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O tarifaço pode destruir 726 mil empregos no Brasil. Entenda mais sobre

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 18/08/2025 às 19:52
O Brasil pode perder até 726 mil empregos em um ano por causa de um tarifaço americano, segundo o Dieese. Saiba como o governo pode mitigar a crise.
O Brasil pode perder até 726 mil empregos em um ano por causa de um tarifaço americano, segundo o Dieese. Saiba como o governo pode mitigar a crise. Imagem: Saúde Ocupacional
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O Brasil pode perder até 726 mil empregos em um ano por causa de um tarifaço americano, segundo o Dieese. Saiba como o governo pode mitigar a crise.

O cenário econômico global está em constante ebulição, e o Brasil, como um dos principais players do agronegócio e da indústria, se vê no centro de uma nova e perigosa tempestade. As projeções de um estudo alarmante, divulgado pelo respeitado Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), acendem um sinal de alerta urgente sobre as consequências de um possível “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil

Segundo a análise, essa medida unilateral pode ter um impacto social e econômico devastador, com a estimativa de que a crise pode acabar com 726 mil empregos no Brasil em um ano, a menos que medidas de contingência eficazes sejam implementadas com agilidade e precisão.

A grave ameaça às exportações e aos setores vitais

A iminência de um “tarifaço” dos Estados Unidos contra o Brasil representa um risco concreto e mensurável para a nossa balança comercial. 

O estudo do Dieese aponta que a imposição de novas barreiras comerciais pode impactar cerca de 35,9% das exportações do Brasil ao país, um volume financeiro colossal que chega a US$ 14,5 bilhões

Esse número não representa apenas uma cifra na planilha, mas sim o motor que impulsiona fábricas, o trabalho no campo e a rotina de milhares de famílias em todo o território nacional.

A medida protecionista não afetaria todos os setores da mesma forma. 

O levantamento, detalhado e meticuloso, identificou os pontos mais vulneráveis da economia. 

Segundo o Dieese, os segmentos metalúrgico, de alimentos, madeira, químico e vestuário e calçados são os potencialmente mais afetados. 

A ameaça de novas tarifas sobre produtos como aço, frango, calçados e até mesmo móveis significa que empresas já fragilizadas pela instabilidade econômica global podem ser forçadas a desacelerar a produção, reduzir o quadro de funcionários e, em casos extremos, fechar as portas.

Mitigando os riscos: a esperança de um plano de contingência

Além de soar o alarme sobre o risco de perda de emprego, o estudo do Dieese também oferece um raio de esperança. 

A pesquisa aponta que os impactos negativos do tarifaço podem ser suavizados. Isso pode acontecer se houver um redirecionamento eficaz das mercadorias para outros mercados internacionais ou se o governo conseguir implementar um plano de contingência bem-sucedido. 

Essa possibilidade destaca a importância de uma resposta proativa e coordenada, que não se limite apenas a lamentar as perdas, mas que se concentre em encontrar soluções e novas rotas comerciais para os produtos brasileiros.

Essa projeção otimista, no entanto, depende diretamente da capacidade do Brasil de agir de forma estratégica e unificada. 

É possível amenizar as consequências negativas do cenário projetado se a mercadoria for redirecionada para outros mercados ou se o governo conseguir executar um plano de contingência bem-sucedido.

Isso exige um esforço diplomático robusto para abrir novos mercados e fortalecer parcerias existentes com países da América do Sul, Europa, Ásia e África, diversificando a nossa carteira de clientes e reduzindo a dependência do mercado americano. 

A resposta deve ser rápida, pois cada dia de incerteza aumenta a pressão sobre os setores mais vulneráveis.

O papel do governo e da sociedade: ações para proteger o emprego

Diante de um cenário tão desafiador, a inação não é uma opção. 

O governo brasileiro precisa assumir a liderança e traçar um plano de contingência que mobilize todas as esferas do poder público e da iniciativa privada. 

Um dos principais focos deve ser o apoio aos setores mais afetados, oferecendo linhas de crédito emergenciais, renegociação de dívidas e incentivos fiscais para que as empresas possam manter a produção e, principalmente, os empregos.

Além disso, a burocracia para que as empresas brasileiras possam acessar novos mercados precisa ser simplificada, agilizando processos e reduzindo custos. 

O momento exige união e pragmatismo, com o objetivo de proteger o trabalhador brasileiro, que é o elo mais fraco e o que mais sofre com as incertezas econômicas. 

As projeções do Dieese não são uma sentença, mas sim um aviso. 

Um aviso que, se ouvido, pode evitar a perda de 726 mil empregos e proteger o futuro de milhares de famílias que dependem desses setores para viver. 

A história econômica do Brasil nos mostra que somos capazes de superar crises, e este é mais um desafio que, com planejamento e união, pode ser vencido.

Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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