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O que aconteceu com a TecToy? A lendária marca nacional que dominou os anos 90, mas sumiu do mapa

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 01/07/2025 às 11:25
TecToy aposta no Zeenix e revive o mercado de videogames no Brasil, unindo nostalgia, inovação e acessibilidade para conquistar novos jogadores.
TecToy aposta no Zeenix e revive o mercado de videogames no Brasil, unindo nostalgia, inovação e acessibilidade para conquistar novos jogadores.
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Empresa nacional que dominou os anos 90 aposta em inovação para desafiar gigantes e manter sua relevância no mercado de games, apostando em nostalgia e tecnologia acessível para atrair novas gerações de jogadores.

Em um cenário dominado por gigantes internacionais, a trajetória da TecToy ilustra como uma empresa nacional conseguiu não apenas sobreviver, mas também marcar gerações e permanecer relevante no mercado brasileiro de videogames.

Fundada em setembro de 1987, a TecToy rapidamente transformou o panorama dos “brinquedos eletrônicos” e consoles no país ao firmar uma parceria inédita com a Sega, resultando no lançamento oficial do Master System em setembro de 1989.

Com uma campanha publicitária massiva e estratégias de marketing inovadoras, a empresa alcançou faturamento de US$ 66 milhões ainda no ano de estreia do console.

O Master System consolidou-se como um fenômeno cultural, atingindo a marca de 8 milhões de unidades vendidas somente no Brasil, segundo dados divulgados até 2016.

Domínio absoluto do mercado brasileiro

Ao longo dos anos 1990, a TecToy intensificou sua presença por meio de clubes de fidelidade, programas de dicas em televisão e uma forte conexão com o público infantojuvenil.

Em seu auge, por volta de 1994 a 1996, a empresa detinha cerca de 80% do mercado oficial de videogames, superando até mesmo a chegada da concorrência asiática.

O sucesso inicial abriu caminho para novos lançamentos, como o Mega Drive em 1990, além de versões nacionais de diversos outros consoles da Sega.

Consolidação e desafios no início dos anos 2000

Mesmo com a chegada de tecnologias mais avançadas e mudanças nos hábitos de consumo, versões “plug & play” dos clássicos Master System e Mega Drive continuaram em produção.

Em 2015, esses modelos vendiam aproximadamente 150 mil unidades por ano, um feito singular em um mercado global já dominado por dispositivos modernos.

No entanto, a virada do século trouxe desafios significativos: quedas de vendas, oscilações no câmbio e o impacto da crise asiática culminaram em um processo de recuperação judicial em 1997.

Naquele período, as dívidas da TecToy alcançaram R$ 55 milhões, e o quadro de funcionários foi drasticamente reduzido de mil para apenas 110 pessoas.

Reinvenção e aposta na nostalgia

Após encerrar o processo de recuperação em 2000, a TecToy buscou reinventar seu portfólio, diversificando para áreas como karaokês, DVD players e tablets.

Contudo, foi o resgate da nostalgia, aliado ao relançamento do Mega Drive em 2017 e à manutenção contínua da linha Master System Evolution — disponível em grandes redes varejistas até junho de 2025 — que restaurou parte da força da marca.

Essa estratégia permitiu à empresa reconquistar espaço no imaginário dos consumidores, sem exigir altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Zeenix: inovação e tradição em 2024-2025

O ano de 2024 marcou um novo capítulo para a companhia, com o anúncio do Zeenix, primeiro hardware original da TecToy desde o Zeebo, lançado em 2009.

O Zeenix chegou dividido em duas versões: o Zeenix Lite, equipado com processador Athlon 3050e, 8 GB de RAM, 256 GB de armazenamento em SSD e tela de 6 polegadas Full HD, vendido a partir de R$ 2.699 no site oficial; e o Zeenix Pro, com processador Ryzen 7 6800U, 16 GB de RAM, 512 GB de SSD, Wi-Fi 6 e USB 4, cujo lançamento está previsto para ocorrer até julho de 2025.

Segundo a própria empresa, o atraso do modelo Pro foi atribuído a uma decisão estratégica de posicionamento.

Ambos os aparelhos contam com acessórios dedicados, como teclados, mouses e controles modulares, além da promessa de jogos exclusivos, incluindo títulos nacionais como Damned 2 e Master Lemon.

Nostalgia e inovação impulsionam o mercado de games

O destaque do Zeenix não se limita ao aspecto técnico: a proposta busca atender a uma lacuna no mercado brasileiro, onde o alto preço dos consoles de última geração e a desvalorização cambial estimulam a procura por alternativas portáteis com bom custo-benefício, especialmente voltadas ao segmento de jogos para PC.

Ao mesmo tempo, o apelo nostálgico permanece relevante.

O Brasil é considerado o único país onde consoles de 8 bits continuam a ser produzidos em escala comercial, fenômeno impulsionado pela TecToy há mais de três décadas.

Esse diferencial, somado à memória afetiva de gerações que cresceram jogando Master System e Mega Drive, resulta em um ciclo de consumo emocional capaz de impulsionar o sucesso de novos produtos.

Visibilidade e estratégias para o futuro

A visibilidade da marca é mantida por estratégias como a celebração de datas simbólicas — a exemplo dos 35 anos do Master System, comemorados em 2024 — e a participação em eventos do setor, como a gamescom LATAM, reforçando sua presença em tendências de busca e plataformas como Google Discover.

Segundo especialistas do setor, o uso de nostalgia lucrativa, unido à aposta em inovações compatíveis com a realidade financeira dos brasileiros, faz da TecToy um caso raro de sobrevivência e reinvenção contínua.

A história da TecToy, portanto, reflete ciclos típicos do mercado brasileiro de videogames: períodos de crescimento explosivo, crises profundas e sucessivas renovações, sempre marcadas por criatividade e leitura precisa das mudanças no perfil do consumidor.

O lançamento do Zeenix, se bem-sucedido, pode abrir um novo ciclo de relevância para a empresa no cenário nacional.

Se não repetir o feito, a marca ainda conta com o poderoso motor da nostalgia, que mantém personagens clássicos como Sonic entre os favoritos dos brasileiros.

O futuro da TecToy e o mercado nacional de games

Em um mercado cada vez mais competitivo e sujeito a rápidas transformações, será que a TecToy conseguirá mais uma vez reinventar sua história e conquistar uma nova geração de jogadores com o Zeenix?

O público brasileiro, conhecido por seu apreço por inovação e nostalgia, parece pronto para responder essa questão nos próximos meses.

Empresa nacional que dominou os anos 90 aposta em inovação para desafiar gigantes e manter sua relevância no mercado de games, apostando em nostalgia e tecnologia acessível para atrair novas gerações de jogadores.

Em um cenário dominado por gigantes internacionais, a trajetória da TecToy ilustra como uma empresa nacional conseguiu não apenas sobreviver, mas também marcar gerações e permanecer relevante no mercado brasileiro de videogames.

Fundada em setembro de 1987, a TecToy rapidamente transformou o panorama dos “brinquedos eletrônicos” e consoles no país ao firmar uma parceria inédita com a Sega, resultando no lançamento oficial do Master System em setembro de 1989.

Com uma campanha publicitária massiva e estratégias de marketing inovadoras, a empresa alcançou faturamento de US$ 66 milhões ainda no ano de estreia do console.

O Master System consolidou-se como um fenômeno cultural, atingindo a marca de 8 milhões de unidades vendidas somente no Brasil, segundo dados divulgados até 2016.

Domínio absoluto do mercado brasileiro

Ao longo dos anos 1990, a TecToy intensificou sua presença por meio de clubes de fidelidade, programas de dicas em televisão e uma forte conexão com o público infantojuvenil.

Em seu auge, por volta de 1994 a 1996, a empresa detinha cerca de 80% do mercado oficial de videogames, superando até mesmo a chegada da concorrência asiática.

O sucesso inicial abriu caminho para novos lançamentos, como o Mega Drive em 1990, além de versões nacionais de diversos outros consoles da Sega.

Consolidação e desafios no início dos anos 2000

Mesmo com a chegada de tecnologias mais avançadas e mudanças nos hábitos de consumo, versões “plug & play” dos clássicos Master System e Mega Drive continuaram em produção.

Em 2015, esses modelos vendiam aproximadamente 150 mil unidades por ano, um feito singular em um mercado global já dominado por dispositivos modernos.

No entanto, a virada do século trouxe desafios significativos: quedas de vendas, oscilações no câmbio e o impacto da crise asiática culminaram em um processo de recuperação judicial em 1997.

Naquele período, as dívidas da TecToy alcançaram R$ 55 milhões, e o quadro de funcionários foi drasticamente reduzido de mil para apenas 110 pessoas.

Reinvenção e aposta na nostalgia

Após encerrar o processo de recuperação em 2000, a TecToy buscou reinventar seu portfólio, diversificando para áreas como karaokês, DVD players e tablets.

Contudo, foi o resgate da nostalgia, aliado ao relançamento do Mega Drive em 2017 e à manutenção contínua da linha Master System Evolution — disponível em grandes redes varejistas até junho de 2025 — que restaurou parte da força da marca.

Essa estratégia permitiu à empresa reconquistar espaço no imaginário dos consumidores, sem exigir altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Zeenix: inovação e tradição em 2024-2025

O ano de 2024 marcou um novo capítulo para a companhia, com o anúncio do Zeenix, primeiro hardware original da TecToy desde o Zeebo, lançado em 2009.

O Zeenix chegou dividido em duas versões: o Zeenix Lite, equipado com processador Athlon 3050e, 8 GB de RAM, 256 GB de armazenamento em SSD e tela de 6 polegadas Full HD, vendido a partir de R$ 2.699 no site oficial; e o Zeenix Pro, com processador Ryzen 7 6800U, 16 GB de RAM, 512 GB de SSD, Wi-Fi 6 e USB 4, cujo lançamento está previsto para ocorrer até julho de 2025.

Segundo a própria empresa, o atraso do modelo Pro foi atribuído a uma decisão estratégica de posicionamento.

Ambos os aparelhos contam com acessórios dedicados, como teclados, mouses e controles modulares, além da promessa de jogos exclusivos, incluindo títulos nacionais como Damned 2 e Master Lemon.

Nostalgia e inovação impulsionam o mercado de games

O destaque do Zeenix não se limita ao aspecto técnico: a proposta busca atender a uma lacuna no mercado brasileiro, onde o alto preço dos consoles de última geração e a desvalorização cambial estimulam a procura por alternativas portáteis com bom custo-benefício, especialmente voltadas ao segmento de jogos para PC.

Ao mesmo tempo, o apelo nostálgico permanece relevante.

O Brasil é considerado o único país onde consoles de 8 bits continuam a ser produzidos em escala comercial, fenômeno impulsionado pela TecToy há mais de três décadas.

Esse diferencial, somado à memória afetiva de gerações que cresceram jogando Master System e Mega Drive, resulta em um ciclo de consumo emocional capaz de impulsionar o sucesso de novos produtos.

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Visibilidade e estratégias para o futuro

A visibilidade da marca é mantida por estratégias como a celebração de datas simbólicas — a exemplo dos 35 anos do Master System, comemorados em 2024 — e a participação em eventos do setor, como a gamescom LATAM, reforçando sua presença em tendências de busca e plataformas como Google Discover.

Segundo especialistas do setor, o uso de nostalgia lucrativa, unido à aposta em inovações compatíveis com a realidade financeira dos brasileiros, faz da TecToy um caso raro de sobrevivência e reinvenção contínua.

A história da TecToy, portanto, reflete ciclos típicos do mercado brasileiro de videogames: períodos de crescimento explosivo, crises profundas e sucessivas renovações, sempre marcadas por criatividade e leitura precisa das mudanças no perfil do consumidor.

O lançamento do Zeenix, se bem-sucedido, pode abrir um novo ciclo de relevância para a empresa no cenário nacional.

Se não repetir o feito, a marca ainda conta com o poderoso motor da nostalgia, que mantém personagens clássicos como Sonic entre os favoritos dos brasileiros.

O futuro da TecToy e o mercado nacional de games

Em um mercado cada vez mais competitivo e sujeito a rápidas transformações, será que a TecToy conseguirá mais uma vez reinventar sua história e conquistar uma nova geração de jogadores com o Zeenix?

O público brasileiro, conhecido por seu apreço por inovação e nostalgia, parece pronto para responder essa questão nos próximos meses.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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