Renault Latitude foi sedã executivo com motor V6 de 240 cv, autonomia de 700 km e conforto premium, mas nunca chegou oficialmente ao Brasil.
O Renault Latitude nasceu como uma aposta ousada para disputar o segmento dos sedãs grandes e executivos. Ele foi lançado em mercados como Europa, Ásia, Austrália e México, onde chegou a ser vendido como Safrane. Sua missão era clara: enfrentar rivais consagrados como Honda Accord, Toyota Camry e Ford Fusion V6.
Fabricado pela subsidiária sul-coreana Renault Samsung Motors, o Latitude combinava o refinamento europeu da marca com soluções práticas do mercado asiático. Embora tivesse potencial para atrair consumidores brasileiros, nunca foi oferecido oficialmente no país, o que contribuiu para que permanecesse praticamente desconhecido por aqui.
Motor V6 de 240 cv: potência e suavidade
No topo da gama, o Latitude era equipado com um motor 3.5 V6 a gasolina, que entregava 240 cv de potência e cerca de 31 kgfm de torque.
-
4 carros usados da Mitsubishi que não dão dor de cabeça: modelos robustos, com mecânica confiável, tração 4×4 e custam a partir de R$ 85 mil
-
Audi Q5 2025: novo SUV vai chega ao Brasil com motor 2.0 turbo de 272 cv e design renovado
-
Ford Mondeo europeu que o Brasil ignorou, mas trazia motor 2.5 Turbo de 220 cv, aceleração em 7,6 s, consumo de até 10,75 km/l e porta-malas de 500 L
-
Programa Carro Sustentável desmorona: descontos minguam, preços disparam e juros de 27% transformam Polo, Kwid e Mobi em sonho impossível para a maioria dos brasileiros
O câmbio automático de seis marchas completava o conjunto, garantindo trocas suaves e um rodar silencioso.
Esse motor proporcionava aceleração de 0 a 100 km/h em pouco mais de 9 segundos e velocidade máxima próxima de 220 km/h.
Não era um carro com pretensões esportivas, mas sim um sedã pensado para oferecer conforto em estradas e confiança em ultrapassagens, sem abrir mão de desempenho consistente.
Consumo e autonomia dignos de um executivo
Apesar do porte avantajado e da motorização potente, o Renault Latitude registrava números respeitáveis de eficiência.
Suas médias giravam em torno de 7,5 km/l na cidade e 10 km/l em rodovias, resultados adequados para um sedã grande V6.
Com um tanque de 70 litros, a autonomia ultrapassava os 700 km em estrada, permitindo longas viagens sem paradas frequentes para abastecimento — uma característica que reforçava seu perfil executivo e rodoviário.
Espaço e conforto de sedã europeu
Outro destaque do Latitude era o interior. Com 4,89 metros de comprimento e 2,76 metros de entre-eixos, oferecia cabine ampla para cinco adultos viajarem com tranquilidade.
O porta-malas de 477 litros atendia bem famílias em deslocamentos longos.
O pacote de conforto era generoso para os padrões da época:
- Bancos dianteiros com ajustes elétricos e memória
- Revestimento interno em couro
- Ar-condicionado digital dual zone
- Sistema de som premium Bose
- Piloto automático
- Sensores de chuva e de luminosidade
Esse conjunto o colocava em igualdade de condições com Accord e Fusion, além de ser uma alternativa mais acessível que o Toyota Camry em alguns mercados internacionais.
Por que nunca veio ao Brasil?
Mesmo com bons argumentos técnicos, a Renault decidiu não trazer o Latitude ao Brasil. A estratégia da marca era concentrar esforços em modelos mais populares e lucrativos, como Logan, Sandero e Duster.
Além disso, o segmento de sedãs grandes já enfrentava queda de participação no mercado nacional, justamente por conta da ascensão dos SUVs.
Concorrer contra Accord, Camry e Fusion exigiria investimento em marketing e pós-venda que a Renault não estava disposta a fazer.
Assim, o Latitude permaneceu como um carro global, mas restrito a mercados onde havia demanda maior por sedãs grandes.
Um sedã esquecido, mas cheio de atributos
O Renault Latitude é hoje um carro pouco lembrado, até mesmo nos países onde foi vendido. Mas seus atributos permanecem marcantes: motor V6 de 240 cv, consumo equilibrado, autonomia de 700 km e cabine espaçosa e refinada.
No Brasil, tornou-se apenas uma curiosidade automotiva — um modelo que poderia ter oferecido uma opção diferente aos consumidores que buscavam um sedã premium, mas que nunca chegou a ver nossas ruas de forma oficial. dominado por poucos.