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O SUV elétrico que usa gasolina: conheça o Leapmotor C10, o “hiper híbrido” da Stellantis com 950 km de autonomia

Escrito por Carla Teles
Publicado em 05/11/2025 às 14:27
O SUV Elétrico que usa gasolina conheça o Leapmotor C10, o hiper híbrido da Stellantis com 950 km de autonomia (2)
Leapmotor C10: O SUV elétrico que usa gasolina como gerador. Entenda como funciona o “hiper híbrido” da Stellantis com 950 km de autonomia.
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Trazido pela Stellantis, o Leapmotor C10 usa motor 1.5 a gasolina apenas como gerador para um sistema elétrico que promete 950 km de alcance.

O mercado brasileiro de SUVs eletrificados acaba de ganhar um novo e curioso competidor. O Leapmotor C10, trazido ao país pelo grupo Stellantis (dono da Fiat e Jeep), estreia com a promessa de ser o primeiro “hiper híbrido” do país. A tecnologia, que segundo o canal Carro Chefe é uma provocação direta à BYD, oferece uma autonomia combinada de até 950 km (WLTP), mas de uma forma completamente diferente do que estamos acostumados.

A grande sacada deste sistema é que o SUV é, na prática, um veículo elétrico com extensor de autonomia (REV). Ele possui um motor 1.5 aspirado que não traciona as rodas; sua única função é servir como um gerador a gasolina para alimentar o sistema elétrico, que de fato move o carro. Com 215 cv de potência e um preço estimado entre R$ 199 mil e R$ 219 mil, o C10 chega para brigar em um segmento acirrado, mas traz consigo algumas polêmicas de design e usabilidade.

O que é o sistema “hiper híbrido”?

Imagem: Leapmotor C10
Imagem: Leapmotor C10

Diferente dos híbridos plug-in (PHEV) tradicionais, onde o motor a combustão e o elétrico podem trabalhar juntos ou separados para mover o carro, o sistema do Leapmotor C10 é mais simples em sua lógica. Conforme detalhado na avaliação do Carro Chefe, o veículo é 100% tracionado pelo motor elétrico, localizado no eixo traseiro, que entrega 215 cavalos e 32,6 kgfm de torque instantâneo. Isso garante a sensação de dirigir um carro puramente elétrico, com respostas rápidas e silêncio a bordo.

O motor 1.5 aspirado a gasolina entra em cena apenas quando a bateria principal está com baixa carga ou quando o motorista exige potência máxima no modo “Power+”. Ele funciona como um gerador, queimando combustível para criar eletricidade e recarregar a bateria, estendendo a autonomia total para 950 km (WLTP). A autonomia 100% elétrica, segundo o Inmetro, é de apenas 111 km, reforçando que o gerador a gasolina será usado com frequência em viagens longas, uma solução pensada para a infraestrutura de recarga ainda deficiente no Brasil.

Espaço e acabamento: os pontos fortes do C10

Por dentro, o Leapmotor C10 impressiona pelo espaço, superando rivais como o Haval H6 em entre-eixos. O piso traseiro é totalmente plano, e o conforto dos bancos é um destaque, assim como o teto solar panorâmico que, diferente de alguns concorrentes diretos, possui uma cortina (redinha) elétrica para proteção solar, um detalhe elogiado pelo Carro Chefe. O porta-malas de 435 litros está na média da categoria.

O acabamento geral é de boa qualidade, com muito material suave ao toque (soft touch) nas portas e painel, e opções de interior em tons caramelo. O SUV também oferece modos curiosos, como o “modo soneca”, que reclina totalmente o banco do motorista e fecha a persiana do teto para um descanso rápido. A suspensão foi considerada um ponto positivo, sendo mais firme e controlada que a de outros SUVs chineses, evitando a “bambeza” excessiva em altas velocidades.

A polêmica do “genérico” e a falta de botões

Imagem: Leapmotor C10
Imagem: Leapmotor C10

Nem tudo são flores no design do Leapmotor C10. O visual, tanto externo quanto interno, foi classificado pelo Carro Chefe como “muito genérico”. A frente não apresenta vincos marcantes e o interior minimalista, embora bem acabado, peca pela falta de personalidade. No entanto, a maior crítica recai sobre a usabilidade: praticamente 100% dos comandos do carro estão concentrados na tela central.

Para tarefas simples como ajustar os retrovisores externos, direcionar o ar-condicionado, ligar o farol ou acionar o limpador de para-brisa em velocidade máxima, o motorista precisa navegar por menus na central multimídia. Isso foi visto como um ponto negativo que pode tirar a atenção da direção. O volante possui botões, mas eles servem de atalho para abrir os menus na tela, e não para executar as funções diretamente.

Para agravar a situação da dependência da tela, o Leapmotor C10 chega ao Brasil, ao menos inicialmente, sem conectividade Android Auto e Apple CarPlay. O sistema possui um GPS nativo, mas a ausência dos sistemas de espelhamento mais populares do mundo é um ponto de grande estranheza, especialmente por ser um carro do grupo Stellantis, que oferece a funcionalidade até em seus modelos de entrada, como a Fiat Strada.

Preço e posicionamento no mercado

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A Stellantis ainda não cravou o preço oficial, mas a faixa de trabalho divulgada fica entre R$ 199.990 e R$ 219.990. Se vier no teto da faixa, ele encontrará rivais de peso. No entanto, se for posicionado no piso, a R$ 199 mil, o Leapmotor C10 se torna extremamente competitivo, entrando na mesma faixa de preço do GWM Haval H6 HEV (híbrido convencional) e ficando abaixo do BYD Song Plus (híbrido plug-in).

O grande trunfo do C10 é oferecer a experiência de dirigir um carro 100% elétrico, com torque instantâneo e tração traseira, sem a “ansiedade de autonomia”. O motorista pode viajar longas distâncias sabendo que qualquer posto de gasolina pode “recarregar” seu carro. Com 1.972 kg, o desempenho não é esportivo, marcando um 0 a 100 km/h em 8,2 segundos, mas é adequado para a proposta familiar do SUV.

O Leapmotor C10 é uma das propostas mais intrigantes a chegar no Brasil: combina a dirigibilidade de um elétrico puro com a conveniência de um gerador a gasolina para longas viagens. É uma solução de engenharia que ataca diretamente o maior medo do consumidor brasileiro: a falta de infraestrutura de recarga.

Mas a troca tem um custo: um interior que depende 100% de uma tela e a ausência de Apple CarPlay e Android Auto. Você acha que essa tecnologia de “hiper híbrido” é a solução ideal para o Brasil? Ou a falta de botões físicos e de espelhamento de celular é um problema que te faria desistir da compra? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber o que você pensa.

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Carla Teles

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