Stefan Mandel, o economista que se tornou o homem que ganhou 14 vezes na loteria, usou um algoritmo legal para “enganar a sorte”
O que para muitos é um jogo de pura sorte, para o economista romeno Stefan Mandel foi uma questão de matemática aplicada. A história do homem que ganhou 14 vezes na loteria não envolveu nenhum tipo de ilegalidade, mas sim um método meticuloso que ele mesmo criou para garantir a vitória. Utilizando seu conhecimento em teorias da probabilidade, Mandel desenvolveu uma fórmula que transformou uma chance em 50 milhões em um negócio lucrativo.
Mandel cresceu na Romênia durante o regime soviético, nos anos 1960. Segundo informações do portal Fatos Desconhecidos, ele vivia uma situação financeira difícil, sustentando esposa e dois filhos com um salário de contador equivalente a apenas 370 reais atuais. Diante da crise econômica e da falta de opções, ele decidiu criar uma terceira via para escapar da pobreza: usar a matemática para vencer o sistema de loterias.
A origem do método: necessidade e matemática
Vivendo próximo da miséria em um país sob o controle da União Soviética em plena Guerra Fria, Stefan Mandel não considerou seguir o caminho do crime. Em vez disso, o economista dedicou seu tempo livre a estudar as teorias da probabilidade, algumas datadas do século 13. Ele buscava uma forma de reverter as chances que, normalmente, são quatro vezes maiores de ser atingido por um raio do que ganhar na loteria.
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Após anos de estudo, Mandel desenvolveu o que chamou de “condensação combinatória”. Conforme detalhado pelo Fatos Desconhecidos, ele criou um algoritmo capaz de prever de 5 a 6 dos números vencedores, reduzindo drasticamente o número de combinações possíveis de milhões para apenas milhares. Com esses milhares de bilhetes em mãos, ele teoricamente garantiria a posse do bilhete premiado.
Como funcionava a “condensação combinatória”?
O método de Mandel não era apenas sobre escolher números, mas sobre logística e investimento. O primeiro passo era identificar loterias onde o prêmio acumulado fosse pelo menos três vezes maior do que o custo total para comprar todas as combinações possíveis. Essa regra de 3x era crucial para cobrir o investimento inicial, os custos indiretos e ainda garantir um lucro substancial.
Para exemplificar, o texto base cita um cenário onde os números variam de 1 a 40. Isso gera 3.838.380 combinações possíveis. Se cada bilhete custasse um dólar, Mandel precisaria que o prêmio estivesse acumulado em cerca de 11 milhões de dólares para que a operação valesse a pena. Como ele mesmo disse, “a matemática aplicada de forma correta pode garantir uma fortuna”.
Das primeiras vitórias à fama mundial
A primeira aplicação prática do método ocorreu na Romênia. Quatro anos após desenvolver a fórmula, Mandel e três amigos investiram nos bilhetes e ganharam o equivalente a 19 mil dólares. O valor era suficiente para bancar 18 anos de seu salário da época. Com esse dinheiro, ele conseguiu subornar funcionários e deixar o país com sua família, mudando-se para Israel.
Após um tempo em Israel, Mandel estabeleceu-se na Austrália. Nos anos 1980, ele montou um grande escritório com computadores para otimizar seus cálculos e atrair investidores para seu “sindicato” de apostas. Ele obteve cidadania australiana, o que permitiu sua participação também em loterias do Reino Unido. No final da década, o homem que ganhou 14 vezes na loteria já acumulava 12 vitórias entre a Austrália e o Reino Unido.
O grande golpe nos Estados Unidos
O sucesso repetido de Mandel chamou a atenção das autoridades. A cada vitória, os governos australiano e britânico criavam novas leis para impedir seu esquema, como proibir a compra de bilhetes em massa ou a impressão própria dos volantes. Com o negócio se tornando impossível nesses países, Mandel voltou seus olhos para os Estados Unidos, buscando mais fama do que dinheiro.
Ele focou no estado da Virgínia, que tinha bilhetes baratos e, crucialmente, permitia que os jogadores imprimissem seus próprios bilhetes. Em 1992, quando o prêmio acumulou no valor desejado, ele e sua equipe imprimiram mais de 7 milhões de bilhetes. A operação foi uma corrida contra o tempo, e, embora não tenham conseguido comprar 1 milhão de combinações a tempo, eles venceram. Além do prêmio principal, levaram o segundo, o terceiro e dezenas de prêmios menores, arrecadando mais de 30 milhões de dólares em sua maior vitória.
O método ainda funciona hoje?
A vitória de Stefan Mandel na Virgínia foi a última. Assim como na Austrália, as leis de loteria nos Estados Unidos mudaram rapidamente para impedir que sua estratégia fosse replicada. Hoje, as regras tornam o método de Mandel praticamente impossível de ser executado legalmente.
O Fatos Desconhecidos lembra que estratégias semelhantes foram vistas no Brasil, mas em contextos diferentes. Na década de 1990, um deputado federal alegou ter ganho 221 vezes na loteria, afirmando que “Deus o havia ajudado”. Esse caso, no entanto, levantou suspeitas de lavagem de dinheiro, permanecendo sem solução, diferentemente do método puramente matemático, embora controverso, de Mandel.
A história de Stefan Mandel mostra que a matemática pode, de fato, “burlar” um sistema desenhado para a sorte. Você acha que o método dele foi genialidade pura ou uma forma antiética de explorar as regras do jogo? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber o que você pensa sobre usar a lógica para vencer o acaso.



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