 bilhões de euros para infraestrutura e clima apoia esses planos. A Deutsche Bahn (DB), principal operadora ferroviária alemã, planeja investir 17 bilhões de euros em 2024 para modernização. A DB também pretende substituir suas 1.300 locomotivas a diesel por trens a hidrogênio até 2050. A primeira estação de abastecimento de hidrogênio para trens do mundo foi estabelecida em Bremervörde, Alemanha.
Alstom Coradia iLint: o pioneiro alemão que abriu caminho para os trens a hidrogênio
O Coradia iLint da Alstom é um trem regional movido exclusivamente por célula de combustível de hidrogênio. Ele atinge velocidade máxima de 140 km/h e tem autonomia de 600-800 km. Foi o primeiro trem de passageiros a hidrogênio produzido em série no mundo, entrando em serviço comercial na Alemanha em 2018.
Até 2022, o iLint acumulou mais de 200.000 km em serviço em oito países europeus. Em setembro de 2022, realizou uma viagem recorde de 1.175 km sem reabastecer. Atualmente, 14 iLints operam na Baixa Saxônia, na primeira rota regional 100% a hidrogênio do mundo. A Alstom continua a evoluir sua linha, com os novos trens Coradia Stream H programados para iniciar operação na Itália em 2025.
Quem tem o trem de hidrogênio mais rápido do mundo hoje?
Embora o Alstom Coradia iLint seja um pioneiro fundamental, ele não detém mais o título de trem de hidrogênio mais rápido do mundo. A competição global avançou:
- Alstom Coradia iLint (França/Alemanha): Velocidade máxima de 140 km/h.
- Stadler FLIRT H2 (Suíça): Velocidade máxima de 130 km/h.
- Siemens Mireo Plus H (Alemanha): Velocidade máxima de 160 km/h.
- CRRC CINOVA H2 (China): Lançado em 2024, este trem reivindica uma velocidade máxima de 200 km/h, com velocidade de cruzeiro de 160 km/h e autonomia de 1.200 km.
Com base nesses números, o CRRC CINOVA H2 da China é, atualmente, o trem de hidrogênio mais rápido do mundo.
Uma boa alternativa para substituir as locomotivas diesel/elétricas. O trem ficaria mais econômico, se a locomotiva fosse movida com o sistema de motor hidrogênio/elétrico. Porém, o hidrogênio é muito explosivo, no caso de vazamentos, causados por colisões ou descarrilamentos.