Autorização da Marinha brasileira para visita dos navios de guerra do Irã causa novo desgaste diplomático após dois anos
A visita de dois navios de guerra do Irã ao Brasil, realizada entre 23 e 30 de janeiro de 2023, voltou a circular nas redes sociais após o ressurgimento de uma fake news alegando que o Irã teria vindo buscar urânio enriquecido em território brasileiro.
A afirmação foi desmentida por órgãos oficiais, mas reacendeu o debate sobre os reais objetivos da missão iraniana e o impacto diplomático da decisão do governo brasileiro à época.
Os navios IRIS Makran e IRIS Dena atracaram no Porto do Rio de Janeiro com autorização oficial, o que provocou protestos públicos da embaixadora dos EUA, Elizabeth Bagley, e críticas de Israel, que classificou o Irã como um “estado maligno”.
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Todas as investigações, declarações oficiais e reações internacionais aconteceram ainda em 2023, mas voltaram à tona em junho de 2025, quando vídeos com falas do senador norte-americano Ted Cruz começaram a circular novamente em publicações que distorcem os fatos e sugerem ligações entre o Brasil e o programa nuclear iraniano.
Navios de guerra iranianos no Brasil reacendem debate internacional sobre segurança e soberania
A chegada do porta-helicópteros IRIS Makran e da fragata IRIS Dena em águas brasileiras foi confirmada pela Autoridade Portuária do Rio de Janeiro em 26 de fevereiro de 2023, com permanência autorizada até 4 de março.
A visita, classificada como “amistosa” pelo governo brasileiro, gerou forte reação de autoridades americanas. Elizabeth Bagley chegou a declarar que esses navios “facilitaram o comércio ilícito e atividades terroristas”.
Apesar da visita ter sido autorizada pela Marinha do Brasil, a recepção diplomática contrastou com a tensão nos bastidores.
Segundo telegramas obtidos via Lei de Acesso à Informação, houve intensa movimentação entre Ministério das Relações Exteriores, Controladoria Geral da União e jornalistas internacionais em busca de respostas.
O senador americano Ted Cruz classificou a atracação como uma “ameaça direta à segurança dos americanos” e alertou para possíveis sanções incapacitantes ao porto do Rio de Janeiro e empresas brasileiras envolvidas.
Especulações sobre urânio e espionagem colocam o Brasil sob suspeita de cooperação com Teerã
Em junho de 2025, voltou a circular nas redes sociais um vídeo com acusações infundadas de que o Brasil teria exportado urânio enriquecido ao Irã.
A alegação foi prontamente desmentida pela Secretaria de Comunicação da Presidência, que reafirmou que o Brasil não comercializa urânio para fins bélicos e é signatário de tratados de não proliferação nuclear.
O urânio no Brasil é explorado exclusivamente pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e qualquer negociação internacional depende de aprovação da União.
Mesmo com a legislação de 2022 permitindo prestação de serviços a estrangeiros, o monopólio da atividade nuclear segue sendo do Estado brasileiro. Todas as especulações sobre envio de urânio ao Irã são falsas e sem base factual.
As investigações relacionadas à visita dos navios iranianos, incluindo possíveis ligações com a Guarda Revolucionária, ocorreram em 2023, com inserção de emendas no orçamento de defesa dos EUA.
Não houve novos desdobramentos oficiais desde então, e nenhuma prova concreta foi apresentada.
Irã, Israel e EUA pressionaram o Brasil em 2023 durante tensão geopolítica no Oriente Médio
Ainda em março de 2023, após a visita dos navios, Israel classificou a decisão brasileira como “lamentável” e cobrou um alinhamento com países do Ocidente. Em nota pública, o regime israelense afirmou que o Irã é responsável por ataques terroristas no mundo todo e criticou o Brasil por recepcionar embarcações militares de um “Estado maligno”.
Nos bastidores, a pressão aumentou após os discursos do senador Ted Cruz e da embaixadora Elizabeth Bagley, que ressaltaram os riscos de sanções e a necessidade de reavaliação da cooperação antiterrorismo com o Brasil.
O governo brasileiro, por sua vez, sustentou o princípio de soberania nas relações exteriores e seguiu com a autorização, publicada no Diário Oficial da União.
Apesar da comoção diplomática, não houve rupturas entre os países, mas o episódio foi um marco na gestão da política externa brasileira no início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Documento da CIA e registros diplomáticos reforçam desconfiança sobre objetivos ocultos da visita
Telegramas enviados pela embaixada do Brasil em Washington e registros da Controladoria Geral da União revelam que investigações da CIA estavam em curso desde o início de 2023. Jornalistas da CNN en Español chegaram a solicitar detalhes sobre a atracação, e os documentos públicos confirmaram a autorização para o desembarque das tripulações.
A hipótese de que membros da Guarda Revolucionária Iraniana pudessem ter sido incluídos no corpo diplomático iraniano não foi confirmada por nenhuma agência de inteligência.
Ainda assim, o tema motivou a emenda do congressista Carlos Jimenez exigindo um relatório do Departamento de Defesa sobre a presença de militares iranianos no Brasil.
Com base nesses dados, o Congresso norte-americano aprovou o pedido de investigação ainda em 2023, mas não houve divulgação de resultados concretos nem medidas adicionais adotadas.
Silêncio do governo brasileiro e fake news sobre urânio reacendem discussões sobre transparência
Em 2025, o caso voltou à tona não por novos fatos, mas pela disseminação de desinformação. A narrativa de que o navio iraniano veio buscar urânio no Brasil viralizou nas redes sociais, baseada em vídeos antigos e falas tiradas de contexto, como o discurso de Ted Cruz.
A Secom classificou as publicações como “falsas e alarmistas”, reforçando que o Brasil segue rigorosamente os tratados internacionais e que não há nenhum indício de cooperação com o programa nuclear iraniano.
A empresa INB também divulgou nota reforçando que não exporta urânio enriquecido e que toda atividade nuclear é fiscalizada por órgãos nacionais e internacionais.
Engraçado que falaram, falaram e falaram, mas não disseram que raios esses navios vieram fazer aqui!? Dar uma voltinha pelo Rio de Janeiro que não foi né?!
A pergunta é: Que raios vieram fazer aqui, então? O povo brasileiro quer transparência, isso é coisa séria.
1 – Por que cargas d’água dois navios militares viraram dar um rolê no Rio de Janeiro?
2 – Quem confia nas fontes de um desgoverno que é aliado ao Irã?
3 – Se o PT fala que é Fake, pode desconfiar que tem caroço neste angu.